A NOUS LA LIBERTÉ, 1931
Legendado, René Clair
Classificação: Excelente |
Áudio: francês
Legendas: Português
Duração: 104 min.
Tamanho: 640 MB
Servidor: Depositfiles (2 partes)
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SINOPSE
Dois presidiários planejam escapar da prisão, e são bem sucedidos na fuga, só que um deles, Emile (Henri Marchand), é pego e acaba preso de novo. Louis (Raymond Cordy) consegue se livrar da cadeia, e arranja um emprego como vendedor, só que depois enriquece e se torna dono de uma fábrica regida sob os princípios da linha de montagem. Um dia Emile é solto e vai até a fábrica de Louis, e lá se apaixona por uma secretária chamada Jeanne (Rolla France). Só que o passado volta para assombrar Louis, e ele passa a correr o risco de descobrirem que ele é fugitivo. Os dois velhos amigos somem de vez, e encontram apenas uma solução para conseguirem a liberdade absoluta: se tornam mendigos errantes.
Fonte: Adorocinema
Fonte: Adorocinema
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 7.6
ANÁLISE
Filme clássico de René Clair, que expressa uma critica aguda à vida burguesa, baseada no trabalho estranhado e na negação do ócio. O filme trata também do significado do progresso técnico e da ideologia do amor romântico, uma das ideologias da modernidade do capital. Em A Nous la Liberte, Émile e Louis são vagabundos, que cultivam valores pré-modernos, da liberdade e do companheirismo. Clair expõe a lógica da sociedade do trabalho estranhado, suas impostações factuais, que alienam os homens do verdadeiro sentido da vida.
Em A Nous la Liberte, a linha de montagem está no presídio e na fábrica, consumindo tempo de vida de homens e mulheres. Na verdade, é contra a expansividade do capital e da ideologia do trabalho estranhado que René Clair se manifesta em A Nous la Liberte. Em 1931, imerso na depressão capitalista, a critica do salariato e do estilo de vida burguês assume, com Clair, no cinema, seu ápice. É importante destacar que, na mesma época, o alemão Ernst Jaeger escrevia O Trabalhador, uma ode ao trabalho, base da civilização do capital. O que significa que Clair com A Nous la Liberte está envolvida numa luta ideológica contra as disposições do sistema do capital. Talvez inspirado em Clair, Chaplin iria produzir, anos depois, seu Tempos Modernos. O vagabundo de Chaplin e o Émile e Louis de Clair são da mesma estirpe – são anti-heróis problemáticos, personagens pré-modernos, quase Quixotes contra o avanço alucinante da modernização capitalista, que teve seu impulso maior na década de 1920.
É interessante que Émile e Louis não apenas proclamam o velho ócio, das sociedades pré-industriais, imersas no ritmo da natureza, mas as possibilidades do novo ócio, baseado nos avanços das máquinas, que poderiam colocar, pelo menos, a possibilidade de liberação dos homens do trabalho estranhado (o que exigiria a abolição do capital como propriedade privada e divisão hierárquica do trabalho). Clair é visionário ao vincular a ideologia do amor romântico, escape furtivo à banalidade do cotidiano capitalista, com a indústria fonográfica, ou seja, um tipo de indústria cultural, a fábrica dos sonhos.
Crítica retirada de telacritica
Filme deliciosamente questionador, com poesia, humor e de uma apurada elegância proletária.
ResponderExcluirDesmonta-se os valores mesquinhos do universo burguês, descortina sua lógica opressora de uma sociedade capitalista e alienada.
Um filme integralmente humanista..
HR
Obrigado.
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