sábado, 31 de janeiro de 2015

NAZARIN - 1959

Nazarin, 1959
Legendado, Luis Buñuel

Formato: AVI
Áudio: espanhol
Legendas: Pt-Br
Duração: 94 minutos
Tamanho: 655 MB
Servidor: Mega (Parte única)

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Parte única


SINOPSE
Baseando-se na novela de Benito Perez Galdós, Luis Buñuel, o cineasta mais importante da língua hispânica de sua época, atualiza o argumento, dando-lhe grande força dramática (uma vez que os problemas manchengos da trama são adaptados ao universo mexicano). O humilde padre Nazarín, interpretado por Francisco Rabal, vive e compartilha sua pobreza com os necessitados que moram perto da pousada de Chanfa. Após proteger uma prostituta que provocou um incêndio, é obrigado a fugir da cidade. Em sua peregrinação, as ações de Nazarín provocam uma série de problemas que se contrapõem fortemente a visão da caridade cristã.

Fonte: Filmow
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 7.9

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

JAPÃO - 2002

Japón, 2002
Legendado, Carlos Reygadas

Formato: AVI
Áudio: espanhol
Legendas: Pt-Br
Duração: 130 minutos
Tamanho: 760 MB
Servidor: Mega (Parte única)

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Parte única

SINOPSE
Decidido a pôr término em sua vida, um homem chega às montanhas mexicanas, num povoado miserável. Se hospeda no barraco sem recursos de uma velha senhora. Enquanto aguarda e ensaia o derradeiro momento, aproveita os últimos instantes de luz que chegam abrindo espaço através das misérias morais e materiais. Premiado em Cannes, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outros festivais.


The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 6.8


ANÁLISE

Há grandes filmes simples, em que uma discrição na forma nos permite contudo viajar com força num mundo inédito e inexplorado. Há grandes filmes grandiloqüentes que nos fazem suspeitar das apostas estéticas: era preciso ir tão longe, isso não poderia ser conseguido de formas menos espetaculosas? Se Japão funciona em apenas um desses lados, é definitivamente o segundo. O primeiro filme de Carlos Reygadas é uma experiência forte, certamente das mais perturbadoras que um primeiro filme já causou na história do cinema. Um parti-pris estético alucinado, um argumento mínimo, uma mestria no domínio da imagem de tirar o fôlego e uma temática certamente longe do gosto do dia (a salvação, o sacrifício). Sim, estamos diante de outro filme-OVNI, que vem se juntar a Eternamente Sua como as duas grandes descobertas e os dois mais surpreendentes filmes exibidos no Festival do Rio de 2002. Dois recortes diversos: enquanto o tailandês Apichatpong Weerasethaul prefere trilhar o caminho das águas claras, o mexicano Carlos Reygadas escolhe um caminho de redemoinhos, não apenas barroco, mas decididamente por vezes arriscando a trilhar o perigoso atalho do rococó. Japón é um daqueles filmes perigosos, ambíguos, onde cada caminho tomado é recebido num misto de maravilhamento e desconfiança: ele certamente pertence à família da grandiloqüência como ascese e salvação (pensamos diretamente em O Sacrifício de Tarkovski e Ondas do Destino de Lars Von Trier), da majetade da beleza (a música, as força da natureza) e da grandiosidade da destruição (a morte, o corpo nu envelhecido, a trapaça).

Carlos Reygadas

Acompanhamos desde o começo as andanças de um homem adulto. Ele manca um pouco, caminha com a ajuda de um cajado. O caminhar já permite suspeitar daquilo que se confirma quando temos de seu rosto o primeiro olhar: é um homem destruído pela vida. O olhar devastado é a pura expressão de seus gestos. Ele sai de seu mundo, a sociedade urbana, para ir aos campos montanhosos do México para encontrar a serenidade suficiente com a qual tomará uma decisão muito importante. "Para me matar", responde ele, quando perguntam com que motivos ele se dirige a um vilarejo tão inóspito para alguém da cidade grande. O tipo interpretado por Alejandro Ferretis, aliás uma espécie de duplo da voz do cineasta tão próximo um se encontra do outro, é então menos um personagem do que uma efígie, o rosto pleno do niilismo mais assustador. A regra do jogo é dada logo no começo: um menino tenta matar um pombo (para comer, imagina-se) e, quando esse homem aparece, arranca o bicho das mãos da criança para facilitar-lhe o trabalho. O plano seguinte é fechado no chão, onde caiu a cabeça do pombo, que realiza os últimos movimentos, já fora do corpo. É como senhor da vida e da morte (primeiramente da sua, depois dos outros) que se estabelece o personagem-guia e, logo saberemos, também o filme.



Esse homem vai até um vilarejo muito simples, e lá consegue encontrar acolhida na humilde casa de uma mulher, Ascen (diminutivo de Ascensión que, como ela mesma explica, é a "subida de Cristo para perto dos anjos, ao contrário de Ascunsión, que é a vinda dos anjos para perto da Virgem Maria). Poderia a partir daí decorrer uma troca: a mulher aprende com a dureza do homem e ele se deixa encantar pela simplicidade dos gestos da velha senhora. Nada disso. Permanecem dois universos distantes, um o da singeleza quase escrava de Ascen e a dureza suicida do homem. Ele é o símbolo do homem que decaiu, daquele que poderia ter acreditado, que vive com a terrível lacuna de não conseguir mais acreditar em redenção muito embora seja tudo que ele queira. Prova disso são as poucas vezes em que ele viaja solitário. Nas duas, somos acompanhados pela Paixão de São Mateus, de Bach. Da primeira vez, ele coloca os fones de ouvido e vê desfilarem, seja por qual motivo for, todos os jovens da aldeia. É a chance da salvação pelo futuro, pela inocência. Numa outra, mais sombria, é uma escalada até um topo de morro de onde se vê a grandiosidade da natureza. Junto dela, um cavalo morto. Com um revólver, o homem ensaia, mas não consegue se ver em nenhuma das situações – não tem a alma para incorporar o todo da natureza dentro de si (digamos, para simplificar, que ele não consegue encontrar dentro de si a exuberância que vê na natureza) e ao mesmo tempo não tem a coragem para abandonar definitivamente a vida em prol da outra exuberância, a da morte. Aturdido, o homem cai, desmaiado. A câmera, talvez ensaiando os passos de sua alma, sobe em curvas até o céu, onde as nuvens embranquecem a tela até o alvo absoluto. O cinema vibra.

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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

EL TOPO - 1970

El Topo, 1970
Legendado, Alejandro Jodorowsky

Formato: AVI
Áudio: espanhol
Legendas: Pt-Br
Duração: 125 minutos
Tamanho: 1,49 GB
Servidor: Mega (Parte única)

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Parte única

SINOPSE
El Topo (Alejandro Jodorowsky), um pistoleiro que veste negro, inicia uma transformadora jornada pelo deserto. Lá ele desafia quatro mestres guerreiros, testemunha a violência brutal de um mundo sádico e cruel e se declara Deus. Topo é acompanhado pelo filho (Brontis Jodorowsky), que deve enterrar sua infância para tornar-se um homem.

Fonte: Adorocinema
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 7.5


ANÁLISE

Um filme cercado de lendas, algumas verdadeiras. John Lennon exigiu que a Apple comprasse seus direitos para exibi-lo em Nova York. Em pouco tempo o filme tornou-se um Cult nas sessões de meia-noite no circuito underground. “El Topo” (aka “The Mole”, 1970), uma produção mexicana do diretor franco-chileno Alejandro Jodorowsky narra em estilo “western spaghetti” de Sérgio Leone a jornada espiritual de um pistoleiro em desoladas paisagens repletas de alusões e alegorias a Jung, Freud, misticismo, esoterismo, filosofias e mitologias bíblicas. Cada plano, cena ou detalhe é um desafio para o espectador tentar resolver os enigmas que se acumulam em cada imagem baseada em fragmentos de textos antigos, fábulas e contos zen. O diretor parece querer que tanto o protagonista quanto o espectador tenham o mesmo destino da toupeira: à procura do Sol ela cava até a superfície. Quando vê o Sol, ela fica cega.

Um homem trajando negro da cabeça aos pés em pleno deserto incandescente cavalga um cavalo negro carregando um guarda-chuva sobre sua cabeça e trazendo atrás na sela um menino nu, exceto por um chapéu de cowboy. O homem para, amarra o cavalo em um poste solitário na areia e vemos nas mãos do menino um urso de pelúcia e uma fotografia em um porta-retrato. O homem diz: “hoje você faz sete anos. Você agora é um homem. Enterre seu primeiro brinquedo e o retrato da sua mãe”. Ele pega uma flauta e toca enquanto o menino segue suas instruções.  Para o espectador, essa cena de abertura será a mais normal e compreensível de todo o filme.

“El Topo” do franco-chileno diretor Alejandro Jodorowsky é cercado de histórias e lendas: suas técnicas de filmagem não eram o que poderia se dizer ortodoxas - normalmente utilizava nativos da região da filmagem como atores e obrigava-os a se submeter a experiências de esgotamento físico diante das câmeras. Rumores dizem que fazia os atores experimentarem o sangue um do outro e de expô-los a violência real. Segundo consta, o próprio Jodorowsky matou os 300 coelhos com as próprias mãos para uma cena do filme.


John Lennon viu o filme e aconselhou o gerente Allen Klein da gravadora Apple a comprar os direitos e exibiu “El Topo” em Nova York. O filme tornou-se elemento permanente da cena hippie nas sessões de meia-noite por toda a década dos anos 1970 naquela cidade, tornando-se um dos favoritos da geração emergente de atores como Dennis Hooper e Jack Nicholson. Tanto que Dennis Hooper dirigiu o filme “The Last Movie” (1971) no Peru inspirado nos temas místicos e antropológicos de Jodorowsky.

O Filme


O filme é sobre El Topo (Alejandro Jodorowsky), uma figura inteiramente vestida de preto carregando seu filho nu no cavalo e que usa sua sobrenatural habilidade com o revólver para libertar um local sob o domínio de um coronel sádico. Após a vitória, deixa seu filho para ser cuidado por monges em uma missão católica e parte com uma mulher. Ela o convence a se enveredar no deserto em busca de quatro grandes mestres para derrotá-los em duelos. Cada um deles representa uma religião particular ou filosofia. Através das suas habilidades, trapaças ou pura sorte, El Topo consegue derrotá-los para depois ser traído por essa mulher que o atinge com diversos tiros.

Quase morto, El Topo é carregado por um grupo de pessoas aleijadas e deformadas que o leva a uma caverna onde habitam em uma estranha sociedade de mutantes. Lá, El Topo torna-se um pacificista e pedem a ele que os ajude a construir um túnel para que os leve de volta a uma cidade que agora é dominada por uma elite de fascistas e religiosos degenerados.

Essa alucinada narrativa é filmada em um estilo do chamado western spaghetti de Sérgio Leone. Tanto o western clássico como o italiano já exploravam personagens míticos como pistoleiros sobrenaturalmente precisos, paisagens desérticas e oniricamente desoladas, locais onde os espectadores poderiam esperar confrontos entre semideuses e mitos. Jodorowsky se apropria dessa mitologia para explodi-la em milhares de pedaços transformando o “velho oeste” em uma terra atemporal repleta de experiências místicas e psicodélicas.

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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O ALUCINADO - 1953

El, 1953
Legendado, Luis Buñuel
Classificação: Bom - 8.5

Formato: AVI
Áudio: espanhol
Legendas: Pt-Br
Duração: 92 minutos
Tamanho: 690 MB
Servidor: Mega (Parte única)

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Parte única

SINOPSE
Francisco mantém uma imagem de homem tranqüilo, conservador e religioso. Durante uma missa, conhece Glória, noiva de um amigo. Em pouco tempo, consegue separá-los e casar-se com a jovem. Depois do casamento, passa a ser um homem paranóico, ciumento e atormentado. Fascinante drama psicológico marcado por crítica feroz à burguesia e ao clericalismo,"O Alucinado" é considerado pela crítica mundial como uma das obras máximas do mestre Luis Buñuel. Inclusive, o próprio cineasta costumava afirmar que este era um dos seus trabalhos favoritos.

Fonte: Filmow
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 7.7


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ZONA DO CRIME - 2007

La zona, 2007
Legendado, Rodrigo Plá
Classificação: Bom - 8.0

Formato: AVI
Áudio: espanhol
Legendas: Pt-Br
Duração: 97 minutos
Tamanho: 700 MB
Servidor: Mega (Parte única)

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Parte única

SINOPSE
Cidade do México, México. Alejandro (Daniel Tovar) é um adolescente que vive em La Zona, um condomínio fechado protegido por guardas particulares. No dia de seu aniversário três jovens de uma favela vizinha invadem o local, para assaltar uma das casas. Durante o assalto eles matam uma mulher, mas a empregada consegue fugir e avisa a segurança. Os guardas reagem e matam dois dos invasores, mas Miguel (Alan Chávez) consegue escapar. Logo em seguida um grupo de moradores se reúne na casa de Alejandro, onde fica decidido que nada será dito às autoridades e que eles próprios procurarão o 3º invasor pela propriedade do condomínio.

Fonte: Adorocinema
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 7.1


ANÁLISE

Há uma similaridade curiosa entre as introduções de Zona do Crime, produção mexicana dirigida por Rodrigo Plá, e o clássico cult Veludo Azul, realizado por David Lynch em 1986: depois de se deterem na aparência superficialmente paradisíaca de um recorte da sociedade (um elegante condomínio fechado e um confortável subúrbio norte-americano, respectivamente), ambos os filmes logo revelam um incômodo contraste entre aquela fachada e o que realmente há por trás (ou por baixo) daquele mundo. Porém, enquanto Lynch revelava a perversão e o falso moralismo dos norte-americanos, aqui Plá busca chocar com a brutal desigualdade econômica entre a minoria dominante e rica e a maioria miserável que estabelece a dinâmica social dos países do Terceiro Mundo. 
Rodrigo Plá
Co-escrito pelo diretor ao lado de Laura Santullo (autora do conto original), Zona do Crime é ambientado num imenso e sofisticado condomínio fechado habitado por ricaços mexicanos que, durante certa noite de chuva, tem parte de seu muro derrubado por um outdoor e é invadido por três jovens assaltantes que residem na favela situada ali ao lado. Depois de matarem a dona da primeira casa que tentam roubar, eles passam a ser perseguidos pelos demais condôminos, que decidem fazer justiça com as próprias mãos, chegando a mentir para a polícia a fim de se verem livres para caçar Miguel (Chávez), o único bandido que permanece vivo. Sem ter como sair do condomínio, o rapaz se esconde no porão da casa do adolescente Alejandro (Tovar), que decide tentar salvar sua vida. 
A princípio, pode parecer estranho que os obviamente abastados residentes de “La Zona” (como o condomínio é conhecido por todos) possam ter tamanha autonomia em relação à polícia local – e o filme leva algum tempo para ilustrar para o espectador que aquele é um local com regras e leis próprias, funcionando quase como um território estrangeiro dentro do país. Aos poucos, porém, a lógica que rege a narrativa vai se tornando clara e percebemos que Zona do Crime se entrega à alegoria no intuito de fazer sua crítica social, tornando-se mais e mais óbvio à medida que retrata as dissidências em seu microcosmos e os métodos repressores que passam a ser adotados pelos “governantes” diante de seus opositores (o que leva a um interessante momento em que o telefone de um residente é confiscado, transformando-o num prisioneiro dentro de seu próprio lar e cerceando sua liberdade de expressão). Da mesma forma, a brutalidade dos mini-ditadores, que manipulam informações, ocultam cadáveres e impõem o toque de recolher acaba compondo uma distopia que remete diretamente  à história recente de tantos países da América Latina (incluindo-se, aí, o Brasil).
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domingo, 25 de janeiro de 2015

E SUA MÃE TAMBÉM - 2001

Y tu mamá también, 2001
Legendado, Alfonso Cuarón 
Classificação: Bom - 8.5

Formato: AVI
Áudio: espanhol
Legendas: Pt-Br
Duração: 106 minutos
Tamanho: 783 MB
Servidor: Mega (Parte única)

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Parte única

SINOPSE
Tenoch (Diego Luna) e Julio (Gael Garcia Bernal) são dois adolescentes de 17 anos que são controlados pelos seus hormônios e desejam se tornar adultos rapidamente. Em uma tarde festiva eles encontram Luisa (Maribel Verdú), uma garota espanhola 11 anos mais velha que eles e que é casada com o primo de Tenoch. Eles a convidam para uma viagem à praia de Boca del Cielo, convite este inicialmente recusado e posteriormente aceito, após Luisa receber uma desagradável notícia. Porém, tanto Julio quanto Tenoch não conhecem o caminho até a praia e nem mesmo se ela realmente existe, fazendo com que os três se aventurem em uma viagem onde inocência, sexualidade e amizade irão colidir.

Fonte: Adorocinema
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 7.7


ANÁLISE

Filmes sobre adolescentes quase nunca provocam algum tipo de resposta emocional em pessoas adultas, especialmente se forem produzidos nos Estados Unidos. Por lá, esse tipo de produção repisa sempre a mesma história, mostrando um bando de garotos feiosos sedentos por sexo. “E Sua Mãe Também” (Y Tu Mama También, México, 2001), ainda bem, não é norte-americano – e talvez por isso seja tão refrescante. Curiosamente, também versa sobre dois rapazes que só querem transar, mas a abordagem do cineasta Alfonso Cuarón faz toda a diferença, e o transforma em um filme maravilhoso. Trata-se do tipo de obra que provoca identificação imediata entre os mais jovens, e traz uma bem-vinda sensação de nostalgia gostosa para adultos.
Alfonso Cuarón 
Em termos de gênero, “E Sua Mãe Também” poderia ser descrito brevemente um dos melhores filme de adolescentes já produzidos. Não é exagero. O título não tem nada a ver com as contrapartes americanas que são produzidas a toque de caixa, a exemplo da série “American Pie” e congêneres. O diferencial, sem dúvida, é a mão do diretor, que trata a sexualidade – basicamente, o norte que guia qualquer adolescente normal – sem o menor traço de culpa ou repressão, e com doses cavalares de energia e honestidade.
O filme cozinha firmemente, no mesmo pote, temas como sexualidade, juventude, amizade e globalização, e a receita jamais perde o ponto. Não há gorduras narrativas. “E Sua Mãe Também” é uma pequena pérola perfeita, o tipo de filme que a gente assiste de olhos bem abertos, vidrados, sem pensar em ir ao banheiro, sem olhar para o relógio, apenas desfrutando do aqui e do agora, exatamente como fazem os personagens. E isso tudo é muito, muito bom.
Os dois personagens principais são melhores amigos. Julio (Gael Garcia Bernal) e Tenoch (Diego Luna) têm 17 anos e ficam sozinhos durante as férias, depois que as respectivas namoradas viajam para a Itália em intercâmbio. São dois rapazes normalíssimos para a idade, inseparáveis, que vêem diversão (e sexo, claro!) em tudo. Tomam porres homéricos, se masturbam na piscina pública do clube local, sonham em transar o máximo possível durante as férias e passam cantadas em qualquer garota que esteja por perto. Uma delas é Luisa (Maribel Verdú), moça de 28 anos casada com um primo de Tenoch.

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sábado, 24 de janeiro de 2015

OS ESQUECIDOS - 1950

Los olvidados, 1950
Legendado, Luis Buñuel
Classificação: Excelente - 9.0

Formato: AVI
Áudio: espanhol
Legendas: Pt-Br
Duração: 85 minutos
Tamanho: 695 MB
Servidor: Mega (Parte única)

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Parte única

SINOPSE
Nos subúrbios da Cidade do México um grupo de jovens delinqüentes passa os dias cometendo pequenos roubos. Um fugitivo de um reformatório, Jaibo (Roberto Cobo), por ser mais velho e experiente se torna o líder natural deles. Um dia, na companhia de Pedro (Alfonso Mejía), Jaibo se descontrola e espanca Julian (Javier Amézcua) até a morte, pois supostamente este o teria delatado. Pedro, que tem uma grande necessidade de carinho materno mas é ignorado por sua mãe (Estela Inda), carrega um sentimento de culpa por se considerar cúmplice de Jaibo, que se comporta como se nada tivesse acontecido. Jaibo ainda tenta seduzir a mãe de Pedro, que não lhe dá nenhuma abertura, fazendo com que o confronto entre Jaibo e Pedro seja algo inevitável.

Fonte: Adorocinema
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 8.2


ANÁLISE

Após os marcos surrealistas Um Cão Andaluz e A Idade de Ouro e dos documentários Terra Sem Pão Espanha Leal em Armas (pró-república), Luis Buñuel mudou-se para os EUA, onde trabalhou na Warner Bros., supervisionando as dublagens em espanhol para o estúdio, e no MoMA, remontando O Triunfo da Vontade para que servisse como propaganda antinazista, além de ter sido expulso por Greta Garbo de um set de filmagem. Persona non grata na ditadura franquista, Dom Luis foi para o México, em 1946, à procura de emprego: bem ao gosto do sistema de produção cinematográfico daquele país, realizou as comédias de aventura Gran Casino e El Grande Calavera. O sucesso comercial do último, no entanto, permitiu a Buñuel dirigir o audacioso Os Esquecidos, com que retornou definitivamente ao primeiro plano do cinema mundial, ao ganhar, inclusive, o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes. 

A fase mexicana, quando se juntou ao roteirista Luis Alcoriza e ao fotógrafo Gabriel Figueroa, reúne os melhores filmes de Luis Buñuel (exceção aos estupendos O Diário de Uma Camareira e Tristana, Uma Paixão Mórbida, feitos na França). Se Um Cão Andaluz A Idade de Ouro, como projetos ligados à vanguarda do surrealismo, pregavam a ruptura a quaisquer convenções narrativas, os filmes de Dom Luis no México, ao contrário, mostram-se justamente clássico-narrativos. Em Os Esquecidos, por exemplo, a história contada é límpida e cristalina: o menino Pedro se envolve com a pequena bandidagem de rua liderada por El Jaibo que, para se vingar de quem supostamente o entregou à polícia, assassina Julian. A fim de conquistar o amor da mãe ausente, Pedro se emprega como aprendiz de ferreiro, mas é acusado de roubo e vai para o reformatório. Ao sair, o reencontro com El Jaibo precipita a tragédia. 

Os Esquecidos
O Anjo ExterminadorO AlucinadoEnsaio de Um Crime, Viridiana, Nazarin: filmes narrativos que, todavia, sabotam a si próprios, na medida em que tornam ambíguas e mesmos incompreensíveis as motivações dos personagens. Por que, depois de presenciar tanta injustiça e maldade, padre Nazário se arma com um abacaxi e permanece teimosamente honesto, íntegro e bondoso emNazarin? Por que os burgueses de O Anjo Exterminadornão conseguem deixar a casa onde estão reunidos? Por que Francisco Córdoba, Archibaldo de La Cruz e Dom Jaime (protagonistas, respectivamente, de O Alucinado,Ensaio de Um Crime Viridiana) afundam no amor obsessivo e controlador, embora sejam cidadãos respeitados dentro da comunidade? Pedro, em Os Esquecidos, admite não ser bom, declara que deseja mudar, mas que não sabe como: seus atos não se adequam às explicações racionais, uma vez que se pautam pelos impulsos, pelos desejos e pelas emoções que explodem sem aviso, como na seqüência em que, com raiva e desconhecendo o motivo, mata as galinhas à paulada (embora, ao final, concorde com a nada convincente teoria do diretor do reformatório).

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HELI - 2013

Heli, 2013
Legendado, Amat Escalante
Classificação: Bom - 8.0

Formato: mkv
Áudio: espanhol
Legendas: Pt-Br
Duração: 105 minutos
Tamanho: 1,82 GB
Servidor: Mega (Parte única)

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Parte única

SINOPSE
Guanajuato, México. Estela (Andrea Vergara) é uma garota de 12 anos que está namorando às escondidas com Beto (Juan Eduardo Palacios), um jovem recruta. Ele a pressiona para que tenham relações sexuais, mas ela sempre recusa a iniciativa. Um dia, Beto esconde na caixa d'água da casa de Estela alguns pacotes com cocaína, que deveriam ter sido queimados pelo exército. Sua ideia é vender a droga e, com o dinheiro, deixar a cidade e se casar com Estela. Entretanto, os planos vão por água abaixo quando os militares que desviaram a droga descobrem quem roubou os pacotes.

Fonte: Adorocinema
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 6.8


ANÁLISE

A imagem grita, os personagens silenciam.
Heli abriu a Competição do 66º Festival de Cannes. É o terceiro longa-metragem do diretor mexicano Amat Escalante, bastante apreciado pelo Festival, visto que estreou seus dois outros longas – Sangre(2005) e Os Bastardos (Los Bastardos, 2008) – na mostra Un Certain Regard. É possível esboçar alguns temas que se repetem em sua obra, como a juventude, a violência, as situações limite, tendo sempre como cenário a sociedade mexicana contemporânea e sua relação com a cultura americana. Essa relação de poder lhe interessa em especial: ele próprio a vivencia intensamente, por ser americano por parte de mãe e mexicano por parte de pai.

Amat Escalante

A produção de Heli distribuiu um press kit que continha uma entrevista com Escalante. Nela, podemos entender várias das motivações e intenções do diretor. Ainda que informações extra-filme, acredito que sejam interessantes para tentar compreender algumas perguntas e desejos a que Heli tenta responder. Ao longo da entrevista, o diretor coloca, de diversas formas, que ambiciona uma mise en scène naturalista. E, para tanto, lança mão de alguns recursos, como o uso de lentes 50mm (ou mesmo 40mm) – que aproxima a imagem do filme da visão do olho humano; o trabalho com não-atores (com exceção do personagem do pai); e a predominância de iluminação natural por um chefe maquinista vindo do cinema documentário.

“Eu queria que os espectadores mexicanos vissem a realidade de frente”. Escalante se refere aqui à realidade social de seu país: o tráfico de drogas, a corrupção, a violência, o medo e a tensão permanentes. Um cotidiano ao qual ele tem acesso apenas indiretamente. Vemos ali cenários de sua infância, elementos que lhes são familiares (Sangre foi filmado em sua cidade natal e Heli em uma região vizinha). Mas sua relação com a violência é mediada: muitos dos elementos dramáticos foram inspirados em recortes de notícias publicadas e veiculadas pela mídia mexicana. A própria escolha do título pode servir como exemplo anedótico: era o nome de uma criança de 10 anos envolvida em um tiroteio entre sua gangue e a polícia e cuja história foi publicada em um pequeno artigo de jornal. Escalante disse ter gostado da sua sonoridade.

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