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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

COSMOPOLIS - 2012

Cosmopolis, 2012
Legendado, David Cronenberg

Formato: AVI
Aúdio: Inglês
Legenda: Português
Duração: 104 minutos
Tamanho: 690 Mb
Servidor: Mega (Parte única)

SINOPSE
A cidade de Nova Iorque está em tumulto e a era do capitalismo está chegando ao fim. Uma visita do presidente dos Estados Unidos paralisa Manhattan e Eric Packer (Robert Pattinson), o menino de ouro do mundo financeiro, tenta chegar ao outro lado da cidade para cortar o cabelo. Durante o dia, ele observa o caos e percebe, impotente, o colapso do seu império. Packer vive as 24 horas mais importantes da sua vida e está certo de que alguém está prestes a assassiná-lo. 
Fonte: AdoroCinema


ANÁLISE

O organismo infectado de Cronenberg 


O mundo em Cosmópolis (Cosmopolis, 2012) só é visto através de uma tela. De janelas de carro, de televisões embutidas em limusines, da própria tela do cinema. A violência selvagem e desvairada, as revoluções que não são televisionadas, a morte de ícones de uma geração, os atentados políticos e corporativos... Tudo é contemplado, ao longe, por Erick Parker. Que conversa, conversa e conversa. Realista, cínico, cruel e franco com as pessoas que saem e entram da sua limusine com aparência de salão real – e elas são tão alienadas e irônicas quanto o protagonista. Erick quer conseguir um corte de cabelo, e cruza uma metrópole em nome disso. Ele transa, realiza exames médicos, bebe e confere os últimos dados da bolsa dentro da limusine. Esse é o seu trono e a sua prisão: o acuado dono do mundo de Cosmópolis quer fugir da sua fortaleza sobre rodas.

A narrativa distante, estranha e desdramatizada de Cronenberg é como a atmosfera que o próprio cria: dentro do grande carro de luto, Erick é testemunha de tudo mas não é participante de nada. Os longos diálogos, tirados de forma praticamente integral do romance de Don Delillo, conciliam duas óticas de mundo sob uma mesma obra: convergindo o interesse de Delillo e sua linguagem contemporânea e crítica às mídias de massa, a guerra fria, a era digital, o terrorismo e a televisão, há o interesse de Cronenberg em retratar um homem e seu interior criado para ser perfeito (a limusine) e sua relação exteriorizada com o resto do mundo: sempre que ele sair do luxuoso veículo irá, progressivamente, tornar-se mais vulnerável. Esta parece ser justamente a sua busca: se dentro do veículo manda e desmanda, arranca confissões, dá ordens, transa com mulheres, lá fora tenta transar com sua esposa frígida em três momentos diferentes do dia (café da manhã, almoço e jantar), pede para uma segurança atirar com uma arma de choque  em seu peito e, finalmente, ao final do filme, tem de encarar aqueles que pagam o preço pela sua concentração excessiva de renda, estimada na casa dos bilhões – o quanto, nem ele sabe dizer.

A aberração física típica dos filmes de Cronenberg dessa vez é mínima mas o suficiente para, por algum motivo, inquietar: o momento em que o filme começa, de fato, é quando durante um exame de próstata que ele faz, dentro do carro, enquanto conversa com uma conhecida sua sobre negócios e o médico constata que Erick tem uma próstata assimétrica. Uma informação sem finalidade nem forma para o homem que quer saber da origem de tudo (do seu dinheiro, do dinheiro dos outros, e inclusive para onde vai a limusine que dirige) que, pouco a pouco, vai tirando-o do eixo.

Se o que acontece, de fato, é alterado por um detalhe mínimo, assim é a história de Cosmópolis, assim é a maneira que Cronenberg filma: assim como partes anatômicas do protagonista (ou de qualquer indivíduo), a câmera do canadense é infectada igualmente pelo “vírus” da anormalidade; disforme e fora da linha do horizonte, com alturas de câmera desconfortáveis, planos fechados esmagadores, lentes e movimentos que descrevem toda a tecnologia concentrada da vida moderna em um só lugar – conciliada com a cenografia do filme, os cenários simétricos e claustrofóbicos e as roupas perfeitamente alinhadas sugerem, ainda que vagamente, o ambiente de uma prisão – a prisão dos abastados, dos homens do capital, dos superadaptados. Que, como em Calafrios (Shivers, 1975) e A Mosca (The Fly, 1986), irão através de algum pretexto liberar o lado bestial e sempre confinado. 

E a missão de Cronenberg e de alguns personagens nesta obra que podem vagamente lembrar seus alter-egos (como um protestante que gosta de arremessar tortas ou o homem falido interpretado por Paul Giamatti, apresentado no ato final) é mesma missão do escritor, matador de insetos e guerreiro do submundo Bill Lee, de Mistérios e Paixões (Naked Lunch, 1991): a guerra contra o racionalismo frio e indiferente, contra o desejo castrado, contra as ditaduras da estética. E é por isso que, mais uma vez, o diretor compõe personagens que apenas parecem normais à uma primeira vista: no final das contas, eles são justamente a palavra que perturba Erick: assimétricos.

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