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quinta-feira, 25 de abril de 2013

DAUNBAILÓ - 1986

Down by Law, 1986
Legendado, Jim Jarmusch

Classificação: Bom

Formato: AVI
Áudio: inglês e italiano
Duração: 107 min.
Tamanho: 700 MB
Servidor: Mega (2 partes)

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SINOPSE
Três desajustados se encontram em uma cadeia de Nova Orleans e têm que aprender a conviver juntos. Cult-movie e um dos mais importantes filmes do cinema independente americano dos anos 80, Down by Law é uma obra que mostra seres que vivem nos limites da sociedade, longe dos ideais do sonho americano. Bela fotografia de Roby Muller (Paris, Texas) em preto e branco, trilha sonora de John Lurie e Tom Waits, e a interpretação mágica e em início de carreira de Roberto Benigni.

Fonte: Filmow
The Internet Movie Database: IMDB - NOTA IMDB: 7.8



ANÁLISE
Certa vez, o cineasta norte-americano Jim Jarmusch deu uma declaração esclarecedora sobre o tipo de filme que lhe atrai, utilizando um exemplo concreto. Ele disse que qualquer filme comercial mostraria a viagem de táxi de um personagem importante com uma elipse radical – um plano dele entrando no carro, um corte, outro plano dele saindo do carro. Pelo menos 95% dos filmes são assim, segundo Jarmusch, e não lhe interessam. Os momentos da vida que ele tem vontade de narrar nos filmes dele são exatamente aqueles instantes em que o personagem em questão está dentro do táxi. Em outras palavras: o que interessa a Jarmusch são os momentos mortos da vida, em que a gente não faz nada a não ser esperar. Momentos de tédio, em que nada parece acontecer. Momentos que vivemos diariamente. Nossos momentos mais freqüentes.
Jim Jarmusch
O segundo ato de “Daunbailó” (Down by Law, EUA/Alemanha, 1986) se encaixa perfeitamente neste exemplo. O trecho mais longo da película mostra os três personagens principais dentro de uma cela de prisão. O cafetão Jack (John Lurie) está lá depois de ser pego com uma menor de idade, num motel, numa armadilha montada pela polícia. Zack (Tom Waits) também foi capturado num mal-entendido – ele dirigia um carro emprestado com um cadáver no porta-malas. De cara, os dois se odeiam. São parecidos demais, até no nome. A cola que os une é o tagarela italiano Roberto (Roberto Benigni), cujas tentativas canhestras de falar inglês são tão bem-humoradas que acabam desarmando as duas trombas.
Num filme comum, as seqüências dentro da prisão seriam encurtadas ao máximo, pois se passam em um espaço apertado, onde o tempo parece parado, quase morto. Num filme de Jarmusch, porém, esses momentos são fundamentais. O cineasta filma o nascimento da bizarra amizade entre os três marginais em longos planos sem cortes, com câmera estática, e alonga-os até não mais poder. A estética minimalista reforça a atmosfera de tédio, de banalidade, de espera constante. Nada acontece ali. E ficaria até o fim sem acontecer, se não fosse a ação do estrangeiro curioso. Primeiro ele inventa um mantra hilariante (“we all scream for ice cream”, todos esperamos por sorvete) que o trio repete ad nauseaum, levando os outros presos e os guardas da cadeia à loucura. Depois, acha que descobre um meio de escapar.
Talvez “Daunbailó” – a tradução brasileira, aparentemente estúpida, curiosamente ajuda o espectador a entrar no clima do filme, esse mesmo tempo morto vivido pelos personagens – seja o filme mais bem resolvido de Jarmusch, aquele que resume com maior eficiência os elementos caros ao cinema independente que ele desenvolve. A bela fotografia em preto-e-branco de Robby Muller, com contrastes radicais e quase nenhuma profundidade de campo, descortina uma New Orleans completamente diferente dos estereótipos: uma cidade fria, suja, velha, solitária, de ruas permanentemente vazias. São imagens com a textura de um cartão postal desbotado.
A galeria de personagens é exemplar: homens socialmente marginalizados, vivendo uma rotina de imobilismo. Gente sem tesão, sem vontade. Gente que vive em preto-e-branco. Pessoas que parecem esperar um elemento externo para lhes tirar do marasmo, algo que, sozinhos, não conseguem. Curioso que o fator que chega para sacudir a rotina dos marginais de Jarmusch seja, quase sempre, um estrangeiro (“Estranhos no Paraíso”, “Ghost Dog”). Dá o que pensar. De quebra, ainda ganhamos o humor peculiar, leve e sofisticado, expressado por exemplo na cabana que os presidiários encontram durante a passagem pelo pântano (a decoração do lugar é idêntica à da cela da prisão). A cereja do bolo é o belo simbolismo do plano final, silencioso e fantasmagórico.

Análise retirada do site Cinereporter




















































































































2 comentários:

  1. Jarmusch é um cineasta original, que como você bem citou, utiliza "momentos mortos" para contar suas histórias, quase sempre com personagens à margem da sociedade.

    Abraço

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  2. só aqui mesmo pra encontrar esta pérola. queria muito rever. vi faz tanto tempo que tinha medo que não fosse tudo o que minha memória tinha registrado. obrigado !

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