Formato: AVI Xvid (576x304)
Áudio: Alemão
Legendas: Português
Duração: 99 min.
Tamanho: 716MB
Servidor: MEGA (3 Partes)
Links:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Sinopse: Depois de sua namorada o trocar por um emprego em Shanghai, a vida de Zinos, jovem de origem grega, dono do restaurante Soul Kitchen, entra em crise e ele decide vender o estabelecimento. Nas três semanas antes de fechar as portas, mudanças repentinas começam a acontecer: o novo chef cozinha o que ele sempre quis fazer, um novo DJ agita o espaço levando os clientes a dançarem depois das refeições, artistas passam a exibir seus trabalhos - e todos estão gostando. Rumores sobre o cult Soul Kitchen se espalham por Hamburgo. Zinos percebe que é bobagem vender o restaurante, mas talvez seja tarde demais.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database - IMDB: Nota Imdb 7.3
Áudio: Alemão
Legendas: Português
Duração: 99 min.
Tamanho: 716MB
Servidor: MEGA (3 Partes)
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Parte 1
Parte 2
Parte 3
Sinopse: Depois de sua namorada o trocar por um emprego em Shanghai, a vida de Zinos, jovem de origem grega, dono do restaurante Soul Kitchen, entra em crise e ele decide vender o estabelecimento. Nas três semanas antes de fechar as portas, mudanças repentinas começam a acontecer: o novo chef cozinha o que ele sempre quis fazer, um novo DJ agita o espaço levando os clientes a dançarem depois das refeições, artistas passam a exibir seus trabalhos - e todos estão gostando. Rumores sobre o cult Soul Kitchen se espalham por Hamburgo. Zinos percebe que é bobagem vender o restaurante, mas talvez seja tarde demais.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database - IMDB: Nota Imdb 7.3
Crítica:
Um grande diretor pode ser identificado pelo talento que ele demonstra ao narrar uma boa história envolvendo, para isto, o espectador com cada elemento que o cinema tem a oferecer em seu caldeirão de recursos. A filmografia que Fatih Akin vêm construíndo nos últimos 15 anos comprova que ele já pode ser enquadrado nesta categoria. Ainda que menos “conceitual” que seus filmes anteriores, Soul Kitchen segue demonstrando a vocação de Akin para contar histórias. Que aparentemente são simples, mas essencialmente belas, e que exploram os encontros e desencontros tão típicos da vida. Mais uma vez este diretor alemão de origem turca consegue, com maestria, conduzir o espectador pela mão com linhas de roteiro perfeitas, uma ótima condução de atores, cenas de beleza sutil e que demonstram fluidez, e uma trilha sonora intocável. Outra de suas obras contagiantes, não há dúvidas.
A HISTÓRIA: Zinos Kazantsakis (Adam Bousdoukos) dá o sangue em seu restaurante em um bairro operário de Hamburgo. Proprietário, gerente e “cozinheiro” do local, Zinos serve comidas de preparo rápido – a maioria delas, frituras. Para isso, ele tem uma clientela fixa e pequena. Depois de mais um dia de trabalho, ele vai até um restaurante chique da cidade para o jantar de despedida da namorada, Nadine Krüger (Pheline Roggan). No caminho, ele encontra um antigo colega do tempo do colégio, Thomas Neumann (Wotan Wilke Möhring). No restaurante, ele vê uma cena inusitada envolvendo o chef Shayn Weiss (Birol Ünel). No dia seguinte, Zinos recebe a visita de seu irmão, o presidiário Illias (Moritz Bleibtreu). Estes e outros encontros e desencontros na vida de Zinos ocorrem de maneira muito acelerada, mudando a sua rotina de maneira decisiva.
VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Soul Kitchen): Este filme de Fatih Akin quase pode ser considerado um exemplar perfeito de uma “comédia de erros”. Acelerada, com novos personagens aparecendo rapidamente sob os olhares atentos do espectador, a narrativa de Soul Kitchen vai agravando, colheirada por colheirada, a história de seu protagonista. Parece que a maré de “azar” de Zinos Kazantsakis não tem fim. E que o seu destino é realmente a sarjeta… mas, como nos filmes anteriores de Fatih Akin, é preciso estar atento aos detalhes. Porque por mais que as coisas parecem ir piorando na realidade de Zinos pouco a pouco, paralelo a isso surgem oportunidades e encontros promissores.
Fatih Akin tem um certo gosto por narrativas paralelas, encontros e desencontros e, principalmente, o peso que ele dá para as pequenas escolhas que a pessoa faz na vida. Como no perfeito Auf der Anderen Seite (comentado aqui no blog), em Soul Kitchen, novamente, os personagens principais são ao mesmo tempo “donos” e “vítimas” de seus destinos. O que o diretor e roteirista parece querer nos dizer sempre é que, por mais que a vida tenha a sua dinâmica e sua lógica próprias, nós também somos capazes de dirigí-la. Afinal, no “palco” das nossas vidas, somos atores fundamentais do nosso drama e da nossa comédia.
Em Soul Kitchen, cada pequena escolha, cada gesto do protagonista leva a um novo evento. Que pode ser problemático ou uma solução. Algumas vezes na história – como na vida real -, Zinos apenas reage ao que os acontecimentos lhe apresentam. Na interação com as outras pessoas, isso Fatih Akin gosta de ressaltar, é que se faz a existência. E mais uma vez, o roteiro do diretor, escrito ao lado do ator principal desta produção, Adam Bousdoukos, revela uma gama curiosa de personagens interessantes, ricos em suas vivências e histórias e que, ao se encontrarem e desencontrarem ao longo do tempo, provocam no público compaixão, risadas legítimas e alguns momentos de surpresa.
Um dos aspectos que eu achei mais curiosos deste filme é a forma com que Fatih Akin ressalta os “acidentes de percurso” e/ou os encontros inusitados que seus personagens vão tendo pelo caminho. Metade das relações do protagonista são, digamos assim, “previsíveis” – cito, nesta situação, seus encontros com o irmão, a garçonete Lucia Faust (Anna Bederke), o construtor de barcos Sokrates (Demir Gökgöl), o barman Lutz (Lukas Gregorowicz) e a namorada de Zinos. Mas outras relações, que acabam sendo decisivas para a história, acabam se desenvolvendo “por acaso”, como ocorre com o ambicioso e trapaceiro Thomas Neumann, o chef de cozinha Shayn e a massagista Anna Mondstein (Dorka Gryllus). São estas “novas aquisições” na vida de Zinos que acabam modificando a sua realidade de forma fundamental.
Assim, no nosso dia a dia, também nos encontramos com pessoas que podem alterar definitivamente a nossa realidade. Mas para que isso aconteça – e o diretor deixa claro em dois momentos “apaixonados” do filme -, é preciso que as pessoas estejam abertas a tudo de revolucionário que novos encontros podem nos trazer. Nem que estas “novidades” surjam apenas para reavaliarmos o que tínhamos e para onde queremos ir. O que Soul Kitchen e outros filmes de Fatih Akin ressaltam é que não há interação, um encontro verdadeiro entre duas pessoas que não resulte em uma realidade modificada.
Outra característica marcante deste diretor alemão é o de não evitar a dor, a perda e as “desgraças” da vida. Para ele, tão importante quanto a alegria e o amor, é o aprendizado, as oportunidades e os efeitos que as tragédias, as perdas e os danos têm nas histórias das pessoas. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Em Soul Kitchen, algumas vezes, parece que Fatih Akin sente um certo prazer mórbido em fazer os seus personagens passarem por maus bocados. Mas o curioso deste filme, mais do que em Auf der Anderen Seite, é que o diretor e roteirista revela, acima de tudo, uma mensagem de esperança, de alegria. Afinal, Soul Kitchen é, acima de tudo, uma história de amor. Feita de percalços, dores, desafios, mas uma história em que o amor, a generosidade e as convicções do protagonista não se perdem nunca. Um filme essencialmente esperançoso.
Um grande diretor pode ser identificado pelo talento que ele demonstra ao narrar uma boa história envolvendo, para isto, o espectador com cada elemento que o cinema tem a oferecer em seu caldeirão de recursos. A filmografia que Fatih Akin vêm construíndo nos últimos 15 anos comprova que ele já pode ser enquadrado nesta categoria. Ainda que menos “conceitual” que seus filmes anteriores, Soul Kitchen segue demonstrando a vocação de Akin para contar histórias. Que aparentemente são simples, mas essencialmente belas, e que exploram os encontros e desencontros tão típicos da vida. Mais uma vez este diretor alemão de origem turca consegue, com maestria, conduzir o espectador pela mão com linhas de roteiro perfeitas, uma ótima condução de atores, cenas de beleza sutil e que demonstram fluidez, e uma trilha sonora intocável. Outra de suas obras contagiantes, não há dúvidas.
A HISTÓRIA: Zinos Kazantsakis (Adam Bousdoukos) dá o sangue em seu restaurante em um bairro operário de Hamburgo. Proprietário, gerente e “cozinheiro” do local, Zinos serve comidas de preparo rápido – a maioria delas, frituras. Para isso, ele tem uma clientela fixa e pequena. Depois de mais um dia de trabalho, ele vai até um restaurante chique da cidade para o jantar de despedida da namorada, Nadine Krüger (Pheline Roggan). No caminho, ele encontra um antigo colega do tempo do colégio, Thomas Neumann (Wotan Wilke Möhring). No restaurante, ele vê uma cena inusitada envolvendo o chef Shayn Weiss (Birol Ünel). No dia seguinte, Zinos recebe a visita de seu irmão, o presidiário Illias (Moritz Bleibtreu). Estes e outros encontros e desencontros na vida de Zinos ocorrem de maneira muito acelerada, mudando a sua rotina de maneira decisiva.
VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Soul Kitchen): Este filme de Fatih Akin quase pode ser considerado um exemplar perfeito de uma “comédia de erros”. Acelerada, com novos personagens aparecendo rapidamente sob os olhares atentos do espectador, a narrativa de Soul Kitchen vai agravando, colheirada por colheirada, a história de seu protagonista. Parece que a maré de “azar” de Zinos Kazantsakis não tem fim. E que o seu destino é realmente a sarjeta… mas, como nos filmes anteriores de Fatih Akin, é preciso estar atento aos detalhes. Porque por mais que as coisas parecem ir piorando na realidade de Zinos pouco a pouco, paralelo a isso surgem oportunidades e encontros promissores.
Fatih Akin tem um certo gosto por narrativas paralelas, encontros e desencontros e, principalmente, o peso que ele dá para as pequenas escolhas que a pessoa faz na vida. Como no perfeito Auf der Anderen Seite (comentado aqui no blog), em Soul Kitchen, novamente, os personagens principais são ao mesmo tempo “donos” e “vítimas” de seus destinos. O que o diretor e roteirista parece querer nos dizer sempre é que, por mais que a vida tenha a sua dinâmica e sua lógica próprias, nós também somos capazes de dirigí-la. Afinal, no “palco” das nossas vidas, somos atores fundamentais do nosso drama e da nossa comédia.
Em Soul Kitchen, cada pequena escolha, cada gesto do protagonista leva a um novo evento. Que pode ser problemático ou uma solução. Algumas vezes na história – como na vida real -, Zinos apenas reage ao que os acontecimentos lhe apresentam. Na interação com as outras pessoas, isso Fatih Akin gosta de ressaltar, é que se faz a existência. E mais uma vez, o roteiro do diretor, escrito ao lado do ator principal desta produção, Adam Bousdoukos, revela uma gama curiosa de personagens interessantes, ricos em suas vivências e histórias e que, ao se encontrarem e desencontrarem ao longo do tempo, provocam no público compaixão, risadas legítimas e alguns momentos de surpresa.
Um dos aspectos que eu achei mais curiosos deste filme é a forma com que Fatih Akin ressalta os “acidentes de percurso” e/ou os encontros inusitados que seus personagens vão tendo pelo caminho. Metade das relações do protagonista são, digamos assim, “previsíveis” – cito, nesta situação, seus encontros com o irmão, a garçonete Lucia Faust (Anna Bederke), o construtor de barcos Sokrates (Demir Gökgöl), o barman Lutz (Lukas Gregorowicz) e a namorada de Zinos. Mas outras relações, que acabam sendo decisivas para a história, acabam se desenvolvendo “por acaso”, como ocorre com o ambicioso e trapaceiro Thomas Neumann, o chef de cozinha Shayn e a massagista Anna Mondstein (Dorka Gryllus). São estas “novas aquisições” na vida de Zinos que acabam modificando a sua realidade de forma fundamental.
Assim, no nosso dia a dia, também nos encontramos com pessoas que podem alterar definitivamente a nossa realidade. Mas para que isso aconteça – e o diretor deixa claro em dois momentos “apaixonados” do filme -, é preciso que as pessoas estejam abertas a tudo de revolucionário que novos encontros podem nos trazer. Nem que estas “novidades” surjam apenas para reavaliarmos o que tínhamos e para onde queremos ir. O que Soul Kitchen e outros filmes de Fatih Akin ressaltam é que não há interação, um encontro verdadeiro entre duas pessoas que não resulte em uma realidade modificada.
Outra característica marcante deste diretor alemão é o de não evitar a dor, a perda e as “desgraças” da vida. Para ele, tão importante quanto a alegria e o amor, é o aprendizado, as oportunidades e os efeitos que as tragédias, as perdas e os danos têm nas histórias das pessoas. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Em Soul Kitchen, algumas vezes, parece que Fatih Akin sente um certo prazer mórbido em fazer os seus personagens passarem por maus bocados. Mas o curioso deste filme, mais do que em Auf der Anderen Seite, é que o diretor e roteirista revela, acima de tudo, uma mensagem de esperança, de alegria. Afinal, Soul Kitchen é, acima de tudo, uma história de amor. Feita de percalços, dores, desafios, mas uma história em que o amor, a generosidade e as convicções do protagonista não se perdem nunca. Um filme essencialmente esperançoso.
Fonte: Movie Sense - Blog