Joyeux Noë, 2005, Legendado, Christian Carion
Classificação: Excelente
Formato: AVI (Xvid)
Áudio: Inglês, Francês, Alemão e Romeno (diálogos)
Legendas: Português
Duração: 116 Min
Tamanho: 698 MB
Servidor: MEGA (3 Partes)
Links:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Sinopse: Durante a Primeira Grande Guerra Mundial, alemães, franceses e escoseses decidem enterrar os mortos e jogar futebol, tentando alcançar a paz entre eles. Indicado ao Oscar de filme estrangeiro.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 7.7
Áudio: Inglês, Francês, Alemão e Romeno (diálogos)
Legendas: Português
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Sinopse: Durante a Primeira Grande Guerra Mundial, alemães, franceses e escoseses decidem enterrar os mortos e jogar futebol, tentando alcançar a paz entre eles. Indicado ao Oscar de filme estrangeiro.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 7.7
Análise:
O símbolo mais frequente apresentado durante Feliz Natal =
indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2006 - é o de uma vela
acesa, a acolhedora e quente luz sobre aqueles que na escuridão da
primeira guerra mundial, entregavam-se à violência e à carnificina na
égide de suas baionetas. Essa é uma escolha adequada, não apenas pois
este é um autêntico filme natalino, mas sobretudo, porque a
universalidade do autosacrifício da vela, plenamente consumida para
gerar luz, é similar ao daqueles homens, que contrariando os seus
superiores e arcando com as consequências, não hesitaram em promover ao
menos por um dia a fraternidade máxima na comunhão de três povos -
franceses, alemães e escoceses - no mais improvável dos lugares, as
trincheiras. É a afirmação da esperança na humanidade, idealizada na
confraternização e encerrada em uma mensagem bonita e otimista.
Dramatização de eventos reais ocorridos na primeira guerra no ano de
1914, quando divisões na linha de frente do combate declararam,
informalmente e sem autorização superiora, uma trégua por ocasião do
Natal, o roteiro de Christian Carion apresenta a ficcionalização de uma
daquelas seções e a união deles através da música e cânticos natalinos.
Centrando-se especialmente nos líderes de cada fronte, o francês
Audebert (Canet, o irmão gêmeo de Patrick Dempsey), o alemão Horstmayer
(Bruhl) e o escocês Gordon (Ferns), e nos catalisadores daquela união, o
casal de músicos Nikolaus (Furmann) e Anna (Kruger), bem como o
conciliador padre Palmer (Lewis), Carion investe sensivelmente nas
diferenças culturais daqueles povos e na transformação de adversários em
irmãos de carne e osso, mais próximos do que aqueles que compartilham
as mesmas cores da bandeira e clamam por sangue. Dessa forma, a
doutrinação de três crianças nas salas de aulas segundo o pragmático zoom in
inicial remonta a brutal alienação que nos conduz a odiar outros povos,
fazendo com que aqueles homens isolados no frio invernal e nas pálidas
cores da fotografia de Walther van den Ende, sacrifiquem além do âmbito
militar, como adbicam das próprias cores das pátrias. Ironicamente, é
isto o que os torna humanos.
Assim, Christian Carion fartamente abraça as semelhanças daqueles homens
despindo-os do que os dinstingue na guerra (fardas, patentes, etc).
Dessa forma, a celebração da missa natalina é antecedida por um belo
momento no qual todos removem seus quepes e se unem em uma multidão não
de pátrias, mas de seres humanos. Igualmente, o enterro dos mortos na
guerra dissocia aquelas vítimas das armas e uniformes; todos eles serão
sepultados debaixo da mesma terra, independentemente da nacionalidade ou
do motivo que os levaram à guerra. O compartilhamento do ambiente e da
paleta de cores sem vida, na qual nem mesmo o casaco vermelho de Anna
destaca-se, e da iluminação fraca de velas e do reflexo do sol na alvura
da neve une mais aqueles homens que não encontram distinção e
questionam-se dos porquês daquela guerra descabida. Particularmente, me
sensibilizou a conversa entre Audebert e Horstmayer sobre tomar um café,
um desejo que pareceria banal, mas naquelas condições surge quase na
forma de epifania.
Brincando com os símbolos introduzidos pela narrativa, a montagem de
Judith Rivière Kawa e Andrea Sedlácková é pertinente no uso do raccord de velas - as apagadas, contraste com a ansiedade de ir para a guerra, e as acesas, no recital do Ave Maria e
a anunciação da guerra - e nas elegantes elipses, especialmente a das
chamas de uma lareira no reencontro de Nikolaus e Anna ou na leitura das
cartas enviadas pelos soldados.
Mas, o apogeu de Feliz Natal é, sem sombra de dúvidas, o som das gaitas de fole acompanhada pelo tenor Nikolaus cantando Noite Feliz e Ó Vinde Adoremos
com a entrega determinada de uma árvore de Natal a homens que naquele
exato momento desconfiavam e sequer sabiam como proceder àquela
gentileza e desapego. Reavivando a esperança a tristes soldados, o
cessar fogo é um ápice emocional que o restante da narrativa não
consegue superar. A destruição de uma gaita, a qual simboliza a rebeldia
e comunhão daqueles soldados, seguida do murmuro de um cântico
sibilante e forte, funciona justamente porque mantém uma coerência
narrativa - é curioso também como aquele quem destrói a gaita seja quem
se apresentou fascinado pelo recital promovido por Anna.
Diluindo o tom dramático e finalista da guerra, Carion permite-se a
inclusão de alívios cômicos, como a disputa por um gato cujo nome pode
ser Nestor ou Félix dependendo da pátria que o houver adotado, ou a
destruição da trincheira francesa seguido da reclamação frustrada "teremos que reconstruir tudo isso".
A narrativa não ignora o criticismo e cutuca a figura de um alemão
judeu ou a nociva pregação de um membro da Igreja, convocando seus fiéis
a empunhar armas e derramar o sangue alemão. A intolerância do sermão
confirma a participação da instituição católica legitimizando a
carnificina, contrastando com homens misericordiosos e fartos da
matança, sem a influência decisiva e cega de políticos e religiosos, que
conseguem promover o bem de uma maneira simples e despretensiosa.
Com um elenco refinado e carismático - exceção ao seco e rígido escocês
Jonathan (Roberts), cuja frieza, apesar de compreensível, destoa de todo
o restante -, a contagiante beleza de Diane Kruger e a presença de
coadjuvantes que surpreendem ou por um pequeno detalhe (como aquele que
mantinha um relógio para lembrá-lo da vida cotidiana antes da guerra) ou
por uma revelação, Feliz Natal é uma ode belíssima de se ver e sentir.
Fonte: Cinema com crítica
Fonte: Cinema com crítica
Obrigado.
ResponderExcluiros links estão off, por favor coloquem novamente, obrigado!
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