Das Wachsfigurenkabinett, 1924
Legendado, Paul Leni
Classificação: Excelente
Formato: AVI
Áudio: inglês (intertítulos)
Duração: 83 min.
Tamanho: 700 MB
Servidor: Mediafire (4 partes) e Jumbofiles (torrent)
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SINOPSE
Realizado no auge do Expressionismo Alemão, O Gabinete das Figuras de Cera (Das Wachsfigurenkabinett, 1924), apresenta três episódios entrelaçados contados por um jovem poeta, a qual foi contratado por um museu de cera para escrever as biografias de três grandes criminosos: o califa Haron al-Haschid (Emil Jannings); Ivã, o Terrível (Conrad Veidt); e Jack, o Estripador (Werner Krauss).
Realizado por um dos mais inovadores cineastas do cinema silencioso alemão, Paul Leni (O Gato e o Canário, O Homem que Ri). Aqui ele aplicou várias técnicas visuais para compor este ambicioso filme, dando tridimensionalidade no cenários expressionistas. Além do vanguardismo na direção de arte, temos nos papéis dos criminosos os três maiores atores alemães de todos os tempos: Werner Krauss, Emil Jannings, e Conrad Veidt. Esta edição digital veio de uma cópia restaurada com viragens de cores, em tons belíssimos de verde, azul, lilás e sépia.
Fonte: 2001video
The Internet Movie Database: IMDB
ANÁLISE
Nos primórdios do cinema, com poucas exceções (vide O Estudante de Praga, de 1913), o horror no cinema restringiu-se às adaptações de clássicos literários. As obras que melhor o representaram não constituíram escola nem foram concebidas para a linguagem fílmica. Foi apenas no cinema alemão da década de 20 que o gênero consolidou-se em sua plenitude criativa: ao mesclar a estética dos seriados franceses de mistério – retomou-se a figura dos "gatunos" d’Os Vampiros (1915-1916) de Louis Feuillade – com a pujante modernidade dos cenógrafos expressionistas, o diretor Robert Wiene encabeçaria a equipe responsável pela filmagem d’O Gabinete do Dr. Caligari (1920), marco inicial da filmografia que elegia o terror como foco central, além de uma das maiores obras-primas jamais filmadas.
Paul Leni
Sua seqüela foi notável, e, quatro anos depois, o alemão Paul Leni lançaria O Gabinete das Figuras de Cera (Das Wachsfigurenkabinett, 1924), de título e elenco caligarianos (Veigt e Krauss interpretaram Cesare e Caligari, respectivamente). No filme de Wiene, um sonâmbulo é exposto numa quermesse por influência do livro que contava a história do mesmerista Caligari; já na produção de Leni roteirizada por Henrik Galeen (Nosferatu), quatro figuras de cera são expostas num parque de diversões e um escritor é contratado para escrever histórias sobre três delas.
Desta forma, essa moldura narrativa enquadra três subenredos, artifício tomado de empréstimo de Pode o Amor mais que a Morte? (1921), de Fritz Lang. Em pouco tempo, inspirado pela filha do proprietário do gabinete, o escritor prepara duas histórias. A primeira – filmada por Leni nos cenários mais exuberantes desde a caracterização de Hostenwall – é uma farsa a respeito de Harun al-Rachid, califa de Bagdá, cujos caprichos em relação às mulheres alheias só se equiparam à arbitrariedade com que condena ou perdoa seus desafetos. Já a segunda reúne eventos dos últimos dias de sanidade dum Ivan, o Terrível que faz jus a seu epíteto, numa sublime recriação da Rússia czarista em que conspiradores subversivos amargam envenamentos em masmorras enquanto o tirano refesteia-se ao observar ampulhetas que indicam aos moribundos quanto tempo lhes resta de vida.
A terceira figura é uma mescla de Jack, o Estripador e Spring Heeled Jack, monstro lendário "investigado" por folhetins de horror da Inglaterra na década de 1830. O escritor, entretanto, adormece antes de iniciar a empreitada e descobre-se emaranhado num pesadelo que constitui o último e mais curto episódio do filme, com cerca de parcos cinco minutos. A brevidade, porém, é imediatamente compensada pela estilização onírica da vertiginosa perseguição do casal por um fantasmagórico Jack, em meio ao parque agora imerso no breu noturno. Indubitavelmente, um dos ápices artísticos do cinema mudo…
Lançado lá fora pelo selo Kino on Video, também resposável por trazer à tona The Man Who Laughs (1928, representante da safra hollywoodiana de Leni), o filme também ganhou versão nacional pela Magnus Opus. Porém, a cópia estadunidense deste clássico expressionista traz os letreiros duma versão londrina restaurada, além de trechos retirados doutra cópia francesa, mas seu forte tingimento digital não é capaz de encobrir seu baixo contraste. Há também, como extras, um raro curta de Leni – o primeiro jogo de "palavras cruzadas" exibido em salas de projeção – e, menos relevante, um excerto de The Thief of Bagdad (1924), dirigido por Douglas Fairbanks com forte inspiração do primeiro episódio do filme.
Já na versão brasileira, há a biografias de Paul Leni, Werner Kraus, Conrad Veidt, Emil Jennings, além dos extras A arte no cenário no cinema, por Paul Leni, áudio comentário de Luiz Nazario, escritor e ensaísta, e o curta-metragem também do DVD norte-americano. Além disso, a edição traz encarte com texto exclusivo de Nazario.
Eis uma rara oportunidade única de se assistir este exemplar do então incipiente cinema de traços terríficos, uma obra que apesar do refinado domínio estético e narrativo, mantém-se muito citada e pouco vista.
Desta forma, essa moldura narrativa enquadra três subenredos, artifício tomado de empréstimo de Pode o Amor mais que a Morte? (1921), de Fritz Lang. Em pouco tempo, inspirado pela filha do proprietário do gabinete, o escritor prepara duas histórias. A primeira – filmada por Leni nos cenários mais exuberantes desde a caracterização de Hostenwall – é uma farsa a respeito de Harun al-Rachid, califa de Bagdá, cujos caprichos em relação às mulheres alheias só se equiparam à arbitrariedade com que condena ou perdoa seus desafetos. Já a segunda reúne eventos dos últimos dias de sanidade dum Ivan, o Terrível que faz jus a seu epíteto, numa sublime recriação da Rússia czarista em que conspiradores subversivos amargam envenamentos em masmorras enquanto o tirano refesteia-se ao observar ampulhetas que indicam aos moribundos quanto tempo lhes resta de vida.
A terceira figura é uma mescla de Jack, o Estripador e Spring Heeled Jack, monstro lendário "investigado" por folhetins de horror da Inglaterra na década de 1830. O escritor, entretanto, adormece antes de iniciar a empreitada e descobre-se emaranhado num pesadelo que constitui o último e mais curto episódio do filme, com cerca de parcos cinco minutos. A brevidade, porém, é imediatamente compensada pela estilização onírica da vertiginosa perseguição do casal por um fantasmagórico Jack, em meio ao parque agora imerso no breu noturno. Indubitavelmente, um dos ápices artísticos do cinema mudo…
Lançado lá fora pelo selo Kino on Video, também resposável por trazer à tona The Man Who Laughs (1928, representante da safra hollywoodiana de Leni), o filme também ganhou versão nacional pela Magnus Opus. Porém, a cópia estadunidense deste clássico expressionista traz os letreiros duma versão londrina restaurada, além de trechos retirados doutra cópia francesa, mas seu forte tingimento digital não é capaz de encobrir seu baixo contraste. Há também, como extras, um raro curta de Leni – o primeiro jogo de "palavras cruzadas" exibido em salas de projeção – e, menos relevante, um excerto de The Thief of Bagdad (1924), dirigido por Douglas Fairbanks com forte inspiração do primeiro episódio do filme.
Já na versão brasileira, há a biografias de Paul Leni, Werner Kraus, Conrad Veidt, Emil Jennings, além dos extras A arte no cenário no cinema, por Paul Leni, áudio comentário de Luiz Nazario, escritor e ensaísta, e o curta-metragem também do DVD norte-americano. Além disso, a edição traz encarte com texto exclusivo de Nazario.
Eis uma rara oportunidade única de se assistir este exemplar do então incipiente cinema de traços terríficos, uma obra que apesar do refinado domínio estético e narrativo, mantém-se muito citada e pouco vista.
Análise retirada do site Speculum
Sempre procuro re(descobrir) obras esquecidas do cinema mudo. Essa é uma delas que chamou muito à minha atenção. Já conhecia á obra de Paulo Leni através do O Homem que Ri, um filme belissímo por sinal. Grato por mais obra fascinante do cinema alemão. Continue postando bons filmes. Obrigado!
ResponderExcluirExcelente!
ResponderExcluirMuito obrigado por disponibilizar esta joia.
Post maravilhoso, há muito que procurava este filme com sua legenda, mas agora que encontrei, o link do torrent está quebrado, gostaria de saber se você poderia disponibilizá-lo novamente, agradeço desde já. Este seu blog é de grande utilidade para os cinéfilos de plantão, já consegui várias pérolas aqui, agradeço demais pelo seu trabalho. Valeu!!
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