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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

QUEM BATE À MINHA PORTA ? - 1967

Who's that knocking at my door ?, 1967
Legendado, Martin Scorsese

Formato: AVI
Áudio: inglês
Legendas: Pt-Br
Duração: 90 minutos
Tamanho: 981 MB
Servidor: Mega (Parte única)

LINK
Parte única

SINOPSE
J.R. (Harvey Keitel) é um desempregado feliz da vida, que passa seus dias saindo com seus amigos, em Nova York. Porém, quando ele reencontra uma amiga de faculdade, apaixona-se por ela e passa a questionar todos a sua volta e a própria vida.

Fonte: Cineplayers
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 6.7


ANÁLISE


Quando criança Scorsese não tinha muitas opções de lazer devido a complicações de sua saúde, o que o impedia, por exemplo, de praticar esportes. Enquanto as outras crianças corriam pelas ruas, Scorsese tomou gosto pelo cinema e a observação – o que, rapidamente, viria a ser sua grande paixão. Aos 25/26 anos quando se formava na faculdade de cinema, ele desenvolveu o seu projeto universitário, que é justamente este “Quem Bate à Minha Porta?”, atualmente reconhecido como oficialmente seu primeiro filme. Como não podia deixar de seu, seu primeiro filme aponta sinais de sua vida cinéfila: o casal, que move o romance de todo o filme, acabou se aproximando em um banco, quando ele (interpretado por Keitel) vagarosamente observa uma imagem do ícone do faroeste John Wayne em uma revista de cinema francesa que ela (Bethune) estava lendo. 


Martin Scorsese
Toda a cena em que o casal se aproxima no diálogo sobre cinema, é uma aula da mistura entre classe e cultura pop; lembrando, que na época, o atualmente clássico incontestável de John Ford, o “Rastros de Ódio”, tinha apenas 11 anos. Portanto, a visão de Scorsese não era tão saudosista como se parece vendo o filme hoje. Era, na verdade, uma visão de uma cultura pop vigente, quando os faroestes ainda eram potentes obras muito vistas e muito questionadas dentro do ambiente norte-americano – ele um admirador de faroeste e ela pouco interessada no gênero. Fora esse primeiro passo, Scorsese em outra etapa abre espaço para outras referências dentro do gênero;- já demonstrando e dando dicas, de que o trabalhado que estava sendo realizado, se aproximava muito do faroeste urbano. 

Isso que poderia ser visto como um faroeste urbano acabou se denominando na história do cinema, principalmente com o cinema de Scorsese, como o cinema da marginalidade, um retrato das ruas e o que acontece nos bastidores daquele (sub) mundo. Existem muitas coisas interessantes de texto a respeito do comportamento daquelas pessoas, mas toda a visão de Scorsese neste filme acaba sendo mais tendenciosa para a linha romântica. Como aquele marginal (não no sentido criminal, mas sim no desencaixe social) sofre da insegurança de um romance devido a suas condições; a única coisa que possui são amigos. Um momento riquíssimo do filme é quando a garota lhe pergunta seu trabalho; ele responde que trabalha no caixa de um banco, em seguida, ela pergunta o que ele faz atualmente, visivelmente constrangido por ser desempregado – indaga o que aquilo importa. 

“Quem bate à minha porta?” é um filme nobre. O personagem principal, interpretado por um Keitel novato (ganhou o personagem respondendo a anúncio de jornal), é um objeto de estudo intrigante para quem acompanha aquela história. Ele renega sexo para a mulher que diz amar, por ser carregado de ideologias tradicionalistas, mas não se importa de participar de reuniões sexuais com diversas mulheres;- sua idéia, é praticar somente após casar. Vale ressaltar que a cena (que é um vídeo clipe na verdade) das aventuras sexuais do protagonistas originalmente não existiam, porém por pressão dos produtores, Scorsese precisava inserir no filme cenas de nudez e sexo, pois atraia audiência na época. Ele só foi fazer essas cenas, um bom tempo depois de o filme já ter tido sua primeira montagem e os produtores terem identificado essa necessidade. Apesar de Scorsese ter filmado de forma integra e bela, é inegável a desconexão da cena no filme. 

Porém, deixando toda a visão romântica do cinema um pouco de lado, é evidente que o filme é um grande experimento. E é um experimento puro, e não um cinema experimental. Como estava na faculdade, Scorsese queria explorar muitas técnicas, por em pratica algumas teorias aprendidas,- e como um experimento notório, logicamente que algumas coisas funcionam (principalmente nos primeiros 40 minutos) e outras não (o filme tem uma queda vertiginosa na segunda metade). Existem muitos problemáticas de ritmo; a própria fotografia do filme, feita em PB, apesar de muito elogiado por alguns, em alguns momentos beira o desastre (principalmente nas externas nas ruas, que viram uma escuridão sem intenção – algo que com “Taxi Driver”, feito muito anos depois, corrigiu com perfeição). 

No geral, “Quem Bate à Minha Porta?” é um resumo de tudo o que é recorrente atualmente no cinema de Scorsese. Existe um protagonista perturbado (estudo de natureza humana), um cenário próximo (a marginalidade das ruas), uma mulher influente e religião. O filme acaba sendo bom muito mais pela sua importância histórica, por ser o primeiro filme (e ser o filme universitário) de um dos maiores cineastas de todos os tempos – senão o maior. 

Análise retirada do site ccine10

































3 comentários:

  1. Concordo com a generalidade desta análise ao filme. Trata-se de um excelente primeiro filme de Scorsese, com uma primeira metade de grande nível e uma segunda metade que tem algumas irregularidades e por esse motivo não tem o mesmo nível altíssimo da primeira. As influências da "nouvelle vague" francesa são mais que evidentes nesta primeira obra de Scorsese, mais concretamente os primeiros filmes de Jean-Luc Godard, da primeira metade da década de 60: a narrativa não linear, o estilo dos diálogos, as cenas "non-sense", as múltiplas referências cinéfilas (The Searchers, The Man Who Shot Liberty Valance, Rio Bravo), artísticas (John Wayne, Lee Marvin) e até musicais. Mas o estilo Scorsese já está bem vincado no filme. O segundo filme de Scorsese (Boxcar Bertha) surgiria 5 anos depois deste, em 1972, também ele ainda com influências notórias da "nouvelle vague", mas com uma narrativa mais regular e consistente, embora a temática deste seu primeiro filme me pareça mais poderosa que a de "Boxcar Bertha".

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  2. Boa tarde, amigo. O link não está mais funcionando.

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