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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

CAMINHOS MAL TRAÇADOS - 1969

The rain people, 1969
Legendado, Francis ford Coppola

Formato: AVI
Áudio: inglês
Legendas: português
Duração: 101 min.
Tamanho: 1,09 GB
Servidor: Mega (parte única)

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SINOPSE
Sentindo-se prisioneira de uma vida sem sentido, mulher grávida foge de casa numa manhã chuvosa. Ela dá carona para um jogador de futebol simplório com quem acaba se envolvendo.

Fonte: Cineplayers
The Internet Movie Database: IMDB - NOTA IMDB: 6.8


ANÁLISE

Pelo período de ouro vivido entre o primeiro “O Poderoso Chefão” e “Apocalypse Now”, a filmografia de Francis Ford Coppola acaba se restringindo a três filmes aos olhos do grande público. Não conseguiu manter uma boa regularidade nos últimos anos, filmando pouco e realizando projetos que não ganham tanta atenção quanto um, por exemplo, Martin Scorsese. Mas será que um diretor que realizou tantos filmes celebrados, apontados como obras-primas absolutas da sétima arte (olha que são mais de um…) teve um período de acerto tão curto? Bom, isso é assunto pra outro momento, já que “Caminhos Mal Traçados” é conhecido como o ‘primeiro’ filme importante de Coppola, o filme que chamou a atenção para o talento do diretor.
É interessante assistir o primeiro trabalho importante do cineasta, ainda mais no caso de Coppola, que tem filmes tão famosos, já que podemos perceber vários pontos de contato com os filmes que viriam depois. “Caminhos Mal Traçados” é basicamente um road movie, protagonizado por uma mulher que se sente sufocada pelo casamento infeliz, com um marido ausente, e que se sente ainda mais pressionada após descobrir que está grávida. Em vários momentos, por toda a opressão sentida por Natalie, vemos um pouco do que Coppola faria, com mais brilhantismo, com Kay Adams na trilogia dos Corleone.
O desenvolvimento de personagens beirando a perfeição é o que sobra no filme sobre os mafiosos, mas é o que falta em “Caminhos Mal Traçados”. Coppola deixa claro desde o começo do filme que a personagem que realmente interessa é a mulher, Natalie. Isso fica claro quando, em várias cenas de conversas entre dois personagens, a câmera enquadra somente o rosto da mulher, suas expressões e reações. Isso não acontece somente quando ela fala ao telefone com o marido, mas também em conversas cara-a-cara. Mas é um filme que funciona, de certa forma, ao contrário. Logo quando Natalie decide pela fuga, não sabemos motivo nenhum, já que são poucos minutos de filme. Coppola deixa esse trabalho para a câmera e encenação. No começo do filme já vemos a mulher sentindo falta de espaço, não consegue dormir confortavelmente na mesma cama que o marido. Vai tomar um banho e a câmera chega bem perto de seu rosto, como se estivesse a sufocando, não deixando espaço para ela respirar. Motivos? Eles nunca ficam explícitos, são apenas sugeridos no decorrer do filme.
Com o avançar do filme, a montagem também vai ter um papel importante para o desenvolvimento dos personagens. Nessas passagens, a montagem remete ao fluxo de memória, tentando produzir um efeito de, por exemplo, Alain Resnais, já mostrando a influência do cinema europeu nos cineastas americanos que fizeram fama na década de setenta. Quando esse recurso é direcionado à sua protagonista, é muito efetiva, já que se alternam imagens da felicidade do casamento em seu início com a tristeza atual, sozinha em um quarto de hotel de beira de estrada. Acaba que o recurso não se mostra tão interessante quando utilizado com outros personagens, principalmente com Killer (Caan).
Como Coppola dedica o filme à protagonista, os personagens masculinos que estão em volta não possuem força própria, não são interessantes, o que importa são quais os efeitos que eles causam sobre Natalie. Por isso que quando Coppola investe um pouco mais nesses personagens, são momentos que não rendem, já que são muito unilaterais para despertar nosso interesse com tão pouco. Mas, como disse, a relação e seus efeitos são mais importantes, ou deveriam. No começo do filme, quando Natalie vai conversar com a mãe sobre a decisão que vai tomar, vemos que a câmera se posiciona atrás dos pais, fazendo com que seus braços não nos deixem ver o rosto de Natalie em sua totalidade. Já quando, após partir, ela para num hotel com Killer, vemos que a lógica se inverte, são os braços dela que impedem a visão de Killer. E é importante ver que Natalie gosta dessa situação, desse momento em que ela é que dá as cartas, ao contrário do que acontece com o marido, como ela revela em uma conversa por telefone.
Já Killer desempenha dois papéis importantes durante o filme, mesmo sendo um personagem não tão bem desenvolvido. No primeiro momento, logo quando recebe a carona de Natalie, ele representa a aventura, uma oportunidade de sentir algo novo, sair da monotonia/opressão do casamento. É a oportunidade de ser o centro de um relacionamento, mesmo que mais curto. Mas com o passar do tempo, descobrimos o problema de Killer, o que leva esse relacionamento para uma esfera diferente. A relação muda de amantes-fora-do-casamento para mãe-e-filho. Não só o casamento exercia pressão sobre Natalia, mas a descoberta da gravidez leva esse sofrimento a níveis ainda maiores. E as atitudes irresponsáveis de Killer aumentam as dúvidas.
Mesmo sendo um filme irregular, com seus erros, “Caminhos Mal Traçados” mostra, em vários momentos, o grande talento de Coppola. E é incrível o salto que ele daria desse bom filme para a obra-prima que viria depois, o famoso “O Poderoso Chefão”, e partir daí, fincar seu nome na história do cinema dominando a década de setenta.
Análise retirada do site injecaocinefila










































































3 comentários:

  1. Puxa vida. Primeiramente, gostaria de dizer que me sinto lisonjeado ao ver duas sugestões minhas postadas. Acompanho o blog desde 2010. O trabalho de divulgação cultural que vocês fazem é muito bonito. Acredito que dê muito trabalho manter um blog como o de vocês. E que o trabalho é feito de forma ‘apaixonada’, sem espera de retorno financeiro.
    Há algum tempo fui ao museu de Parati-RJ. Eles possuem uma instalação em que é possível escutar o depoimento de alguns moradores locais antigos. Um que me chamou a atenção em particular descreve como a vida e o modo de agir das pessoas. Segundo ele: “antigamente cada morador tinha sua pequena ‘roça’ para subsistência. O excedente era compartilhado: milho, mandioca, ...todos saiam ganhando. Mas isso vem mudando (principalmente após a abertura da Rio-Santos em ~1979) ... as pessoas se tornaram mais individualistas influenciadas pelo modelo de sociedade de consumo”.
    Todo esse rodeio para dizer que um blog como o de vocês chega a ser paradoxal: no âmago da sociedade de consumo, da hiper-informação fútil.... pessoas de bom gosto e bom coração compartilhando cultura, sabedoria e arte.
    Desejo vida longa ao seu blog e paz em suas vidas.
    TMK

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    1. Car@ TMK, primeiramente muito obrigado por suas palavras de apoio. De fato, é difícil manter um blog de compartilhamento no ar por muito tempo, ainda mais com esse constante cerceamento via fechamento de sites. Outra coisa que dificulta muito é sua manutenção para deixar todos os links válidos. Confesso que isso para uma única pessoa é virtualmente impossível, pois requer um desprendimento monstruoso que nos dias de hoje é cada vez mais raro. Um último ponto de dificuldade diz respeito a falta de apoio dos usuários. Me explico: detesto jargões imbecilizantes como "só podia ser do Brasil", "isso é coisa de brasileiro" ou algo do gênero. Mas nós brasileiros temos a incrível capacidade de agradecer simples gestos como o simples compartilhar arquivo. Isso parece pouco para quem vem, usa e fuckyourself. Os comentários, bons e ruins, fornecem um feedback de que seu "trabalho" está sendo visto, porém, no Brasil, isso raramento ocorre. é uma lástima, mas acontece com muita frequência.

      Demorei anos para respondê-l@, mas cá estou eu para agradecer demais por suas palavras.

      Grande abraço!

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