El Topo, 1970, Alejandro Jodorowsky
Classificação: Ótimo
Formato: AVI
Áudio: Espanhol
Legendas: Português
Duração: 125 minutos
Tamanho: 699 MB
Servidor: 4Shared (3 Partes)
Links:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Sinopse: "El Topo" é um pistoleiro
todo vestido de preto que vaga pelo mundo sem motivo aparente, ajudando
as pessoas em seu caminho. O filme apresenta um mundo deserto e sádico
onde predomina a cultura mexicana, o culto às armas e ao fanatismo; uma
jornada pelo surreal repleta de simbolismos e imagens impactantes.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database:
IMDB - Nota
IMDB:
7.3
Análise:
Conheça
“El Topo”, um pistoleiro cheio de objetivos: levar-nos em uma viagem
até um mundo inexistente e... salvar o surrealismo!
Análise:
Para estarmos analisando esta película, é obvio que ela tende a passar
na época do velho-oeste; entretanto, em “El Topo” não temos uma noção
exata de “quando” nem “onde” ela acontece. As locações de onde o enredo
se situa até nos soa como um “western spaghetti à
lá Sergio Leone”, porém o surrealismo com que lidamos faz-nos perder a
noção de tempo. E então apenas conseguimos nos estabelecer em um período
pelos cenários e figurinos, os quais são devidamente esquisitos para a
época do oeste selvagem norte-americano, chegando à conclusão de que
estamos a ver um filme retratado longe dos tempos das diligências de
John Ford.
Como
prova de total surrealismo, temos a figura de um garoto de seis anos
que anda completamente despido (Brontis Jodorowsky), sem motivo algum
para isso; no entanto, ele é filho de ‘el Topo’ (a toupeira,
interpretado por Alejandro Jodorowsky) que anda apenas com roupas pretas
debaixo daquele calor funesto e penoso, totalmente contrário ao aspecto
de seu filho. Vemos os dois companheiros a vagar pelo mundo sujo de
sangue e de poeira sem uma razão aparente, normalmente auxiliando
criaturas em sua jornada. Isto já é um próprio estereótipo dos antigos
anti-heróis de Sergio Leone – como o “homem sem-nome” –, aumentando
assim as homenagens que a película traz para o western spaghetti, fora as já citadas locações parecidas.
A
história é dividida em duas partes: a primeira representando o faroeste
em si, com poucos tons surreais em relação à segunda, onde os momentos
de “loucura” são incontáveis. Na primeira parte, quem acompanha El Topo é
seu filho, porém ele o troca pela mulher Mara (Mara Lorenzio), a qual o
desafia a enfrentar os quatro pistoleiros do deserto, sendo que todos
estes são os mais esquisitos possíveis; na segunda parte, conta-se uma
história de redenção, onde vemos um velho-oeste totalmente anormal e
excêntrico, mas demonstrando uma dose de verdade em relação aos
problemas que lá ocorrem. É inclusive nesta segunda parte onde se pode
fazer uma comparação com os dias de hoje, sendo como um retrato do que
temos de lidar atualmente: a desigualdade e preconceito; mesmo sendo uma
obra surrealista, existem nela pingos da verdade. Ah, e não se esqueçam
da parte em que El Topo troca seu filho pela mulher, pois nesta cidade
há um reencontro entre os dois, o que acabará em um resultado
inesperado. Apenas vejam e saberão!
Deixando
de lado o peculiar arroz-feijão, Jodorowsky dirige de forma própria,
expondo planos complexos e um tanto quanto invulgares, justamente como
também é sua obra. Fora sua direção, o seu trabalho ainda manifesta
cortes de câmeras crus e alguns até “sem sentido”, impondo um maior
destaque à película principalmente por envolver um projeto de produção
surreal fora do filme em si (no caso, a edição). E além da direção
destacável e plausível de Jodorowsky, vale dizer ainda que o artista
chileno tem a capacidade para atuar (mesmo que de uma forma caricata),
escrever um ótimo roteiro (apesar conter algumas falhas grotescas) e até
mesmo compor a angustiante trilha sonora; sem contar também que é seu
filho quem interpreta o menino despido durante a primeira parte da
película. Impressionante, não?!
Tida
como uma das maiores obras-primas do gênero fílmico nomeado
surrealismo, El Topo nos encanta com suas imagens impactantes,
mirabolantes e de múltiplo sentido, além de sua estética finíssima e
inovadora, seu simbolismo, suas homenagens e seus fortes personagens,
demonstrando toda a genialidade do criador Alejandro Jodorowsky. E
apesar de conter riquíssimos detalhes (o que faz com que a película seja
assistida mais de uma vez), os espectadores podem se distrair de
maneira fácil e direta, principalmente por ser uma obra-prima chamativa e
acima de tudo: violenta.