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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

NORTE, O FIM DA HISTÓRIA - 2013

Norte, hangganan ng kasaysayan, 2013
Legendado, Lav Diaz
Resultado de imagem para Norte, hangganan ng kasaysayan poster 

Formato: mkv
Áudio: filipino, tagalog e inglês
Legendas: português
Tamanho: 4,07 GB

Torrent convergente

SINOPSE
Um homem é preso injustamente por assassinato, enquanto o verdadeiro assassino segue livre. O assassino é um intelectual frustrado com o ciclo interminável de traições e apatia do seu país. O prisioneiro é um homem simples que começa a achar a vida na prisão mais suportável quando algo de estranho e misterioso lhe acontece.
O primeiro filme em cores de Diaz em mais de uma década, trata-se de uma alegoria épica entre o bem e o mal filmada na região de Ilocos Norte, terra do ditador Ferdinand Marcos. Ao mesmo tempo em que é inspirado em Crime e Castigo, de Dostoévski, também é um filme bem filipino. O diretor afirma que os conflitos entre os personagens do filme representam divisões que ele vê em sua sociedade e nos próprios indivíduos, incluindo ele mesmo.

Fonte: 43mostra

CRÍTICA
Nos filmes de Lav Diaz, temos sempre a impressão que tudo começa após o desastre. Há uma mácula inicial de ordem histórica intransponível da qual o filme procura sempre dar conta, por mais impossível que sugere ser a missão. Não será diferente com Norte, o Fim da História, seu próprio subtítulo jogando as claras este processo. Trata-se de um dos filmes mais enxutos e diretos do diretor, com o desastre surgindo menos como um passado do qual não se pode escapar, mais como uma alegoria. Se o cinema de Diaz sempre retorna até o governo ditatorial de Ferdinando Marcos, aqui é a lógica fascista do pensamento do ex-ditador – e como o cineasta gosta de lembrar sempre, o filme foi rodado em sua cidade natal – para a qual o filme procura dar duras formas.
Norte se inicia como uma variação de “Crime e Castigo”, com um jovem intelectual Fabian (Sid Lucero) se movendo aos poucos em direção ao seu crime. Diaz e Lucero colaboram para tornar as longas sequências em que Fabian expõe as suas ideias muito convidativas, a paciência do cineasta e a eloquência do ator (assim como algumas reações muito bem calibradas dos seus interlocutores) combinadas para torná-lo o mais atraente dos muitos demagogos que se multiplicam ao longo dos filmes de Diaz. Certamente não será acidente que a primeira fala dos filmes seja Fabian declarando “esta é a nova politica”.
Pois Norte é um filme sobre o discurso e os terríveis efeitos que ele pode ter. Um filme construído sobre o ato de Fabian de se mover das suas palavras fortes para os efeitos destrutivos delas quando são postas em prática. Quando Fabian declara “esta família está morta”, sabemos desde sempre que o filme deixará claro que não se trata de simples figura de linguagem. Não se sai impune do discurso aqui: a linguagem existe sempre em função de justificar a violência sobre o outro. Toda a lógica das palavras de Fabian é de justificar ideologicamente uma recusa completo do outro. Ao fim, já não restam palavras, só destruição. O projeto de Diaz fica mais claro justamente no único momento em que o discurso falha e, no período em que Fabian sente o peso da culpa após seu crime inicial, ele tenta e fracassa em se confessar num culto religioso – sua frustração crescente diante da impossibilidade de confessar é transformada em generalidades, como um politico incapaz de fazer um discurso funcionar diante da necessidade de uma não especificidade. Trata-se de um dos melhores momentos de observação do filme.


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7.6 de 10 93% - 80% 4 h 10 min Trailer



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2 comentários:

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