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domingo, 30 de março de 2014

OS PROFISSIONAIS - 1966

The Professionals, Legendado, 1966, Richard Brooks.

Classificação: Ótimo

Formato: AVI (Xvid)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 117 min.
Tamanho: 700 MB.
Servidor: MEGA (2 Partes)
Links:

Parte 1
Parte 2

Sinopse: Quatro soldados são contratados por um rico barão do petróleo texano (Ralph Bellamy) para resgatar a sua esposa raptada (Claudia Cardinale), que foi levada para o outro lado da fronteira mexicana por um bando de mercenários chefiados por Jesus Raza (Jack Palance).
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 7.4

Crítica:
The Professionals
(Os Profissionais)
Direção: Richard Brooks
Roteiro: Richard Brooks
Produção: Richard Brooks
Ano: 1966
Elenco: Burt Lancaster, Lee Marvin, Claudia Cardinale…
Duração: 117 minutos
Um ótimo filme com as características do western italiano, contando ainda com grandes atuações de um elenco de peso.
Análise: Os Profissionais, inteiramente de Richard Brooks, é um filme norte-americano porém com características do western spaghetti, tanto que foi um grande clássico no auge do gênero. A película conta com um elenco de peso, e é baseado no romance A Mule for the Marquesa, de Frank O’Rourke.
A história é contada a partir de J.W Grant (Ralph Bellamy), o qual contrata um grupo com o objetivo de recuperar sua esposa Maria (Claudia Cardinale) que, segundo ele, fora raptada por um revolucionário mexicano, chamado Jesus Raza (Jack Palance). Como prêmio, ele oferece 10 mil dólares para cada um dos pistoleiros, sendo que estes são Henry Fardan (Lee Marvin), líder do grupo; Bill Dolworth (Burt Lancaster), especialista em dinamites; Hans Ehrengard (Robert Ryan), cuidador dos cavalos; e Jake Sharp (Woody Strode), especialista em arco-e-flecha. O grupo em questão vai em busca de Maria, mas Henry e Bill - que chegaram a trabalhar para Raza por muitos anos e por isso o admiravam ainda - estranham o fato de seu antigo chefe ter raptado a mulher. De qualquer jeito, o quarteto precisa atravessar o deserto, enfrentar alguns bandidos e traçar um plano para recuperar Maria, que tenta resistir ao resgate.
A película tem um elenco altamente qualificado, e conta com a belíssima atriz italiana Claudia Cardinale, famosa pelo papel de Jill McBain em Era uma Vez no Oeste, de Sergio Leone. Fora ela, o filme ainda possuía muitos qualificados atores norte-americanos, como Woody Strode (também de Era uma vez no Oeste, e que ficou muito conhecido por ser um dos primeiros negros a se tornar ator de faroeste nos Estados Unidos) e Lee Marvin (que interpretou o papel de Liberty Valance em um dos clássicos de John Ford, O Homem que Matou o Facínora). O roteiro e direção por parte de Richard Brooks ainda conseguem chamar a atenção, mas o que mais se destaca mesmo é a ótima fotografia de Conrad Hall (indicado ao Oscar de "Melhor Fotografia" por dez vezes e saindo vencedor de três), com belas paisagens.

Apesar de tudo, este é mais um dos filmes com a essência americana, porém que contém muitas influências dos westerns spaghettis; os principais fatores que explicam isso são a grande parte de perseguições, tiros e violência que os demais westerns americanos não possuíam. Mesmo assim, Brooks ainda mantém aquelas pegadas românticas peculiares dos estadunidenses. Uma boa maneira de conclusão para Os Profissionais seria: um ótimo elenco, gerando atuações estupendas que se equivalem à direção de Richard Bronks e a fotografia de Conrad Hall.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:
ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.












quarta-feira, 19 de março de 2014

UM CÃO ANDALUZ - 1929

Un chien andalou, 1929
Legendado, Luis Buñuel 
Classificação: Excelente

Formato: AVI
Áudio: francês (intertítulos)
Duração: 16 min.
Tamanho: 766 MB
Servidor: 1Fichier (2 partes)

LINKS


SINOPSE
Com roteiro co-escrito por Salvador Dalí, Luis Buñuel estreou como diretor neste curta-metragem, o marco inicial do surrealismo no cinema.Com clara influência da psicanálise, Buñuel e Dalí exploram o inconsciente humano, numa seqüência de cenas oníricas, incluindo o célebre momento em que um homem, interpretado pelo próprio diretor, corta, com uma navalha, o olho de uma mulher. Com apenas 17 minutos de duração, "Um Cão Andaluz" é considerado um dos filmes mais chocantes, surpreendentes e revolucionários da história do cinema.
The Internet Movie Database: IMDB - Nota IMDB: 7.9


ANÁLISE
Um Cão Andaluz é um curta-metragem que está profundamente enraizado nas bases de um movimento artístico que engloba formas mais diversas do que somente o cinema. Categorizado como um filme da vanguarda do surrealismo, sua linha narrativa difere-se abruptamente da linearidade e das convenções do cinema clássico-narrativo, opondo-se a uma lógica aristotélica de narrar histórias, estando muito mais alinhado a teorias nascentes de inconsciente e a linguagem do fluxo de consciência. Realizado em 1929,  as ações imitam de maneira persistente o fluxo desconexo dos sonho, o que ocasiona um detrimento do princípio da continuidade espaço-temporal. Desse modo, trabalha com uma narrativa que, ao invés de emular a realidade, tem como mote associações livres para imitar o processo do sonho. 
Luis Buñuel
Entretanto, Buñuel utiliza elementos da linguagem cinematográfica clássica-narrativa, tais como planos próximos e closes dramáticos, mas com um intuito essencialmente oposto: o de retratar a realidade interior dos personagens. Portanto, Un Chien Andalou é um descendente artístico direto dos estudos de Sigmund Freud, como na sua obra literária A Interpretação dos Sonhos, que causaria grande impacto nas artes em geral, tanto na literatura, como demonstraria James Joyce em seus fluxos de consciência narrativos, que mais tarde influenciaria William Falkner, quanto nas artes plásticas, sobretudo no surrealismo. 

O que há em comum nessas manifestações pós-freudianas é que elas promovem uma quebra de convenções na forma como a arte é apresentada, no sentido de que quebram com as regras protocolares e a lógica da arte até então. E não seria diferente no cinema, como bem exemplificado na narrativa caótica de Um Cão Andaluz, por vezes interpretado erroneamente inclusive como uma obra nonsense. Na verdade esta suposta anarquia narrativa do filme, assim como de outras obras do surrealismo, emerge de uma manifestação contra a elite e o equilíbrio burguês.

Nesta produção, há uma imagem emblemática que marca o início da narrativa, e é a mais lembrada do filme e de todo o surrealismo cinematográfico: a cena de uma navalha cortando o globo ocular de uma mulher. Ainda é muito discutido o que esta imagem quer transmitir em significado. Para muitos é apontada como uma tática de choque, símbolo de uma visão modernista e até mesmo um estandarte da agressividade masculina. Outros apontam como um símbolo que mostra um anúncio de uma nova visão da realidade. O fato é que a imagem, assim como todo o filme, possui um caráter onírico que se distancia de forma contundente de um retrato direto da realidade, dando forma a um universo regido pelo onírico – que naturalmente dará margens a diversas interpretações. O próprio surrealismo baseia seus princípios na crença de que existe uma realidade superior a esta trivial a qual concebemos como uma verdadeira e única "realidade". Neste conceito de realidade dos surrealistas, somente se chega a verdade por meio de associações de conceitos (símbolos visuais e sonoros) aparentemente desconexos. Os chamados processos oníricos, tomando como base a suposta decifração de significados emblemáticos que se elaboram nos sonhos. Dentre as demais vanguardas dos anos 20, que também tiveram manifestações no cinema, tais como o Dadaísmo, o Cubismo e o Futurismo, justamente o Surrealismo é o que de modo mais enfático destina-se ao trabalho de romper com estigmas e valores sociais deturpados e pré-definidos, libertando o homem de uma existência degradada pela lógica burguesa, por pressupostos da igreja e pela tirania de governos opressores. 

Portanto o cinema surrealista, na figura de Um Cão Andaluz, representava uma tentativa artística de transformar a expressividade num instrumento em prol da "linguagem", esta como elemento essencial de uma obra. A ideia presente no filme era, mais do que um rompimento com a realidade, fundamentalmente uma ruptura com um modo de retratar a realidade. Desse modo, a obra é repleta de símbolos aparentemente desconexos (cobras, bicicletas, coisas voadoras, formigas), gerando uma narrativa que rompe com a tradição burguesa, chocando a estabilidade do mundo. Mas, em contrapartida, no intuito de que, como cada signo tem seu significado atribuído de forma subjetiva, desenvolva-se uma narrativa que faça sentido para o inconsciente do espectador, fomentando sensações originadas em sua memória involuntária. A realidade que interessa aos surrealistas.

Análise retirada do site cineplayers

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terça-feira, 18 de março de 2014

TEMPORÁRIO 12 - 2013

Short Term 12, Legendado, 2013, Destin Cretton

Classificação:
Excelente

Formato: MP4 ( Blu-ray rip 720p )
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 96 Min
Tamanho: 757 MB
Servidor: MEGA ( 2 Partes )
Links:

Parte 1
Parte 2

Legenda

Sinopse: Grace e Mason se esforçam para ajudar Marcus, um garoto intenso, tranquilo que está prestes a completar 18 anos, a lidar com a dificuldade de ter que deixar o seu estabelecimento.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 8.1



Crítica:

Crítica: Temporário 12 / Short Term 12 (2013)

*7.5/10*
O dia-a-dia de um centro de acolhimento temporário para jovens serve de mote a Temporário 12, onde mergulhamos profundamente na intimidade de jovens e técnicos. Apesar dos inevitáveis clichés, Destin Cretton traz um filme que se distingue pela proximidade com o espectador, que irá viver de perto dramas muito reais, entrando na intimidade e esforçando-se por compreender o que vai na cabeça destes jovens problemáticos ou com um passado turbulento.
Grace (Brie Larson) dedicou a sua vida a ajudar estes miúdos. Comprometida com o seu emprego e apaixonada pelo seu colega Mason (John Gallagher Jr.), continua porém a debater-se com o seu próprio passado conturbado quando descobre que a sua vida está prestes a mudar para sempre. Ao mesmo tempo, dá entrada nas instalações uma jovem que tem sido constantemente transferida entre instituições, devido ao seu comportamento perigoso. Quase imediatamente, cria-se uma ligação entre ambas. Mas se Grace conseguisse confiar e falar com Mason da mesma forma que encoraja aqueles jovens a fazê-lo, conseguiria encontrar uma maneira de fazer as pazes com o passado, ao mesmo tempo que apoia aqueles que mais dependem dela.
O que Temporário 12 poderia perder no seu argumento pouco original – já que são inúmeros os filmes sobre jovens problemáticos -, ganha na proximidade e na forma intima como entramos na vida destas personagens (a câmara irrequieta – que pode incomodar muita gente, mas a que depressa nos habituamos – muito contribui para esta intrusão). Iremos partilhar dos seus dramas e emocionar-nos com a crueldade do seu passado.
Fonte: Hoje vi(vi) um filme - blog








domingo, 16 de março de 2014

NINFOMANÍACA - VOLUME II - 2014

Nymphomaniac - Vol II, Legendado, 2014, Lars Von Trier

Classificação: Bom
Formato: AVI (Xvid)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 123 Min.
Tamanho: 832 MB.
Servidor: MEGA (2 Partes)
Links:

Parte 1
Parte 2

Sinopse: A continuação da história de vida de Joe investiga os aspectos mais sombrios de sua vida adulta, e o que a levou aos cuidados de Seligman. Últimos três capítulos de "Ninfomaníaca".
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 7.3


Crítica:
 Por Enock Carvalho



Joe
Em uma matéria da Folha de São Paulo datada de 12 de março de 2014 uma mulher chamada Magali conta: “O crack tira o apetite e mata todos os desejos, menos o de buscar por mais pedra. Já roubei e me vendi por R$ 1 ou um farelo de crack. Já vi matar e quase morri. Fui estuprada não sei quantas vezes. Nada me fez parar”. Magali provavelmente não sabe, mas ela é como a personagem Joe. A única diferença talvez é que uma sofre na realidade, enquanto a outra tem o prazer de existir numa ficção.
No Volume 1 de Ninfomaníaca, Lars Von Trier construiu sua protagonista como quem come um prato quente pelas bordas com medo de se queimar. Pouco a pouco, foi revelando as histórias obscuras da jovem viciada em sexo e traçando o caminho que a levou às condições nas quais fora encontrada por Seligman (Stellan Skarsgård): machucada e desacordada em um beco frio.
É no Volume 2 que, colocando toda a história já contada pela personagem realmente no passado, o diretor mostra sua intenção real com Ninfomaníaca, com o conjunto. A versão madura de Joe, interpretada por Charlotte Gainsbourg, ganha espaço nas memórias e mergulha em temas que refletem seu verdadeiro tormento, o de não se sentir capaz de pertencer ao mundo, o de não conseguir ser mãe, o de não conseguir viver.
Menos didático que a primeira parte, são poucas as tradicionais imagens ilustrativas empregadas pelo diretor neste. Existe também uma menor distância de tempo entre os três capítulos contados pela personagem agora, dando uma leve impressão de que eles aconteceram quase que de maneira sucessivas. Mas o que realmente chama atenção é o lado moralista do diretor ficar em evidência.
Apostando menos na provocação e reduzindo as imagens de sexo explícito a meras aparições especiais, o Vol. 2 ainda assim é perturbador por conter cenas violentas de sadomasoquismo. A personagem já aceita muito bem sua condição, a qual insiste em não chamar de vício, uma vez que considera sua ninfomania algo incorrigível e parte de si. O que vemos é uma Joe que não consegue se encaixar numa sociedade que abomina suas práticas e esse é o gancho que Lars Von Trier puxa ao longo do filme.
Partindo do princípio de que sua personagem, na maturidade da vida, já aceitou quem é, o problema maior está no relacionamento com a família e com o mundo. Por outro lado, vemos uma Joe que pouco a pouco conquista seu espaço e consegue dar uma utilidade ao talento (por que não?) que ela tem. Afinal, ser uma ninfomaníaca não envolve apenas ter um desejo incontrolável pelo sexo, pela relação com outro. A masturbação, o gozo, o sadomasoquismo, são elementos que a personagem descobriu ao longo da vida e que fizeram ela reconhecer que não tinha, no fim das contas, uma doença.
Ao esquecer o amor e se entregar ao prazer do ato sexual, mesmo sem ser capaz de chegar ao orgasmo, Joe sente culpa. A grande questão em torno disso, levantada por Lars Von Trier por meio das conversas entre Seligman e a personagem, é a de que ela talvez esteja numa posição de minoria imposta pela sociedade. Seligman, um assexuado ouvinte, estuda ao longo de uma noite toda a vida atormentada de Joe para quase deixar escapar o veredicto proposto pelo diretor. Ele não precisa, contudo, fazê-lo.
Ninfomaníaca – Vol. 2 se debruça sobre toda a vida de Joe para dizer que talvez suas práticas não sejam nem um pouco abomináveis, ou sequer condenáveis, se aproximando de uma ideia feminista sobre o poder de julgar o que você faz ou não com seu corpo. O filme consegue criar uma balança e colocar de um lado Joe e toda sua história, e do outro, os homens que não precisam ser diagnosticados ninfomaníacos para equivaler a ela, pois têm práticas sexuais que a sociedade julga serem normais. 

Joe entra para a vasta coleção de personagens do diretor Lars Von Trier, como mais uma mulher imperfeita aos olhos da sociedade e que teve que pagar psicologicamente e fisicamente por isso. Foi assim com Selma Jezkova, no triste Dançando no Escuro, foi assim com Grace em Dogville, e é assim com tantas outras na vida real.

estrelas35
Fonte: Cine Marcado