Bug, 2006
William Friedkin
Formato: AVI
Aúdio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 101 minutos
Tamanho: 870 Mb
Servidor: Zippyshare
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SINOPSE
Agnes é uma garçonete solitária com um passado trágico, que escapou de 
seu abusivo ex-marido Gross, recentemente saído da prisão estadual. Ela 
muda-se para um motel de beira de estrada e através de sua colega de 
trabalho lésbica R.C. é apresentada para um paranóico veterano da Guerra
 do Golfo, Peter, e iniciam um romance. Contudo, as coisas nem sempre 
são como parecem e Agnes está prestes a experimentar um pesadelo 
claustrofóbico e real quando insetos começam a surgir... 
Fonte: Cineplayers
ANÁLISE
A 
sublime paranóia de Friedkin
por Leonardo Mecchi 
Partindo de uma 
peça de teatro e concentrando sua ação em praticamente uma locação, Possuídos 
poderia facilmente resvalar no chamado teatro filmado. No entanto, basta a cena 
de abertura para dissipar esse receio. O filme se inicia com uma tomada rápida 
de um corpo estendido em um quarto prateado, quase futurista. Corta para uma tela 
escura. O toque de um telefone, close do aparelho conforme ele é atendido por 
uma voz feminina. Silêncio do outro lado da linha. Corta para uma tomada aérea 
do deserto, um helicóptero se aproximando de um prédio (um motel, descobriremos 
mais tarde). O telefone volta a tocar insistentemente. Em off, a mesma 
voz feminina atende. Silêncio. Ela bate o telefone e xinga.
Essa 
pequena descrição está longe de fazer jus ao mistério e, de certo modo, sensualidade 
dessa belíssima cena de abertura. Com recursos puramente cinematográficos, William Friedkin instaura desde o início o universo misterioso em que entramos, além de 
já desvelar um dos principais eixos do filme: a ameaça que o mundo exterior impõe 
ao avançar sobre personagens traumatizados e auto-exilados. A própria presença 
desse plano aéreo inicial já emula parte do mistério do filme e impõe uma série 
de dúvidas ao espectador: o helicóptero utilizado na tomada é apenas um recurso 
técnico da produção ou um elemento diegético? Sendo diegético, ele realmente existe 
ou é apenas parte do delírio psicótico daqueles personagens? Se existe, justifica 
a paranóia observada? Se é fruto de delírio, como pôde originar aquelas imagens 
iniciais? O próprio filme instala essa dúvida, ao trabalhar o barulho de um ventilador 
como o ruído de um helicóptero a espionar aquele ambiente – apenas um exemplo 
da importância da edição de som na obra de Friedkin (e neste filme em particular).
Essa 
relação íntima do filme com a paranóia de seu protagonista reforça o caráter quase 
epidêmico desta. A paranóia de Peter contamina não apenas Agnes, mas a própria 
imagem, que oscila entre a adesão (no abalo causado pelos helicópteros) e a negação 
(na recusa em materializar a imagem dos insetos). Com sua edição precisa e seu 
admirável trabalho de som, Friedkin, no auge de sua forma, nos coloca no centro 
desse processo de enlouquecimento (em especial nos últimos 15 minutos, onde acompanhamos 
em tempo real o processo irreversível de descolamento entre aqueles personagens 
e a realidade) – a ponto de temermos pela sanidade dos próprios atores, que trabalham 
constantemente no limite entre o sublime e o ridículo.
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Oii, bom dia^^
ResponderExcluirOs links não estão funcionando.