
Por boa parte de Mulheres Diabólicas, vemos os esforços um pouco atrapalhados dos patrões para ajudar a empregada doméstica como algo bondoso. A empregada Sophie (e sua amiga também proletária Jeanne) são as únicas figuras que realmente exibem qualquer traço de maldade na obra. Inclusive, o elo das duas é criado justamente quando ambas descobrem o passado nefasto uma da outra. Mas então, o que Chabrol quer em um filme em que os patrões são supostamente bonzinhos e os empregados, diabólicos?
Não retratar simplesmente como uma dicotomia entre pessoas do bem e do mal é talvez necessário para que a narrativa não caia em um tom simplista um tanto quanto infantil e imprestável para as discussões do tema. Chabrol quer mais do que explorar a natureza dos personagens, mais do que dizer “patrão mau, empregado bom”; quer encontrar o que de fato separa esses personagens. O que leva cada um a ser o que é. Fugir do maniqueísmo em assuntos como luta de classes é essencial.
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7.5 de 10 | 93% - 88% | 1h 52min | Trailer |
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