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domingo, 12 de janeiro de 2014

CHEVROLET AZUL - 2013

Blue Caprice, Legendado, 2013, Alexandre Moors

Classificação: Bom
Formato: AVI (Xvid)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 93 Min
Tamanho: 696 Mb
Servidor: MEGA (3 Partes)
Links:

Parte 1
Parte 2
Parte 3


Sinopse: Dez pessoas foram mortas quando John Muhammad e seu parceiro Lee Malvo partiram em uma sangrenta jornada no outono de 2002, caçando aleatoriamente civis na região de Washington. O plano era simples: promover, de um Chevrolet Caprice azul, uma série de tiroteios aleatórios em locais públicos. Baseado nestes eventos reais, Alexandre Moors investiga a gênese desses acontecimentos do ponto de vista dos dois atiradores, cuja conturbada relação de pai e filho se desdobrou em um dos mais chocantes episódios da América.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 6.2


Crítica:
A face normal da loucura.
Transpôr uma tragédia real para o cinema é sempre uma tarefa delicada, ainda mais quando se tratam de assassinatos em série que traumatizaram um país inteiro com sua aleatoriedade desafiante da razão. A transformação de dor em entretenimento requer uma sensibilidade que pouco a pouco torna-se artigo de luxo na indústria do Cinema, e é por isso que Chevrolet Azul (Blue Caprice, 2013) chama a atenção. O diretor estreante Alexandre Moors não busca o choque do espetáculo sangrento, revelando um estilo refinado ao cultivar uma atmosfera inquietante em detrimento da exploração óbvia da violência. Em sua análise fria, Moors troca a pergunta fundamental que geralmente move os estudos cinematográficos da psicopatia: não é o “por que” que lhe interessa, mas sim o “quem”. A resposta pode não ser o que a maioria das pessoas esperam, mas certamente equilibra o filme na linha tênue entre a vitimização e a demonização dos assassinos.
Moors começa a narrativa desvendando seu já notório final, quando a caçada humana finalmente terminou com a prisão dos suspeitos à beira de uma estrada. Revelado o desfecho notório, o diretor pode se ocupar com a pergunta que a mídia não fez muita questão de aprofundar: quem eram John Allen Muhammed e Lee Boyd Malvo? A história da dupla de snipers homicidas tem início nas ilhas caribenhas das Antíguas, onde Malvo (Tequan Richmond) passa os dias esperando o retorno da mãe que o abandonou. Solitário, o garoto observa seu vizinho John (Isaiah Washington) cuidar dos filhos, desejando que fosse ele o destinatário da genuína afeição do homem pelas crianças. Quando John salva Malvo de um afogamento, nasce entre ambos uma relação que logo evolui para pai e filho. O americano leva o garoto caribenho para morar com ele em Washington na casa de um amigo dos tempos de serviço militar, o colecionador de armas Ray (Tim Blake Nelson), onde John ensinará o inocente Malvo a manejar armas de fogo à luz de seus ideais particulares distorcidos.
O roteiro de R.F.I. Porto vai gradualmente revelando a verdadeira natureza do filme, e não demora para que John mostre o lado sombrio de sua personalidade ao adolescente que agora preenche o vazio deixado por seus filhos, levados embora pela mãe. Malvo ouve em silêncio enquanto a primeira figura paterna de sua vida o doutrina com ideais raivosos acerca da sociedade, concluindo que o sistema precisa ser destruído junto com todos os “vampiros”. Isaiah Washington brilha ao entregar uma mistura inquietante de ideais anárquicos e violentos com um paternalismo amoroso, construindo um personagem cercado por uma aura amedrontadora que não foge à verossimilhança de uma mente doentia. Por sua vez, Tequan Richmond se destaca em um nível diferente ao fazer do silêncio a principal característica de Malvo, guardando nos gestos e no olhar o reflexo de uma mente submissa e conturbada, sujeita a indocrinação ideológica de John. Aos poucos, a combinação silenciosamente explosiva de duas personalidades corrompidas desenha os contornos da tragédia, sem jamais despir o véu de normalidade que cerca a dupla.
No meio da narrativa começa a surgir uma ponta de repetição cíclica,que gera certo cansaço, enquanto o jovem aprende as lições letais e comete crimes para provar seu amor ao homem que cultua. Não há também referências ao abuso sexual que Malvo disse ter sofrido de John. Mas quando ambos levam suas táticas de guerrilha para dentro do famigerado Chevrolet Caprice azul, a elegância diretorial de Alexandre Moors dá origem à composições estranhamente belas que sublinham a relação oblíqua entre os atiradores. O diretor jamais se apóia na violência, vista sempre pelos olhos frios dos assassinos. Com essa perspectiva, Moors evita a obviedade e cultiva uma atmosfera sombria enquanto o Caprice assombra as ruas de Washington com sua presença fantasmagórica. Mesmo no clímax essa atmosfera se faz presente, quando a preocupação do filho com o pai se sobrepõe, obssessiva, à morte de 10 pessoas. A resposta para todos os “por ques” são semeadas sutilmente ao longo da trama, mas permanecem criptografadas nos caminhos tortuosos de mentes insanas. Já a resposta do “quem” é muito mais assustadora: antes de se revelarem monstros, John e Malvo eram pessoas normais com as quais todos lidam diariamente, sob a mira de armas imaginárias, até o dia em que um cano fumegante sai discretamente da mala de um carro.








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