Tini zabutykh predkiv, 1965
Sergei Parajanov
Classificação: Ótimo
Formato: AVI
Aúdio: Ucraniano
Legendas: Português
Duração: 90 minutos
Tamanho: 689 Mb
Servidor: Mediafire
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SINOPSE
Em uma pequena vila Hutsul, na Ucrânia, Ivan se apaixona pela filha do
homem que matou seu pai. O filme nos conta a história do amor trágico entre os
dois, bem como fatos posteriores da vida de Ivan, trazendo sempre elementos
folclóricos e étnicos da região dos Cárpatos. Também conhecido como "Sombras dos Ancestrais Esquecidos" e "Os Cavalos de Fogo".
Fonte: Cineplayers
The Internet Movie Database: IMDB
ANÁLISE
por Jonathan Rosenbaum
Adaptação da história do ucraniano Mikhaylo
Koysyubinskiy, a obra de Sergei Paradjanov permanece um marco do cinema sonoro
soviético, fundindo de forma extraordinária mitos, história, poesia, dança e
ritual. Mesmo os filmes posteriores não conseguiram ofuscar seu esplendor inebriante.
Encenado nas belas e áridas montanhas dos Cárpatos, o filme conta o amor
condenado de Ivan (Ivan Mikolajchuk) e Marichka (Larisa Kadochnikova), membros
de famílias rivais, e a vida de Ivan e seu casamento depois da morte da moça. O
enredo é tocante, mas serve principalmente como uma estrutura para Paradjanov
apoiar o desenho estimulante de seus movimentos de câmera cheios de lirismo
(executados por Yuri Ilyenko), o uso inovador da natureza e dos seus interiores,
sua habilidade em equilibrar folclore e fantasia em relação a rituais pagãos e
cristãos e o tratamento da cor e da música.
Um filme à altura de Aleksandr Dovzhenko, cujas
visões poéticas sobre a vida na Ucrânia são referências frequentes, Sombras dos
Nossos Antepassados também lembra os contos de fadas em geral e até mesmo, por
vezes, algumas das representações feitas por Walt Disney para seus cenários,
como a choupana em Branca de Neves e os Sete Anões (1937). A força física visceral
de muitos outros planos também é inconfundível, exemplificada por um logo no
início do filme, onde a câmera é colocada no topo de uma árvore que acabou de
ser cortada, levando o espectador a acompanhar sua vertiginosa queda.
Texto retirado do livro "1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer" (Steven Jay Schneider, 2010)
SOBRE SERGEI PARADJANOV
Sergei Paradjanov nasce em 9 de janeiro de 1924, filho de um casal
armênio, Joseph Paradjanov e Siranush Bejanova, em Tiflis, hoje Tbilisi,
Georgia. Em 1942, começa a trabalhar no Instituto de Transportes
Ferroviários. Mas logo larga o trabalho para seguir carreira artística
no Conservatório de Música e Artes de Tbilisi. Em 1945, após estudar
dança e música, é admitido no curso de direção para cinema na VGIK
(Instituto Cinematográfico do governo, em Moscou). Sob a orientação
criativa de Igor Savchenko e Alexander Dovzhenko, faz seu primeiro
filme, Um Conto da Moldávia,
em 1952. Um ano antes, casa-se com Nigyar Serayeva, uma bela garota
tártara, que morre tragicamente no mesmo ano. Nigyar é jogada embaixo de
um trem por seus parentes, por ter se casado fora de sua religião.
Depois de se formar com sucesso na VGIK, o jovem cineasta é enviado para a Ucrânia para trabalhar nos estúdios Dovzhenko. Lá, dirige vários curtas-metragens e documentários. Em 1955, Paradjanov se casa com Svetlana Shcherbatiuk, sua musa. O casamento dura apenas seis anos, mas nesse período Svetlana dá à luz o único filho de Paradjanov, Suren, nascido em 1958.
Os primeiros filmes de Paradjanov rodados nos estúdios Dovzhenko têm a marca da estética do realismo socialista, sendo rejeitados posteriormente pelo diretor como "lixo". A virada em sua carreira se dá com a realização da obra-prima Sombras dos Ancestrais Esquecidos. O filme rapidamente alcança fama, vencendo vários prêmios de prestígio em festivais internacionais. Sua obra-prima seguinte, A Cor da Romã, retrata a vida do poeta armênio Sayat Nova por meio de um imaginário lírico, poético e belamente construído, sem tramas ou diálogos. A sequência de abertura do filme, formada pelos escritos de Nova, ressoa por toda a obra: "Eu sou o homem cuja vida e alma são tortura".
Sua personalidade e estilos de vida extravagantes, assim como sua abordagem pouco ortodoxa do cinema, não são bem vistos pelos oficiais soviéticos. Em dezembro de 1973, Sergei Paradjanov é preso por acusações falsas e condenado a cinco anos de prisão. Os anos passados nos campos de trabalho soviéticos são os mais negros de sua vida. Mesmo assim, seu espírito criativo não é sufocado; pelo contrário, encontra as mais vibrantes formas de expressão por meio de desenhos, colagens e escritos. Nesse período, ele escreve mais de vinte roteiros de filmes. Após inúmeras tentativas de intervenção a seu favor por parte de artistas e intelectuais renomados mundialmente, Paradjanov é finalmente liberado pelas autoridades soviéticas. Ele permanece, contudo, na lista negra dos oficiais soviéticos, e apenas retoma sua carreira em meados dos anos 1980.
Apesar da saúde debilitada, Paradjanov dirige A Lenda da Fortaleza Suram e O Trovador Kerib, filmes de enorme aclamação internacional. "O Trovador de Kerib", seu ultimo filme, baseado no conto de Lermontov, é dedicado à memória de seu querido amigo e cineasta reverenciado, Andrei Tarkovsky. Sergei Paradjanov sofre o mesmo destino de Tarkovski, morrendo de câncer nos pulmões quatro anos depois do amigo, em 21 de julho de 1990. É enterrado no cemitério Pantheon, em Yerevan.
Desde a morte de Paradjanov, o diretor tem recebido várias homenagens de Estado. Em 1991, o Museu Sergei Paradjanov é aberto em Yerevan. Em 1993, uma placa memorial no seu apartamento é montada em Kiev. Em 1997, um monumento ao cineasta é inaugurado nos estúdios Dovzhenko em Kiev. Em 2004, outro monumento é inaugurado em Tbilisi. Ironicamente, a casa de Paradjanov em sua amada Tbilisi é destruída. "Um profeta não é nada sem honra, exceto em seu lugar nativo e sua própria casa...".
Depois de se formar com sucesso na VGIK, o jovem cineasta é enviado para a Ucrânia para trabalhar nos estúdios Dovzhenko. Lá, dirige vários curtas-metragens e documentários. Em 1955, Paradjanov se casa com Svetlana Shcherbatiuk, sua musa. O casamento dura apenas seis anos, mas nesse período Svetlana dá à luz o único filho de Paradjanov, Suren, nascido em 1958.
Os primeiros filmes de Paradjanov rodados nos estúdios Dovzhenko têm a marca da estética do realismo socialista, sendo rejeitados posteriormente pelo diretor como "lixo". A virada em sua carreira se dá com a realização da obra-prima Sombras dos Ancestrais Esquecidos. O filme rapidamente alcança fama, vencendo vários prêmios de prestígio em festivais internacionais. Sua obra-prima seguinte, A Cor da Romã, retrata a vida do poeta armênio Sayat Nova por meio de um imaginário lírico, poético e belamente construído, sem tramas ou diálogos. A sequência de abertura do filme, formada pelos escritos de Nova, ressoa por toda a obra: "Eu sou o homem cuja vida e alma são tortura".
Sua personalidade e estilos de vida extravagantes, assim como sua abordagem pouco ortodoxa do cinema, não são bem vistos pelos oficiais soviéticos. Em dezembro de 1973, Sergei Paradjanov é preso por acusações falsas e condenado a cinco anos de prisão. Os anos passados nos campos de trabalho soviéticos são os mais negros de sua vida. Mesmo assim, seu espírito criativo não é sufocado; pelo contrário, encontra as mais vibrantes formas de expressão por meio de desenhos, colagens e escritos. Nesse período, ele escreve mais de vinte roteiros de filmes. Após inúmeras tentativas de intervenção a seu favor por parte de artistas e intelectuais renomados mundialmente, Paradjanov é finalmente liberado pelas autoridades soviéticas. Ele permanece, contudo, na lista negra dos oficiais soviéticos, e apenas retoma sua carreira em meados dos anos 1980.
Apesar da saúde debilitada, Paradjanov dirige A Lenda da Fortaleza Suram e O Trovador Kerib, filmes de enorme aclamação internacional. "O Trovador de Kerib", seu ultimo filme, baseado no conto de Lermontov, é dedicado à memória de seu querido amigo e cineasta reverenciado, Andrei Tarkovsky. Sergei Paradjanov sofre o mesmo destino de Tarkovski, morrendo de câncer nos pulmões quatro anos depois do amigo, em 21 de julho de 1990. É enterrado no cemitério Pantheon, em Yerevan.
Desde a morte de Paradjanov, o diretor tem recebido várias homenagens de Estado. Em 1991, o Museu Sergei Paradjanov é aberto em Yerevan. Em 1993, uma placa memorial no seu apartamento é montada em Kiev. Em 1997, um monumento ao cineasta é inaugurado nos estúdios Dovzhenko em Kiev. Em 2004, outro monumento é inaugurado em Tbilisi. Ironicamente, a casa de Paradjanov em sua amada Tbilisi é destruída. "Um profeta não é nada sem honra, exceto em seu lugar nativo e sua própria casa...".
Texto retirado do site e-Pipoca
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