Kiss Me Deadly, 1955
Robert Aldrich
Formato: AVI
Aúdio: Inglês
Legenda: Português
Duração: 106 minutos
Tamanho: 698 Mb
Servidor: Firedrive (Parte única)
SINOPSE
O detetive particular Mike Hammer passeia pela estrada à noite quando
uma loira, vestindo um roupão, atravessa a via aos berros e se atira em frente
ao carro. Aceita dar uma carona, é espancado e atirado de um penhasco, mas
sobrevive - a moça não tem a mesma sorte. Passa então a investigar a situação
para saber quem era a mulher e por que a assassinaram.
 Fonte: Cineplayers 
ANÁLISE
Em Psicose, Alfred Hitchcock mata a 
protagonista com pouco mais de 40 minutos de filme. Robert Aldrich, com 
seu A Morte Num Beijo, faz a ousadia futura do mestre do suspense 
parecer brincadeira de criança: durante uma seqüência inicial absurda, 
surpreendente, na qual a personagem principal desta obra-prima 
absolutamente singular (vocês entenderão que isso não é brincadeira) do 
film noir corre pela madrugada em uma rodovia, só de roupão, aos berros,
 e se mete em frente a um carro, ela conhece um detetive particular que 
aceita lhe dar uma carona à parada de ônibus mais próxima. Qual não é a 
surpresa quando a trajetória de ambos é interrompida por um carro que 
surge do nada e tranca a passagem, do qual posteriormente saltam homens 
que, além de estrangulá-la, jogam a moça, o carro e o homem morro abaixo
 em um barranco.
Tudo isso acontece com apenas dez minutos
 de filme, pouco depois de outro elemento inusitado surgir na tela: os 
créditos de abertura, erráticos, surtados, vindo debaixo para cima e com
 o sentido ao contrário (o espectador precisa mesmo ler debaixo pra 
cima). O que sucede este início fora do comum não deixa a desejar em 
sequer um momento, tanto qualitativamente quanto na competência de 
surpreender das formas mais exclusivas possíveis – algo que remete, 
inclusive, a outro filme noir deste mesmo ano, o excepcional O 
Mensageiro do Diabo, responsável pela atuação mais assustadora de Robert
 Mitchium, um dos caras mais assustadores do cinema.
Apesar de ser um exemplo maravilhoso, 
impecável, de cartilha do cinema noir, seus principais elementos e toda a
 construção atmosférica e narrativa em detrimento ao enredo (porque noir
 é clima, acima de tudo), necessárias para o bom funcionamento de um 
filme de estilo, A Morte Num Beijo pode ser considerado uma das 
principais influencias do cinema de suspense neo-surrealista, mais 
precisamente da obra de David Lynch e seus filhos mais surtados, A 
Estrada Perdida, Cidade dos Sonhos e, em menor escala, em virtude de sua
 explosão onírica irremediável, Império dos Sonhos – embora tecnicamente
 remeta ao passado, ao expressionismo, abusando dos contrastes entre 
luzes e sombras, ambientes fechados e apertados, ângulos assimétricos, 
esquizofrênicos e com constantes inclinações.
Depois da decorrência de uma hora de 
filme, na qual toda a trama é fermentada, mas sem qualquer resquício de 
respostas para o questionamento que move as intenções de todo o quadro 
de personagens, em especial do protagonista, A Morte Num Beijo passa a 
apresentar uma renovação inexplicável de sua esfera focal, introduzindo 
elementos inéditos que dão fôlego não apenas renovado, como inimaginável
 à trama. Tudo isso seria mais do que o normal para um filme de suspense
 se manter em maiores níveis de tensão, mas os últimos 15 minutos, que 
representam um surto absoluto utilizado por Aldrich para chutar a linha e
 a agulha para o espaço, desamarram qualquer explicação plausível para 
os fatos e deixam esta jornada com uma sensação gostosamente 
inexplicável.
A Morte Num Beijo é uma obra-prima absoluta de proporções desmedidas.







Olá.
ResponderExcluirObrigado masi uma vez pelo excelente blog. Baixei pelos links antigos e faltou só a parte 1.
Agradeço se você puder disponibilizar novamente.
Angelo, postei novos links. Desculpe-nos pelo incoveniente.
ResponderExcluirAbraço.