Sunrise: A Song of Two Humans, 1927
F. W. Murnau
Formato: MP4
Aúdio: -
Legenda: Português
Duração: 94 min.
Tamanho: 704 MB
Servidor: Mega
SINOPSE
Seduzido por uma moça da cidade, um fazendeiro tenta afogar sua mulher, mas desiste no último momento. Esta foge para a cidade, mas ele a segue para provar o seu amor.
Fonte: Cineplayers
ANÁLISE
Um dos grandes filmes do início do cinema, Aurora cristalizou a despedida do cinema mudo e a chegada de uma nova ordem.
Um dos grandes filmes do início do cinema, Aurora cristalizou a despedida do cinema mudo e a chegada de uma nova ordem.
por Juliano Mion
Um dos mais emblemáticos filmes da era do cinema mudo, Aurora é, mais que um tocante filme com uma história de amor, um filme que discute mudanças sociais. Ainda que seja do início do século passado, debate questões que estão muito presentes no mundo atual, como a do êxodo rural e a sociedade de consumo – afinal, recentemente a população urbana, pela primeira vez na humanidade, ultrapassou em quantidade a população rural. Lançado em 1927 e dirigido pelo alemão F. W. Murnau, esta produção norte-americana é peculiar em diversos aspectos. Primeiro, por ser um filme que contém elementos da estética do cinema expressionista alemão, malgrado seja baseado em uma história de amor melodramática. Foi bastante significativo para a o cinema na época (apesar da baixa bilheteria), sendo considerado também o primeiro filme do Oscar - ainda que não tenha levado o principal prêmio, é a obra mais lembrada da primeira cerimônia da festa mais midiática do cinema.
Entretanto, a grande contribuição de Aurora deve-se a sua narrativa simbólica, a sua mensagem que era um prenúncio das mudanças iminentes na sociedade do séc. XX. O ponto de partida da trama tem início quando um casal do campo tem a vida abalada pela chegada de uma estranha da cidade, que passa a ser amante do homem campestre, formando um triângulo amoroso. Até aí, nada excepcional. Porém, é certo que, entendido como uma obra de arte, um filme jamais será meramente uma narrativa literal, mas sim um discurso simbólico que lida com valores e concepções de mundo. Em sua carga melodramática, nas desventuras de um casal interiorano tendo sua vida tentada pelos prazeres da cidade, reside em Aurora o discurso que visa debater a dualidade entre campo e cidade, o fascínio exercido pelo ambiente urbano e toda a sua velocidade, automatização e suas pirotecnias – o primeira imagem do filme é justamente de uma estação ferroviária, trens e máquinas em movimento. Frente ao ambiente pacato e ingênuo do interior, surge de forma ameaçadora uma nova ordem, voltada ao prazer, ao rompimento com a moral e com valores religiosos.
Esteticamente, Aurora revolucionou o cinema americano, até então predominantemente um cinema de câmera estática e plano fixo. Logo nas sequencias iniciais, a câmera passeia em tomadas sem cortes pelo ambiente rural em pleno luar, uma movimentação de câmera primorosa que fez escola e maravilhou os cineastas da época. Os contrastes de claro e escuro, não somente a grande característica visual do filme, também uma herança do cinema alemão da década de 20, atribuem um significado à dualidade entre campo e cidade, mas também a consciência cindida de um homem diante de tentações. Nesse sentido, há um tom melancólico de despedida de uma época que marca Aurora. A revolução industrial, a velocidade dos trens, o automatismo das máquinas, o estabelecimento do capitalismo e o consumo crescente são postos no filme como agentes transformadores, elementos que agem no sentido de romper, em um caminho sem volta, valores como honestidade, integridade e fidelidade. A mulher urbana, bem caracterizada com cabelos negros e curtos, parece interessada em dinheiro sem enxergar obstáculos que não possam ser superados pela quebra da moral – nem que para tanto seja necessário trair e matar.
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Na minha opinião, é a obra prima do Murnau.
ResponderExcluirObrigado.
Lindo filme mesmo! Vi faz tempo e preciso rever. Um dos filmes mais bonitos que já assisti. Super clássico!
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