
Fonte: themoviedb
Fonte: themoviedb
Debra Granik é conhecida por seus dramas contidos e intimistas. Em 2010, foi responsável pela direção do elogiado Inverno da Alma, que ajudou a alavancar a carreira da atriz Jennifer Lawrence. Após a direção de dois documentários, a diretora retorna à ficção, com um filme sensível e maduro.
Percebe-se, desde já, grande semelhança com o longa Capitão Fantástico. Ressalta-se, contudo, que essa similaridade se limita à sinopse. Isto porque Sem Rastros conta com uma abordagem muito mais crua e realista, focando ao máximo a sua atenção na dinâmica pai-filha da história, ao mesmo tempo em que aborda, de maneira mais superficial, a temática de pessoas à parte do sistema sem, entretanto, antagoniza-lo. Assim, é cristalina a retratação simpática dos funcionários governamentais uma vez que não se trata de uma disputa, mas sim da inevitável colisão entre dois estilos de vida distintos.
Nesse sentido, tem-se uma obra imersiva, que se aproveita de seus belos cenários exteriores para atrair o espectador. Ademais, em uma busca constante por realismo, há pouco diálogo até mesmo entre os protagonistas, o que torna a experiência menos expositiva e mais vívida. Tal escolha é calculada, e Debra Granik confia em sua audiência para fazer as conexões necessárias. Desse modo, por mais que não se trate de um filme complexo, demanda atenção para ser completamente compreendido.
Fonte: cinematologia
A história apresenta a garota Mui como protagonista. Acompanhamos dois ciclos temporais de Mui. O primeiro mostra sua vida, aos 10 anos de idade, como criada de uma abastada família de negociantes. O segundo, aos 20 anos de idade, acompanha uma brusca mudança em sua vida ao ser enviada para trabalhar na morada de um jovem pianista vietnamita e descobrir o seu primeiro amor.
É um filme que narra o mínimo não por fetiche do gesto banal, mas pela atenção ao afeto febril. É antes de tudo um ritual de inflação e deflação que nos convida para uma dança murmurosa no meio da mata – dançar com fantasmas é dançar com um filme. É um ritual de nascimento, grito, histeria, choro, dor, explosão, água vindo rápida e pesada! É a câmera que flutua, que flutua o tempo todo (não está na mão, está no vento). É um olhar que vai nos liberando do estado descritivo e vai nos deixando pairar por entre as coisas. Deixando o olhar vagar, feito vento, brisa, transpiração...