quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

UM ESTRANHO NO NINHO - 1975

Filme ganhador dos seguintes prêmios no Oscar de 1976: Melhor filme, Melhor ator (Jack Nicholson), Melhor atriz (Louise Fletcher), melhor diretor (Milos Forman) e melhor roteiro adaptado 

One Flew Over the Cuckoo's Nest, 1975
Legendado, Milos Forman

Classificação: Excelente

Formato: AVI
Áudio: inglês
Legendas: português
Duração: 133 min.
Tamanho: 700 MB
Servidores: Mega (Parte única)
                
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SINOPSE
Randle Patrick McMurphy (Jack Nicholson), um prisioneiro, simula estar insano para não trabalhar e vai para uma instituição para doentes mentais, onde estimula os internos a se revoltarem contra as rígidas normas impostas pela enfermeira-chefe Ratched (Louise Fletcher). Mas ele não tem idéia do preço que irá pagar por desafiar uma clínica "especializada".

Fonte: adorocinema
The Internet Movie Database: IMDB


ANÁLISE
Deus escreve certo por linhas tortas. Às vezes, o velho e conhecido ditado se encaixa tão perfeitamente em determinadas situações de bastidores da indústria cinematográfica que até mesmo os quem não acredita Nele pensa duas vezes. Este é o caso do megasucesso dos anos 1970 “Um Estranho no Ninho” (One Flew Over the Cuckoo’s Nest, EUA, 1976). Planejado como um pequeno melodrama sobre inconformismo, a história sobre um homem rebelde e mentalmente são que é trancafiado num hospício conquistou um sucesso avassalador de público, tornando-se o segundo filme a conquistar as cinco principais categorias do Oscar. O que pouca gente sabe é que a produção levou quase duas décadas para sair do papel.
Milos Forman
Na realidade, “Um Estranho no Ninho” deveria ter sido produzido em 1962, quando o ator Kirk Douglas, então um grande astro no ápice da carreira, comprou os direitos do romance de mesmo nome, escrito por Ken Kesey. Durante um ano, Douglas lutou para convencer os executivos dos grandes estúdios a financiar o longa-metragem, mas aquela era a época da Hollywood clássica, e um enredo que incentivava abertamente o inconformismo não era bem visto dentro dos círculos conservadores que dominavam a indústria. Literalmente todos os estúdios se recusaram a bancar a obra. Douglas acabou montando uma produção teatral no ano seguinte, e desistiu de fazer o filme.
Antes, enquanto tentava levar o projeto à frente, o ator havia chegado a bater um papo sobre o livro com o cineasta tcheco Milos Forman, que então ainda trabalhava no país natal. Douglas queria um diretor jovem, e sugeriu que Forman lesse o livro, tendo enviado um exemplar pelo correio para o cineasta. O romance nunca chegou (possivelmente confiscado pelos censores do então país comunista), e os dois passaram dez anos sem se falar depois disso. Em um mal-entendido clássico, Douglas pensou que Forman odiara o livro, e o tcheco achou que o astro de Hollywood simplesmente esquecera da promessa. Aparentemente, o conto rebelde de Ken Kesey não estava destinado a virar filme. Quem iria mudar isso seria um jovem cabeludo apaixonado pelo conto, que por coincidência era filho de Kirk: o futuro astro Michael Douglas.
Ator iniciante na primeira metade dos anos 1970, foi Michael quem percebeu que o mundo havia mudado, e que vivia a época perfeita para um filme sobre inconformismo. Na ocasião, os jovens norte-americanos experimentavam um período especialmente rebelde, com passeatas contra a guerra do Vietnã e resquícios da fase “amor livre” da era hippie. Ele e o experiente produtor Saul Zaentz decidiram levar o projeto adiante. Os grandes estúdios continuavam com medo do tema, mas a Warner liberou o orçamento minúsculo de US$ 4 milhões e topou a parada. Tendo acertado com o ícone da rebeldia juvenil da época, Jack Nicholson, para o papel principal, Douglas precisava gastar pouco com o diretor. E escolheu justamente Milos Forman, então iniciando carreira em Hollywood. Parece ou não parece algo mágico?
Desde o princípio, Forman viu a história do jovem rebelde enviado para testes psiquiátricos num Manicômio Judiciário como uma metáfora para a situação de seu país de origem, a Tchecoslováquia. Foi ele quem tomou a decisão de hospedar os atores dentro de um manicômio de verdade, onde todos puderam viver durante dez dias como pacientes, e depois gravar o filme inteiro em seqüência, ali mesmo, usando os loucos como extras. A atitude permitiu que cada ator trabalhasse as nuances de seus personagens, e o resultado transparece na tela: cada integrante do grupo de pacientes que convive com McMurphy, mesmo aqueles com pouco tempo de tela, parece uma pessoa de carne e osso, com sentimentos e uma história pessoal.
As performances ainda foram turbinadas por uma técnica rara no cinema, adotada por Forman: ele filmava todas as cenas em longas tomadas, sem dizer aos atores para quem a câmera estava apontada. Como ninguém sabia quando seria focalizado, todos permaneciam interpretando o tempo todo. Daí as atuações cheias de energia de Jack Nicholson – impagável, na pele do rebelde que luta com todas as forças para que os pacientes comecem a pensar por si próprios – e Louise Fletcher (a enfermeira-chefe, Ratchett), cujo rosto impassível faz o contraponto perfeito à expressão gozadora de Nicholson.
O resultado é um perfeito melodrama agridoce, ao mesmo tempo amargo e encharcado de esperança, com muitos momentos emocionantes (toda a seqüência da pescaria, o final arrasador), de fazer os espectadores mais sensíveis se debulharem em lágrimas. A subtrama que envolve o tímido jovem Billy (Brad Dourif, indicado ao Oscar de ator coadjuvante na sua estréia cinematográfica) é magnífica, extremamente tocante, e sozinha poderia ter sido transformada em um belo filme. Influenciou todas as obras inconformistas feitas a partir dele, como “Sociedade dos poetas mortos” (1989) e “Um Sonho de Esperança” (1994).
Análise retirada do site Cinereporter

































































































































































2 comentários:

  1. Clássico por excelência do grande Milos Forman. Um diretor que ainda não teve seu talento devidamente reconhecido.Outro grande filme que eu também recomendo é O Povo Contra Larry Flynt, uma crítica inteligente contra o conservadorismo americano.

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