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domingo, 5 de abril de 2020

ONDAS DO DESTINO - 1996

Breaking the Waves, 1996
Legendado, Lars von Trier
 Breaking the Waves (1996) | The Criterion Collection

Formato: mp4
Áudio: inglês
Legendas: português
Tamanho: 1,92 GB

Torrent convergente

SINOPSE  
Sexualidade e religião são quase uma fixação temática na obra de Lars von Trier. Quando Joe, interpretada por Charlotte Gainsbourg em Ninfomaníaca, reivindica sua sexualidade aberrante diante do grupo de viciados, o diretor dinamarquês apenas leva o tema às suas últimas consequências. Quase duas décadas antes, ao realizar o filme que lhe trouxe a consagração definitiva – o esplêndido Ondas do Destino, Lars von Trier pisava pela primeira vez no solo que ele desbravaria o longo de sua filmografia. Mas em seu filme de 1996, não há o apelo imagético nem a explicitude impactante de seu longa-metragem de 2013.
A história de Bess McNeill inicia uma trilogia centrada em personagens inocentes, desenvolvidos em tom patético e cujo comportamento sofrerá uma dura reprovação. A Trilogia do Coração de Ouro seria completada nos anos vindouros por Os Idiotas (1998) e Dançando no Escuro (2000). O curioso nome de sua trilogia Lars von Trier mesmo explica. Quando criança, ele foi muito marcado por um livro infantil de nome Coração de Ouro, que narra a história de uma menina que atravessa uma floresta com pães nos bolsos, terminando a travessia nua e sem nenhuma comida. Ela dera tudo o que tinha aos que encontrou pelo caminho e conclui a história afirmando: “eu vou ficar bem, de qualquer jeito”. A entrega sem reservas e o auto-sacrifício ilimitado da menina ressurgirá com Bess e terminará com Selma.
Dizer que Ondas do Destino segue os dez mandamentos do Dogma 95, publicados no ano anterior, é um erro relativamente frequente. Mesmo com a câmera integralmente nas mãos e filmado com iluminação natural, há vários elementos que já rompem com o recém-criado manifesto. A trilha sonora extradiegética (lindíssima, por sinal e repleta de clássicos de Elton John, Bob Dylan e David Bowie) e a fotografia com efeito granulado são alguns exemplos. Lars von Trier realizará na segunda parte da trilogia o seu único filme plenamente obediente ao movimento, exatamente no mesmo ano em que seu companheiro Thomas Vinterberg faria o mesmo com Festa de Família. Extremamente formalista, Os Idiotas é um capítulo à parte na cinematografia do diretor escandinavo. Dois anos depois, Dançando no Escuro, seu filme mais desolador, romperia novamente com o Dogma, fechando a trilogia a pleno vapor.
Em Ondas do Destino, a bondade sem concessões de Bess esbarrará no moralismo perverso de uma pequena cidade escocesa. O enredo não é mesmo fácil e, mais uma vez, Lars von Trier coloca na tela uma questão que preferimos ignorar. Quando seu marido Jan (Stellan Skarsgard) fica tetraplégico devido a um acidente em uma plataforma de petróleo e pede que ela faça sexo com outros homens, para que ele satisfaça sua esposa mesmo que por meio de outros, ocorre uma inversão surpreendente. O sacrifício não é dele, mas sim dela. Bess não deseja atender aos pedidos do marido e sofre tremendamente em seu suplício. Sente náuseas, vomita e chora. Ela afirma: “Sempre fui estúpida. Meu talento é esse”. Ela assume que seu propósito em vida é servir aos outros e abdicar de si mesma em nome de um amor tão profundo como o que sente por Jan. A atriz britânica Emily Watson rouba a cena.

Fonte: Planocritico


7.9 de 10 85% - 91% 2 h 39 min Trailer



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