La haine, 1995
Legendado, Mathieu Kassovitz
Classificação: Excelente
Formato: AVI
Áudio: francês
Áudio: francês
Legendas: Pt-Pt
Duração: 98 minutos
Tamanho: 1,15 GB
Servidor: Mega (Parte única)
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SINOPSE
O judeu Vinz (Vincent Cassel), o árabe Saïd (Saïd Taghmaoui) e o pugilista Hubert (Hubert Koundé) vivem no subúrbio de Paris e encaram diariamente a discriminação e os abusos da polícia. Durante mais um dos corriqueiros confrontos com as forças da lei, Vinz encontra uma arma e jura assassinar um policial caso seu amigo Abdel (Abdel Ahmed Ghili), espancado em interrogatório, morra em decorrência dos ferimentos.
Fonte: Adorocinema
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 8.1
Uma panela de pressão sopra na Europa, treme lentamente e explode entre curtos intervalos. Foi assim na França, em 2005, ou na Inglaterra, em 2011. La haine, filme de Mathieu Kassovitz funciona como um catalisador dessa onda contemporânea.
Após a Segunda Guerra Mundial, durante a reconstrução da Europa, imigrantes recém-chegados de países pobres colonizados foram muito bem vindos, pois representavam a possibilidade de mão de obra barata e poderiam ocupar os subúrbios e os subempregos. Esses imigrantes tiveram filhos, netos. Passadas algumas décadas, os europeus não sabem mais o que fazer com esses imigrantes. Surge do Estado o argumento de que a crise assola a população.
Mathieu Kassovitz
Esses jovens, filhos dos tempos de crise, cresceram longe de suas terras ancestrais e de suas respectivas linhagens culturais, em meio a uma avassaladora influência do consumismo norte-americano. Estudam em escolas ruins, moram em conjuntos habitacionais e são vítimas constantes de violência policial. A repressão vinda do poder público contra esses jovens é o principal estopim para que a panela de pressão estoure, quente, borbulhante.
A Europa branca encara o acontecimento como um problema social e trata o imigrante como se fosse uma bactéria que se plorifera e que deve ser erradicada. Para eles, qualquer revolta desses jovens suburbanos resume-se a puro vandalismo. La haine expõe ao público o olhar objetivo do subúrbio, de dentro pra fora. Notamos que o problema, acima de tudo, gira em torno do preconceito étnico.
Os principais personagens de La haine são Vinz, judeu (Vincent Cassel), Saïd (Saïd Taghmaoui), de ascendência árabe norte-africana e Hubert (Hubert Koundé), de ascendência africana. Os três estão preocupados com Abdel (Abdel Ahmed Ghili), o qual está em estado de coma, vítima de violência policial. O pano de fundo da trama é um confronto de rua entre jovens e policiais, por conta do estado de saúde de Abdel.
O filme se inicia em tom jornalístico, mostrando confrontos gravados em vídeo. Ouvimos a canção Burnin’ and Lootin de Bob Marley: “give me the food and let me grow”. Entre a música de Marley e as imagens de caos instaurado, somos informados sobre o que está por vir.
A tensão pré-explosão permanece no decorrer da fita. Os três amigos vagam pelo bairro periférico, sem emprego, ocupação ou perspectiva. Alguma coisa está prestes a acontecer, como se o chão tremesse. Abdel está no hospital entre a vida e a morte, surge no ar um sentimento de revolta que se manifesta em diversos formatos: ódio, ansiedade e busca por espaço e voz na sociedade. Embora eles pareçam calmos, fumando maconha e fazendo pequenas transações com drogas, estão tensos, como se estivessem com uma pedra no sapato.
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Screenshots
Foi esse filme que consagrou o ator e diretor Kassovitz e que me fez conhecer melhor seu trabalho.Hoje ele segue uma carreira interessante no cinema americano.O que se pode dizer é que ele nunca fez um filme de maior impacto como esse que trata de toda essa onda de xenofobia e racismo que tomou conta de toda Europa e se espalhou pelo mundo.Uma realidade política e social que se torna cada vez mais perturbadora. A ver com momentos de reflexão.A escolha dos filmes como sempre continua atraente.Obrigado!
ResponderExcluirCar@, concordo em tudo o que você falou. Tem um filme do Michael Haneke, "Caché" (2005), que toca em temas correlatos ao do "O ódio".
ExcluirO filme é muito interessante não tanto esteticamente, mas na argumentação/roteiro muito direta. É uma breve, porém, profundo estudo sobre as contradições da sociedade francesa. Colocar lado a lado um judeu, um árabe e um africano, todos de origem francesa, é algo bastante interessante e pouco usual. Ademais, a ideia de dividir o filme entre o olhar da periferia para a periferia, e o olhar da periferia para o centro, é uma sacada muito bem feita pelo Kassovitz. Ou seja, é um filme que rende um bom debate e que merece ser visto com muito cuidado.
Grande abraço.
vi o anúncio no Mubi no Facebook e “foda-se, velho, por que não?”.
ResponderExcluirapesar do ranço que eu já tinha naturalmente por franceses ser (severamente) agravado pela descoberta da exploração/“tributação” de recursos naturais África pela França após o processo de independência de muitos países africanos, eu contino consumindo os filmes desse bando de carniça invasor do carai.
vergonha pra minha barba, mas um dia eu supero.