quarta-feira, 10 de outubro de 2012

VIDEODROME - 1983

Videodrome, 1983
David Cronenberg

Formato: AVI
Aúdio: Inglês
Legenda: Português
Duração: 87 minutos
Tamanho: 1,35 Gb
Servidor: Mega (Parte única)


SINOPSE
Max Renn (James Woods), o dono de uma pequena emissora de televisão a cabo, capta imagens de uma "snuff", que seriam cenas de pessoas que eram realmente torturadas e mortas. Inicialmente os sinais pareciam vir da Malásia, mas depois descobre-se que eram gerados em Pittsburgh. Gradativamente Max fica sabendo que esta transmissão se chama Videodrome, que na verdade é muito mais que um mórbido show de televisão e sim um experimento que usa as transmissões regulares de televisão para alterar permanentemente as percepções de quem as vê, causando danos no cérebro. Max começa a sofrer efeitos bizarros e alucinógenos destas transmissões, se vendo no meio das forças que criaram e querem controlar o Videodrome. Mas Max descobre que seu corpo pode ser a última arma que poderá usar contra seus inimigos.


ANÁLISE

por Ruy Gardnier

Videodrome é o filme mais rebuscado, mais cáustico e excessivo de Cronenberg. O enredo rocambulesco e todas as implicações que o filme traz fazem de Videodrome a obra-prima de juventude de seu autor. James Woods é o diretor de um canal de filmes pornôs, a Civic TV, e dá de encontro com um tipo de filme em que o que se vê na tela (estupros, torturas, agressões) não é encenação, tudo realmente acontece (o que hoje é caracterizado como snuff movie, mas na época não tinha nome). Como que hipnotizado por essas imagens, Max Renn vai ao encontro de Nikki Brand, uma famosa apresentadora de rádio para saber mais sobre elas. Os dois acabam desenvolvendo uma relação de amor e de fascinação por esses vídeos, que vão acabar levando a personagem Nikki a desaparecer. Renn vai então à procura do Dr. Brian O'Blivion (oblivion significa esquecimento), um profeta da televisão que prega que a emissão de raios catódicos leva o homem a um estágio maior de evolução. 

Temos um simples quadro dos elementos que se tornariam tão caros a Cronenberg: uma evolução que acaba se tornando em regressão (A Mosca, Rabid, Scanners), uma obsessão logo transformada em vício (Naked Lunch, Crash, M.Butterfly) a as mutações do corpo causadas pelos videodromos, que na verdade revelam ser apenas janelas mentais para emissões imperceptíveis que causam um tumor no cérebro cujo primeiro sintoma é causar alucinações em quem é atingido. Por trás da filosofia moralista que envolve a disseminação do videodromo — que é realmente a única coisa falha no filme —, podemos ver, entretanto, um lado negro da América que surgia: pastores televisivos, nova moralidade das ligas de pais contra a pornografia e os termos de baixo calão, etc. 

Mas o que faz a grandeza de Cronenberg é que, pela única vez em sua obra, nos é dada a visão daquele que sofre com o vício. O filme é todo construído a partir do ponto de vista da alucinação, não do que acontece realmente. Daí vermos esguichos de gosma saindo da barriga de James Woods, um vídeo-cassete que é ora inserido ora retirado de uma vulva que nasce em sua barriga, uma fita de vídeo que se transforma em revólver, uma televisão que engole o espectador (como na foto acima). Não sabemos o que realmente acontece e o que é imaginação: tudo para o espectador é dado como se tudo que está na tela realmente estivesse acontecendo (e realmente está, do ponto de vista do personagem).  

Videodrome é também uma das primeiras tentativas de dar conta dos efeitos da televisão e da nova cultura do vídeo. O Dr. O'Blivion, por exemplo, é uma pura existência midiática, uma vez que ele só tem vida nas fitas de vídeo que restaram de sua obra. A imagem na telinha é um jogo entre dois grupos extremistas, um que deseja remoralizar o mundo matando todos os depravados e outro que quer transformar a carne do homem em uma nova carne. O lema desse grupo é "Long live the new flesh/Viva a nova carne", e as campanhas de educação à nova carne e aos raios catódicos é realizada em um centro cívico de recuperação de mendigos e de emissões de raios catódicos. Nesse clima brutal de alienação pelo vídeo, a resposta de Cronenberg é a mais brutal já feita em seu cinema.

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3 comentários:

  1. Respostas
    1. Gilberto, de fato os links 6 e 7 estão repetidos. Aguarde que logo resolveremos esse pequeno deslize. Obrigado por relatar.

      Abraço.

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    2. Gilberto, problema corrigido. Peço desculpas pelo o inconveniente e agradeço por avisar.

      Abraço.

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