sábado, 24 de janeiro de 2015

OS ESQUECIDOS - 1950

Los olvidados, 1950
Legendado, Luis Buñuel
Classificação: Excelente - 9.0

Formato: AVI
Áudio: espanhol
Legendas: Pt-Br
Duração: 85 minutos
Tamanho: 695 MB
Servidor: Mega (Parte única)

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Parte única

SINOPSE
Nos subúrbios da Cidade do México um grupo de jovens delinqüentes passa os dias cometendo pequenos roubos. Um fugitivo de um reformatório, Jaibo (Roberto Cobo), por ser mais velho e experiente se torna o líder natural deles. Um dia, na companhia de Pedro (Alfonso Mejía), Jaibo se descontrola e espanca Julian (Javier Amézcua) até a morte, pois supostamente este o teria delatado. Pedro, que tem uma grande necessidade de carinho materno mas é ignorado por sua mãe (Estela Inda), carrega um sentimento de culpa por se considerar cúmplice de Jaibo, que se comporta como se nada tivesse acontecido. Jaibo ainda tenta seduzir a mãe de Pedro, que não lhe dá nenhuma abertura, fazendo com que o confronto entre Jaibo e Pedro seja algo inevitável.

Fonte: Adorocinema
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 8.2


ANÁLISE

Após os marcos surrealistas Um Cão Andaluz e A Idade de Ouro e dos documentários Terra Sem Pão Espanha Leal em Armas (pró-república), Luis Buñuel mudou-se para os EUA, onde trabalhou na Warner Bros., supervisionando as dublagens em espanhol para o estúdio, e no MoMA, remontando O Triunfo da Vontade para que servisse como propaganda antinazista, além de ter sido expulso por Greta Garbo de um set de filmagem. Persona non grata na ditadura franquista, Dom Luis foi para o México, em 1946, à procura de emprego: bem ao gosto do sistema de produção cinematográfico daquele país, realizou as comédias de aventura Gran Casino e El Grande Calavera. O sucesso comercial do último, no entanto, permitiu a Buñuel dirigir o audacioso Os Esquecidos, com que retornou definitivamente ao primeiro plano do cinema mundial, ao ganhar, inclusive, o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes. 

A fase mexicana, quando se juntou ao roteirista Luis Alcoriza e ao fotógrafo Gabriel Figueroa, reúne os melhores filmes de Luis Buñuel (exceção aos estupendos O Diário de Uma Camareira e Tristana, Uma Paixão Mórbida, feitos na França). Se Um Cão Andaluz A Idade de Ouro, como projetos ligados à vanguarda do surrealismo, pregavam a ruptura a quaisquer convenções narrativas, os filmes de Dom Luis no México, ao contrário, mostram-se justamente clássico-narrativos. Em Os Esquecidos, por exemplo, a história contada é límpida e cristalina: o menino Pedro se envolve com a pequena bandidagem de rua liderada por El Jaibo que, para se vingar de quem supostamente o entregou à polícia, assassina Julian. A fim de conquistar o amor da mãe ausente, Pedro se emprega como aprendiz de ferreiro, mas é acusado de roubo e vai para o reformatório. Ao sair, o reencontro com El Jaibo precipita a tragédia. 

Os Esquecidos
O Anjo ExterminadorO AlucinadoEnsaio de Um Crime, Viridiana, Nazarin: filmes narrativos que, todavia, sabotam a si próprios, na medida em que tornam ambíguas e mesmos incompreensíveis as motivações dos personagens. Por que, depois de presenciar tanta injustiça e maldade, padre Nazário se arma com um abacaxi e permanece teimosamente honesto, íntegro e bondoso emNazarin? Por que os burgueses de O Anjo Exterminadornão conseguem deixar a casa onde estão reunidos? Por que Francisco Córdoba, Archibaldo de La Cruz e Dom Jaime (protagonistas, respectivamente, de O Alucinado,Ensaio de Um Crime Viridiana) afundam no amor obsessivo e controlador, embora sejam cidadãos respeitados dentro da comunidade? Pedro, em Os Esquecidos, admite não ser bom, declara que deseja mudar, mas que não sabe como: seus atos não se adequam às explicações racionais, uma vez que se pautam pelos impulsos, pelos desejos e pelas emoções que explodem sem aviso, como na seqüência em que, com raiva e desconhecendo o motivo, mata as galinhas à paulada (embora, ao final, concorde com a nada convincente teoria do diretor do reformatório).

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