Mr. Nobody, Legendado, 2009, Jaco
Van Dormael
Classificação: Excelente
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 2h21min.
Tamanho: 1.52GB
Servidor: Mega (5 Partes)
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Sinopse: "Sr. Ninguém" (Mr. Nobody, 2009) é um surprendente filme onde o diretor belga Jaco Van Dormael bebe nas fontes mitológicas do Gnosticismo basilidiano: um protagonista prisioneiro na principal falha cósmica do universo físico (a flecha do tempo) vê sua existência como um gigantesco hipertexto com diversos futuros alternativos resultantes das decisões. O filme narra a luta de um homem contra o caos e o aleatório que interferem no livre-arbítrio das decisões.
Fonte: Cine Gnose
INTERNET MOVIES DATABASE - Nota Imdb 7.9
Análise:
São as escolhas que moldam a vida, que a fazem
avançar, menos para Nemo Nobody, ao que parece. Jared Leto é o
protagonista de Sr. Ninguém, filme de Jaco Van Dormael, de
2009, que chegou finalmente aos cinemas portugueses.
Tudo acontece num futuro não muito distante, onde
Nemo é o homem mais velho do mundo e é o último mortal a conviver com as
pessoas imortais. Ao longo de cerca de duas horas e meia de filme, Nemo
irá relembrar os seus anos reais e imaginários, de infância, adolescência e
casamento.
Nos últimos anos, poucos são os filmes com um
imaginário tão forte e, ao mesmo tempo, que tocam tão fundo. Sr. Ninguém
é, para já, um exemplo de originalidade e, ao mesmo tempo, de coerência no meio
de muitos paradoxos. Deixando de parte a componente futurista da
longa-metragem, que aqui se encontra muito presente, onde a imortalidade é algo
tão comum que o único homem ainda mortal se torna o centro das atenções e as
suas palavras são acompanhadas em directo, para satisfação da curiosidade
mórbida de um povo, Sr. Ninguém vai muito mais além.
Aqui, o tempo não é constante e a realidade
também não. Está-se perante várias dimensões, histórias paralelas e não sabemos
qual delas é real. Sonho, ilusão, alucinação, delírio, imaginação... tudo se
mistura também na nossa cabeça, tal como na de Nemo Nobody. A infância
de Nemo, a relação dos pais, a primeira decisão importante a ser tomada
que parece desencadear muitas indecisões, muitas possibilidades; a adolescência,
amores e desamores; casamento(s)... vamos conhecer as vidas do protagonista,
que as conta a um jovem jornalista, mas teremos as mesmas dúvidas: afinal, como
é que tudo isto pode ter acontecido? Onde está a verdade, a realidade?
As coincidências sucedem-se em todas as
possibilidades de vida a que assistimos, e as escolhas parecem ter sido sempre
impossíveis para este homem de 118 anos. Para quê e por quê escolher? Nemo
Nobody faz-nos crer que podemos ter tudo, sem precisar de optar. Contudo, e
no meio de muita estranheza, a lógica nunca se perde.
Em Sr. Ninguém há uma grande
atenção ao detalhe, que nos aguça os sentidos. São inúmeras as sensações que as
imagens despertam em quem assiste. Jaco Van Dormael oferece-nos um filme
com uma sensibilidade e delicadeza quase raras. A simples lavagem automática de
um carro pode tornar-se claustrofóbica, e ao mesmo tempo artística.
Visualmente, o filme é um prodígio, de uma beleza
pouco comum. A câmara liga-nos ainda mais à imagem através de planos, por
vezes, hipnotizantes e envolventes. As cenas entre Nemo e Anna
são onde mais isso se sente. Os efeitos especiais são igualmente de destacar e
o trabalho de montagem é fascinante.
Nas interpretações, Jared Leto volta aqui
a provar o seu talento na representação como Nemo Nobody,
juntando-se-lhe os nomes de Toby Regbo (Nemo adolescente) e Thomas
Byrne (Nemo com nove anos), que nos proporcionam grandes momentos. O
casting foi certeiro também na escolha das actrizes que interpretam Anna
adulta e adolescente, respectivamente, Diane Kruger e Juno Temple.
"Na vida só temos um take, se estiver mau
temos de o aceitar" diz alguém a Nemo Nobody a certo momento.
Uma frase que parece servir de lição para o próprio espectador, num filme que
não quer conhecer limites para o possível. Até ao fim, faz-nos reflectir, e
deixar-nos-á com muitas questões: Afinal, o que é real, o que faz parte do
imaginário? Sr. Ninguém tem esse poder, alimenta a nossa mente,
pela profundidade argumentativa, beleza visual e pela união perfeita de ambas.
Fonte: Hoje
Vi(vi) um filme - blog
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