Formato: AVI (Xvid)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 118 Min.
Tamanho: 808 Mb.
Servidor: MEGA (3 Partes)
Links:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Sinopse: Joe (Charlotte Gainsbourg) é uma mulher de 50 anos que decide contar a um homem mais velho (Stellan Skarsgard) sua história pessoal. Ela relata suas experiências ao longo de oito períodos da sua vida, marcados por diversos encontros e incidentes.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 7.6
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 118 Min.
Tamanho: 808 Mb.
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Sinopse: Joe (Charlotte Gainsbourg) é uma mulher de 50 anos que decide contar a um homem mais velho (Stellan Skarsgard) sua história pessoal. Ela relata suas experiências ao longo de oito períodos da sua vida, marcados por diversos encontros e incidentes.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 7.6
Crítica:
Por Pablo Villaça
"Eu descobri minha boceta aos dois anos de idade.”
Ao ler a fala acima, dita pela protagonista de Ninfomaníaca,
muitos espectadores provavelmente temerão confrontar um filme polêmico,
grosseiro e chocante. Longe disso. Ao contrário do que a campanha
publicitária do novo trabalho de Lars von Trier sugere, o longa, embora
trazendo cenas de sexo (quase) explícito, só chocará as psiques mais
sensíveis, já que é basicamente um estudo de personagem recheado de
divagações filosóficas que usa o sexo mais como vinhetas de passagem do
que como centro narrativo, criando uma experiência irregular, mas jamais
desinteressante.
Escrito por von Trier a partir de sua já
notória natureza depressiva, o filme tem início em uma vizinhança
melancólica, marrom e chuvosa que, disposta em becos estreitos, exibe o
corpo inconsciente de Joe (Gainsbourg). Resgatada por um habitante local
(Skarsgård), ela passa a narrar as circunstâncias que a levaram a se
transformar numa mulher coberta de sangue e traumas, deixando claro,
desde o princípio, que não poupará a si mesma: “Eu sou um ser humano ruim”, afirma já de cara. A partir daí, saltamos para uma série de flashbacks
que acompanham a moça da infância à fase adulta, quando passa a encarar
o sexo com a diligência de uma vítima de transtorno
obsessivo-compulsivo.
Episódico por natureza, Ninfomaníaca emprega
a conversa entre Joe e o pacato Seligman (o personagem de Skarsgård)
como âncora narrativa, usando as associações livres feitas pelo sujeito
como pontes para as novas passagens – ou capítulos – da vida da
protagonista. Assim, uma observação sobre a polifonia nas composições de
Bach dá origem a um flashback sobre três amantes importantes
na vida da garota, ao passo que as (muitas) referências a pescaria com
mosca inspiram a mulher a relembrar suas primeiras buscas por múltiplos
parceiros em um trem. O curioso é que estas divagações feitas por von
Trier acabam se tornando atrativos à parte, mesmo que usadas como meras
transições – e ver Seligman diferenciar as pessoas entre aquelas que
cortam primeiro as unhas da mão esquerda e as que cortam as da mão
direita é algo que eventualmente se converte em passagens que poderiam
sobreviver isoladamente sem qualquer problema. De forma similar, é
interessante perceber como o filme frequentemente comenta a própria
narrativa, como, por exemplo, ao apontar que determinada coincidência na
história de Joe é implausível apenas para observar que, para
aproveitarmos melhor a experiência, devemos aceitar aqueles absurdos sem
questionar.
Surpreendentemente moralista ao insistir
em julgar a protagonista por suas obsessões sexuais (ela é a primeira a
se condenar por elas), Ninfomaníaca é o reforço que qualquer
misógino quer ouvir acerca de suas percepções equivocadas, já que Joe
mente sobre o orgasmo apenas para manipular os parceiros, jogando com
seus companheiros de cama apenas para mantê-los presos ao seu sexo – e,
neste aspecto, é um problema grave que este “Volume 1” aborde apenas
metade da trajetória da moça, já que chegamos ao fim sem que um quadro
completo sobre Joe seja pintado, o que pode levar o espectador a um
julgamento crítico provavelmente equivocado sobre as intenções finais do
cineasta, que, aqui e ali, indica ter uma visão mais compreensiva sobre
Joe.
É bom notar, por exemplo, como o diretor
estabelece, logo no princípio, o prazer que a jovem vivencia ao lado do
pai (Slater, delicado em sua composição) ao sentir o vento refrescar
seu rosto, estabelecendo que estas sensações físicas de prazer, oriundas
de uma brisa, do formato de uma folha ou do sexo, não passam de
experiências viscerais de maior ou menor gozo – e que, portanto,
adicionar um julgamento moral quando surgem do sexo é algo aleatório,
absurdo e injusto. Além disso, von Trier evita ao máximo glamourizar o
sexo visto ao longo da projeção, retratando-o de uma forma crua que
reflete a percepção da protagonista, que parece encarar o ato mais como
fuga ou arma do que como experiência de prazer – e não é à toa que a
perda de sua virgindade é enfocada por Ninfomaníaca como algo similar à mais entediante das equações matemáticas: a soma de fatores com dígito único.
O sexo, contudo, é apenas um dos
interesses do diretor/roteirista, que emprega a estrutura do filme como
ponte para discutir a diferença entre antissionismo e antissemitismo
(numa clara referência à polêmica que o envolveu em Cannes, há algum
tempo) ou para fazer referências a Edgar Allan Poe, que chega a originar
um capítulo em preto-e-branco introduzido por uma passagem de “A Queda
da Casa de Usher” e que eventualmente retrata a percepção de um
personagem sobre a (falta de) dignidade da morte. Isto, claro, sem
esquecer a sequência memorável que traz Uma Thurman como a representação
máxima do conceito de “passivo-agressiva” e que resulta num momento de
humor extremamente eficaz, ainda que incômodo.
Por outro lado, von Trier irrita em sua
insistência de representar literalmente cada discussão entre Joe e
Seligman, o que resulta em flashbacks dispensáveis sobre a infância deste último e em breves planos que ilustram passagens da narração (quando o sujeito pergunta “Se tem asas, por que não voar?”, o diretor exibe o insert de
um aeromodelo). Estes tropeços, porém, não são suficientes para anular
momentos inspirados como aqueles que trazem um grupo de garotas
repetindo a máxima “Mea vulva, mea maxima vulva”
ou mesmo a sensibilidade ao retratar uma mulher que encara o sexo de
forma compulsiva não pelo orgasmo que propicia, mas pela fuga que
representa.
O que, no mínimo, é um imenso desperdício de energia e prazer.
Fonte: Portal Cinema em Cena
Fonte: Portal Cinema em Cena
vlw neomarxista calvo!
ResponderExcluirNão sou calvo, e sim, tenho alguma afeição pelo marxismo. De qualquer forma, de nada.
ResponderExcluirrsrs pensei q a postagem era de outra pessoa. baixando o vol2 vlw
ResponderExcluirDe nada amigo, fique à vontade. A brincadeira foi só pra descontrair. Aproveite os filmes.
ResponderExcluirValeu pela disponibilidade do filme.
ResponderExcluir