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sábado, 8 de setembro de 2012

O ENCOURAÇADO POTEMKIN - 1925

Bronenosets Potyomkin, 1925
Legendado, Sergei Eisenstein
Classificação: Excelente

Formato: mkv
Áudio: -
Legendas: português
Duração: 75 min.
Tamanho: 500 MB
Servidor: Mega (Parte única) 

LINK

SINOPSE
Em 1905, na Rússia czarista, aconteceu um levante que pressagiou a Revolução de 1917. Tudo começou no navio de guerra Potemkin quando os marinheiros estavam cansados de serem maltratados, sendo que até carne estragada lhes era dada com o médico de bordo insistindo que ela era perfeitamente comestível. Alguns marinheiros se recusam em comer esta carne, então os oficiais do navio ordenam a execução deles. A tensão aumenta e, gradativamente, a situação sai cada vez mais do controle. Logo depois dos gatilhos serem apertados Vakulinchuk (Aleksandr Antonov), um marinheiro, grita para os soldados e pede para eles pensarem e decidirem se estão com os oficiais ou com os marinheiros. Os soldados hesitam e então abaixam suas armas. Louco de ódio, um oficial tenta agarrar um dos rifles e provoca uma revolta no navio, na qual o marinheiro é morto. Mas isto seria apenas o início de uma grande tragédia.

Fonte: Adorocinema
The Internet Movie Database: IMDB


Uma obra-prima da história do cinema, que estabeleceu padrões para a montagem narrativa
Por Rodrigo Cunha

Alguns filmes são mais do que simples histórias; eles são a própria. Quando, em 1925, o diretor e teórico russo Sergei Eisenstein lançou O Encouraçado Potemkin, ele sabia exatamente o que estava fazendo, mas talvez não imaginasse que sua pretensão desse tão certo. Hoje, mais de oitenta anos depois de seu lançamento, tudo o que Eisenstein defendia na época é a mais básica técnica que uma pessoa tem que saber para contar uma história em um filme. Pode parecer idiota você afirmar hoje que, ao colocar dois planos juntos, completamente diferentes, em seqüência, eles criam um sentido conseqüente, dialogando com o seu público (montagem dialética), mas, para a época, cheia de planos gerais ou mega-ultra-closes, a idéia foi uma inovação importantíssima para o cinema.
Se hoje esse diálogo narrativo, regido com maestria pela montagem inovadora, tornou-se tão óbvio com a idade, é só mais uma prova da importância e visão que Eisenstein teve. Autor de alguns dos livros mais interessantes (e complicados de se ler) sobre a teoria da sétima arte, é muito curioso ver, na prática, tudo o que ele pensa. Em Encourçado Potemkin, ele alcançou o seu ápice, sua grande obra, seu grande clichê histórico de arte. Gostar de Potemkin é um clichê, mas um clichê justificado da melhor e mais poderosa maneira possível.
Quando escrevi sobre Limite, disse que tanto o filme de Mário Peixoto quanto o de Eisenstein são raros casos onde gosto de um filme mudo. Não digo isso por preconceito, pois reconheço absurdamente a importância histórica desses longas, mas simplesmente acho que o ritmo, o modo como as histórias são contadas, a parcialidade de seus criadores, tudo isso serve mais como uma bela curiosidade histórica do que como obras a serem contempladas. Não é o caso aqui. Tanto em Limite quanto em O Encouraçado Potemkin, o que mais chama a atenção é sua atualidade, sua força.
Talvez a cena mais famosa do longa não seja a melhor – refiro-me à Escadaria de Odessa, onde vários cidadãos são cruelmente assassinados por Cossacos (perceba no jogo de câmera inteligentemente utilizado para o diretor tomar parte no conflito; as vítimas, sempre em close, os malvados, sempre escondidos nas sombras) e, no meio do conflito, desce um carrinho de bebê pelos degraus. Mas, com certeza, é uma das mais impactantes da história e uma das mais homenageadas também (seu primo mais famoso está em Os Intocáveis, de Brian De Palma; referência impossível de não ser comentada).
Digo isso porque o filme é lotado de grandes momentos, grandes passagens, tanto técnicas quanto dramáticas. Não é preciso entender muito de cinema para ver os grandes movimentos ousados que Eisenstein faz com o seu brinquedo chamado câmera: diversas panorâmicas, elevações (com destaque para a que dá dimensão à fila do corpo velado por causa da sopa), alguns planos absurdamente bonitos, enfim, um primor técnico impressionante (e que, até nos dias atuais, poucos tem a sensibilidade de captar).
Quando disse que a cena da escada não era a minha preferida, curiosamente devo dizer que a titular desse posto ocorre, também, na mesma passagem (mas em momentos diferentes): como não lembrar do desespero tocante da mãe ao perceber que seu bem mais precioso havia sido levado por causa de uma briga tão injusta e cruel? É o tipo de cena que fica martelando sua cabeça, fazendo pensar sobre os conflitos que por tantos e tantos anos assombram a história da humanidade (e que, assustadoramente, não parecem ter data para se encerrar).
Mas não se engane: Potemkin não vale apenas pelo seu primor técnico. Dotado de uma posição política forte, você conhecerá a história do navio Potemkin e seus tripulantes mais humildes que, cansados de serem tratados como lixo pelos superiores (até carne com vermes eles eram obrigados a comer), resolvem começar um motim, que acabará gerando o grande massacre já supracitado nesta crítica. A coragem nos acontecimentos está presente a todo momento (quem imagina, ao assistir ao longa pela primeira vez, que aquele personagem tão importante – que não direi qual – teria um fim tão precoce?). O final então, bem encaixado com a mensagem que o longa pretende passar, é correto e satisfatório, apesar de, com tantos finais parecidos ao longo dos anos (uma desvantagem em ser um criador de clichês) ele acabe tendo se tornado previsível demais.
O modo como Eisenstein prepara seu público para os acontecimentos é digno de uma análise mais cuidadosa. Sempre pensando na melhor maneira de dramatizar suas passagens, o diretor cria diversos momentos de tensão para valorizar as explosões chaves de seu roteiro. Como não citar, por exemplo, a expectativa que ficamos quando alguns marinheiros estão para ser fuzilados pela elite do navio? Nesse plano, uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a precisão com que Eisenstein dividiu sua tela com os canos dos canhões, na mais perfeita simetria. Outro ponto importante a ser comentado é a excelente noção de continuidade do longa. Com tantos cortes, seria fácil encontrar erros e mais erros logísticos nessa ousada e inovadora estética que ele vinha usando. Mas não é o que acontece. O Encouraçado Potemkin prima por ter pouquíssimos erros de continuidade (verdade, alguns bastante visíveis), principalmente se comparado à pretensão estética requerida por ele.
Contando com atuações extremamente dramáticas e reais (e isso é uma forte virtude do longa, sua capacidade de ser por demais realista), Eisenstein construiu uma obra-prima firme, política, esteticamente estupenda e que sobrevive até hoje entre as listas e mais listas dos melhores filmes já feitos das pessoas mais entendidas do assunto no mundo. Se você também for capaz de separar clichê do criador de clichê e, principalmente, conseguir embarcar na difícil narrativa do cinema mudo (interpretações constantes, a cada nova seqüência de planos, histórias diretas e rasas demais), pode ter certeza que não irá se arrepender. Não tem para Outubro e nem para A Greve – o título de melhor filme do diretor é O Encouraçado Potemkin e ninguém tasca.
1925 foi o ano em que o mundo conheceu o poder do encouraçado russo, que até hoje consegue navegar nas difíceis águas da pós-modernidade cinematográfica.
:: Um questionamento teórico ::
Gosto de chamar a atenção para as legendas do filme: sem elas, é praticamente impossível entender tudo o que está se passando na história (afinal, ela retrata um acontecimento de 1905). E aí aproveito para levantar uma questão para aqueles que gostam de pensar no bom cinema: quando o som foi inventado, Eisenstein escreveu o Manifesto do Som, que dizia que, quando utilizado, ele não deveria reproduzir o que a imagem estava mostrando para não cometermos um pleonasmo, e sim que ele deveria trazer um novo sentido se somado à imagem.
Porém, o que diferencia, além da obviedade de sentido, as legendas das falas? Ambos estão, teoricamente, repetindo aquilo que a imagem quer mostrar – e, também, ambos servem para melhor entender a idéia das cenas. Ao colocar a legenda, seria como se a imagem não conseguisse falar por si só; justamente a crítica que o diretor e teórico fazia ao novo recurso cinematográfico.
É um questionamento que gosto de fazer para mim mesmo, afinal, Eisenstein é um teórico fantástico, mas hoje já é provado que o som é um elemento importantíssimo, quando bem utilizado, para o sucesso ou não de algum filme. Parece até birra de gente intelectual, que não gosta de se render a novidades (seu medo era que as pessoas ficassem preguiçosas e que o cinema fosse banalizado – o que muitos cineastas de Hollywood têm um talento enorme para fazer nos dias de hoje).
Gostaria de saber a opinião dos leitores sobre o assunto.
Obs 1: isso não é um desafio e nem coloco em cheque a capacidade teórica de Eisenstein, é apenas uma pequena contradição que gostaria de comentar com meus leitores – e, caso algum de vocês já tenha pensado nisso ou tenha alguma teoria para me responder, ficarei bastante feliz em ceder um pouco desse espaço para o melhor entendimento de nosso grande público sobre a questão. Sim, publicarei se achar pertinente ao assunto.
Obs 2: lembrando que o som chegou ao cinema em 1927, ou seja, dois anos depois de O Encouraçado Potemkin, por isso a questão de legendas x som - pois, na construção do filme, não vejo diferença alguma.

Análise retirada do site Cineplayers

Screenshots



































































































6 comentários:

  1. Hello, good people!!!

    Por favor.....existe algum torrent??

    Obrigado.....

    Peter Hammill - SP

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    Respostas
    1. Peter Hammill, não serão mais postados links com os arquivos em torrent. Essa medida foi adotada porque os filmes com links em partes estavam sendo deletados pelos servidores em virtude da ausência de download. Dessa forma, preferimos deixar os filme apenas em partes.

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    2. Os filmes postados nesse blog são simplesmente sensacionais. Indiquei para uma pessoa "Saló", de Pasolini, mas o link também venceu. Achar outro fã de Peter Hammill, além de mim, neste país, creio ser raro. Parabéns!

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  2. Grande filme que merece ser visto e revisto. Valeu a postagem. Vida longa ao Convergência.

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  3. Respostas
    1. Eduardo, um novo link foi postado. Demorou mas chegou!

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