sábado, 18 de maio de 2013

O DESPREZO - 1963

Le mépris, 1963
Legendado, Jean-Luc Godard

Classificação: Bom

Formato: AVI
Áudio: francês
Duração: 103 minutos
Tamanho: 700 MB
Servidor: Mega (Parte única)

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SINOPSE
O Desprezo conta a história da crise de um casal em uma viagem à Itália que acaba mal. Camille (Brigitte Bardot) tem a impressão de que seu marido não lhe ama mais. Paul Javal, seu marido, é um roteirista que, para garantir o conforto da esposa e evitar o rompimento da relação, aceita escrever uma nova adaptação da obra grega "A Odisséia" para o cinema. Primeiro, nascem a dúvida e o desprezo em Camille e depois vem a incompreensão e a raiva de Paul. Diferente do livro de Homero, não é Ulisses que vai embora e abandona sua amada Penélope.

Fonte: Interfilmes
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 7.7


O desprezo de Godard


Um estúdio de cinema e um filme sendo rodado nos introduz ao universo do filme "O Desprezo". Uma narrativa dentro do estilo e do mundo do cineasta francês Jean-Luc Godard, realizada em 1963. ("Contempt"- "Le Mepris").

A metaliguagem está claramente presente no conteúdo deste filme: ao roteirista Paul (Michel Picoli)é encomendado escrever um outro desencadeamento da "Odisséia", um roteiro que está sendo filmado pelo estúdio ao qual já fomos introduzidos, uma outra "Odisséia", com outras características para os seus personagens. (O próprio "Desprezo" foi encomendado a Godard por Carlo Ponti).
Então entra a figura do produtor Prokosh, interpretado por Jack Palance, cuja maior característica do personagem é a arrogância e o cinismo; e o diretor, Fritz Lang, interpretando ele mesmo (!). Essa relação roteirista/produtor/diretor toma consistência na narrativa do filme quando eles assistem juntos à exibição dos planos já captados para a nova "Odisséia", daí a posição ideológica de cada personagem/profissão é evidenciada.
Paul prefere o teatro, mas como forma de garantir maior conforto burguês a sua esposa Camille (a exuberante Brigite Bardot, extremamente sensual no auge de sua carreira), aceita escrever uma nova visão da história de Homero.
Após essa introdução entramos no universo íntimo de Paul e Camille, uma relação em crise, a manifestação do desinteresse da mulher pelo homem, perda da atração física, de afinidade, a falta de identificação com o outro, narradas através de longas discussões profundas sobre ele, ela , eles. Ao longo da sequência, há analogias com planos mostrando os personagens da "Odisséia". A construção da dramaticidade é enriquecida através do cenário, o jogo de cores têm influência marcante como narrador dramático, o vermelho e o branco dos móveis e a brincadeiras com a peruca morena usada por Camille, como se tivesse uma outra identidade.
Ela não o ama mais. Paul se vê diante de uma outra situação, causada pela separação física e psicológica, uma ruptura que passa a abalar seus pensamentos e questões íntimas de seu ser. O sentimento de abandono, o desprezo da companheira a quem ainda sente-se muito ligado. Um homem diante da perda de um complemento de sua existência.
A paradisíaca ilha de Capri agora é o cenário da tentativa de reconciliação de Paul, mas Camille é inflexível. Nesta sequência, há inserts de imagens da intimidade perdida do casal através da exuberante forma física de BB e a relação com Paul, evidenciando a relação que um dia tiveram. E a cena na escadaria, analogia de seus degraus com o caminhar do homem na vida.
Paul agora reescreve a "Odisséia": "Talvez Ulysses não quisesse voltar", argumenta a Fritz Lang; por que ficara fora por tanto tempo? A relação entre Penelope e Ulysses é questionada no roteiro de Paul. Ulysses também fora desprezado pela amante(?!)... mas desta vez quem vai embora é ela, Camille, e com o produtor Prokosh.
"O Desprezo" faz uma crítica à estrutura da produção do cinema holywoodiano, e Godard está mais uma vez próximo da filosofia e do existencialismo, através da sua multiplicidade de referências, inclusive a trabalhos dele mesmo, passados (Acossado) e por vir ("A Chinesa", "Pra Sempre Mozart"). É de extrema riqueza narrativa a analogia com as paisagens do mar Mediterrâneo, evidenciando a fragilidade do homem diante da imensidão do oceano.

Crítica retirada de mnemocine




















































































































































3 comentários:

  1. Gostei muito do blog!!! Continuem com esse trabalho, é uma fonte rica de informações para nós, cinéfilos!

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  2. Esse é um dos melhores filmes de todos os tempos.

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  3. Tem legenda em português? Quero muito assistir esse filme com a minha musa maior de todos os tempos: Brigitte Bardot, a mulher mais linda que Deus colocou no mundo!

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