SINOPSE
7.6 de 10 | 97% - 82% | 1h 35 min | Trailer |
7.6 de 10 | 97% - 82% | 1h 35 min | Trailer |
6.9 de 10 | 72% - 75% | 3 h | Trailer |
Verdadeiro herdeiro do espírito do Neo-realismo, “A Árvore dos Tamancos” é um filme que, apesar de produzido em 1978 e já numa era em que a RAI (Radiotelevisão Italiana) injectava dinheiro no cinema, lembra o manifesto do pós-guerra, quando o cinema dos novos autores parecia quase artesanal, numa afirmação estética e temática que influenciaria para sempre o cinema mundial. Se Ermanno Olmi mostrou esta tendência logo desde o início da sua carreira, destacando-se o seu primeiro sucesso “O Emprego” (Il Posto, 1961), tal ganhou ainda maior evidência na sua obra de 1978, um filme que usa actores não profissionais, filmando o seu dia-a-dia e situações aparentemente não encenadas, numa temática que exclui histórias individuais, servindo como comentário a um contexto social, onde é o sofrimento do povo que surge como protagonista.
É de tudo isto que é feito “A Árvore dos Tamancos”, filme rodado na região de Bergamo (de onde Olmi é natural), falado no rude dialecto bergamasco, e centrando-se nas condições de vida de um conjunto de famílias pobres, ligadas à terra e vivendo em parcas condições numa mesma cascina (nome dado a pequenos aldeamento comunitário rurais naquela região de Itália), em função daquilo que a natureza lhes permite. É claro que se nota que, em relação com os filmes de Rossellini, Visconti ou De Sica dos anos 40/50, “A Árvore dos Tamancos” tem situações encenadas, e uma montagem muito elaborada. Ainda assim, pelo modo de estar dos personagens, pela fotografia e planos lentos, muito do que nos chega parece naturalista e improvisado, na velha tradição do Neo-realismo.
7.9 de 10 | 94% - 87% | 3 h 06 min | Trailer |
Já Solange (Françoise Dorléac) tem outros planos: tornar-se uma compositora de sucesso em Paris. Para isso, pede ajuda ao dono de uma loja de instrumentos musicais, Simon Dame (Michel Piccoli), que ainda cultiva uma antiga mágoa amorosa. Ele promete apresenta-la a Andy Miller (Gene Kelly), um músico de sucesso. As mães das garotas, Yvonne (Danielle Darrieux), por sua vez, sonha com um amor do passado enquanto comanda um bar no centro da cidade. Lá recebe o jovem Maxence (Jacques Perrin) com certa frequência. Soldado e pintor nas horas vagas, ele sonha com o seu “ideal romântico”, ao qual retratou em um quadro, exposto na galeria de Guillaume.
7.7 de 10 | 98% - 84% | 2 h 07 min | Trailer |
O grande tema de Sorte Cega é o destino. A liberdade, que incide sobre o homem como uma condenação inexorável, segundo o francês Jean-Paul Sartre, atemoriza e angustia. Poder escolher entre diversos caminhos, tendo cada instante o valor de uma escolha irreversível, nos humaniza, mas também pesa sobre nossos ombros. O grito do protagonista Witek (Boguslaw Linda) é de horror diante dessa consciência. O mais humano dos gritos, que é o grito daquele que se percebe livre. Kieslowski constrói três possíveis histórias para o seu personagem, todas iniciadas a partir de sua tentativa de pegar um trem em movimento. Essa cena, que inicia cada uma dessas possibilidades de vida, é magistral. A moeda que rola pelo chão é o acaso que se apresenta, oferecendo suas oportunidades. O close-up com que Kieslowski enquadra a mão de Witek tentando alcançar a maçaneta do trem é uma genial metáfora do destino fugidio, que ora se deixa alcançar, ora escapa, em uma fração de segundos.
As três possibilidades de vida de Witek são bastante distintas. Na primeira, o jovem é membro do partido comunista polonês e envolve-se no complexo contexto de acirramento político que fazia parte desse momento histórico na Polônia dos anos 80. O partido é apresentado como uma organização burocrática e ineficaz, o que certamente contribuiu para a censura do filme. Witek assiste a um discurso de um velho ex-militante político, que exalta a esperança em um mundo melhor, mas confessa a frustração da velhice ao ver malograda a tentativa de fazer política com imaginação. O clima de perseguição e antagonismo que encontrou, ao optar por esta primeira posição política, volta-se contra ele mesmo e Witek termina profundamente frustrado, perdendo o amor de sua namorada e jogando, com fúria, sua mala ao chão.
7.9 de 10 | 70% - 86% | 1 h 54 min | Trailer |
Temos em seguida um corte seco que nos transporta até a cidade de Veneza, com seus tons escuros e lúgubres acentuados pelo inverno. Descobrimos então quem são os pais da menina que se afogou no lago: o casal John e Laura Baxter. Laura e interpretada pela popular atriz Julie Christie. John, personagem de Sutherland, é um mestre restaurador de pinturas sacras e está na cidade para restaurar as pinturas de uma antiga igreja. O interessante no filme é a sua construção lenta de uma expectativa em algo terrível que poderá acontecer – o suspense é trabalhado de maneira muito particular, sem clichês óbvios. A sequência do acidente na igreja é espetacular.
O elemento sobrenatural é instaurado na trama com a presença de duas irmãs, uma delas é médium e cega, ambas senhoras de idade. A cena em que a médium cega conhece Laura e afirma estar vendo o espírito da menina morta, desencadeia uma série de acontecimentos inusitados que conduzem as personagens por caminhos sombrios pelos labirintos da antiga e misteriosa cidade de Veneza, que, no inverno, ganha contornos de forte acento gótico. O filme tem grandes sequências noturnas. A presença em cena de um ator com o rosto tão expressivo como o de Donald Sutherland traz para o filme uma força maior, praticamente ele aparece em todas as cenas e a marca invisível da culpa e da não-aceitação pela morte da filha, ficam muito evidentes em seus olhos. Sutherland funciona muito bem em filmes de Horror, como no excelente, na minha opinião, Invasores de Corpos, a segunda versão.
7.2 de 10 | 94% - 76% | 1 h 50 min | Trailer |
7.8 de 10 | 100% - 82% | 3 h 22 min | Trailer |
Com roteiro adaptado de três contos independentes de Maile Meloy, “Certas Mulheres”, de Kelly Reichardt é um filme onde três histórias envolvendo três mulheres distintas se passa numa cidade pequena do interior dos EUA, que é cortada por uma trilha de trem e um rio.
Seja a advogada Laura (Laura Dern), a fria empreendedora Gina (Michelle Williams) ou a contida guardiã de um rancho (Lily Gladstone), todas estas mulheres independentes são retratadas convivendo com incertezas da vida e enfrentando, da sua forma, a indiferença de sua devida importância perante à maioria dentro de suas capacidades,sempre em frente um dia após o outro (diferente dos personagens masculinos, cabe observar).
Nestas três histórias contidas no filme, levemente entrelaçadas entre si, Reichardt faz um tratado também das projeções de incertezas percalçada por cada uma delas, confrontando seus desafios e anseios de vida num roteiro com poucos diálogos, porém com muitos significados em gestos e olhares (que me lembrou bastante o estilo de Todd Haynes em seu filme “Carol”), que trazem toda a delicadeza neste filme contemplativo, tanto das peculiares belezas naturais da paz do interior quanto às situações que o filme confronta, em especial o terceiro conto da rancheira, de cortar o coração.
6.3 de 10 | 91% - 50% | 1 h 47 min | Trailer |
7.7 de 10 | 95% - 89% | 3 h 08 min | Trailer |