Amour, 2012
Michael Haneke
Formato: AVI
Aúdio: Francês
Legendas: Português
Duração: 121 minutos
Tamanho: 1,70 Gb
Servidor: Depositfiles (2 partes)
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Parte 1Aúdio: Francês
Legendas: Português
Duração: 121 minutos
Tamanho: 1,70 Gb
Servidor: Depositfiles (2 partes)
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Parte 2
SINOPSE
Georges e Anne estão na faixa dos oitenta anos. Ambos são professores de música aposentados. Sua filha, que também é musicista, mora no exterior com sua família. Um dia, Anne sofre um derrame e o vínculo amoroso do casal é severamente testado.
Fonte: Cineplayers
ANÁLISE
por Spoiler Movies
O declínio… Haneke nunca falou de outra coisa. Aquele momento onde se titubeia, ou por acidente, ou pelo acaso, ou pela morte. Amor à morte. Ou amor, para a vida, para a morte. Eis o tom de seu novo olhar, clínico, sincero, atordoante para um casal, para um sentimento puro que tanto se canta e se filma. Um casal, ambos idosos, onde curiosamente o próprio coração quebra a comunhão e os encaminha direto para o esquecimento, onde o espírito se foi e o corpo não existe mais. Sóbrio e modesto, as cenas, jamais supérfluas, vão direto ao ponto e criam uma dependência cada vez maior: A da esposa pelo marido. Ao do nosso amor por esse filme.
É um choque ver essa mulher, ex-pianista, alegre, que ama a literatura e a música, envelhecer diante de nossos olhos para um estado letárgico e humilhante. No entanto, este sofrimento visível (da notável Emmanuelle Riva) não deve obscurecer o sofrimento íntimo de seu marido (Jean-Louis Trintignant, um monstro de gentileza) que desesperadamente vê seu grande amor escapar-lhe pelos dedos, fugindo para um mundo onde a infância ressurge por palavras incoerentes.
A química desses atores produz um casal tocante, bonito, justo. Irresistível amar esses dois caminhando para a extinção, para o fim de uma vida quando a senilidade destrói cada lembrança, mesmo as mais bonitas. Resta a vontade de sair dignamente, acabar com este horror psicológico, de tanta ansiedade e pesadelo; De, enfim, fugir deste sofrimento e não ser julgado pelo livre-arbítrio. Não se trata só de amor, mas de respeito.
Para Haneke, que gosta de flutuar sob a felicidade. A ameaça de uma catástrofe nunca está longe (como em CACHÉ). E se ele tem dificuldade de abandonar seus personagens no final, provavelmente é por desejo de exorcizar sua própria morte. Sua câmera desliza em uma prisão geométrica, entre as portas do céu e do inferno e destila, algo muito novo para ele, algum escárnio, algumas ninharias. Os diálogos são escritos com a mecânica teatral e, algumas vezes, até com humor diante dos pensamentos que assombram o dia-a-dia: “O que você diria se ninguém veio ao seu funeral… Nada, provavelmente”.
AMOUR é puro finesse psicológico. Preciso. Emocionante. Delicado. Sim, a frieza habitual do cineasta está presente, mas em um tom mais caloroso, mais terno. Haneke nos mostra, afinal, que uma longa vida pode ser bela, mas que é inútil ir atrás quando não se resta mais nada. Nesse ponto, desolados, vemos Isabelle Huppert, e nos sentimos vivos novamente.
Obrigado.
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