Formato: AVI (Xvid)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 109 Min
Tamanho: 697 MB
Servidor: MEGA (3 Partes)
Links:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Sinopse: Henry Brougham é um bispo dedicado à nova construção de uma catedral que será paga pela viúva Agnes Hamilton. Dudley, um anjo, é enviado pelo céu para ajudá-lo. Mas Dudley acaba sendo tão prestativo e bondoso para todos que Henry acaba se sentindo ameaçado.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 7.6
Áudio: Inglês
Legendas: Português
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Sinopse: Henry Brougham é um bispo dedicado à nova construção de uma catedral que será paga pela viúva Agnes Hamilton. Dudley, um anjo, é enviado pelo céu para ajudá-lo. Mas Dudley acaba sendo tão prestativo e bondoso para todos que Henry acaba se sentindo ameaçado.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 7.6
Análise:
O período das festas é uma época propícia para começarmos a acreditar em
milagres, não aqueles que façam uma mesa de madeira flutuar no ar ou
uma catedral erguer-se em um piscar de olhos, mas sim aqueles que passam
desapercebidos debaixo de nossos narizes: um casal apaixonado
redescobrir o sentimento enterrado pela preocupação e rotina diários,
uma criança ser aceita por outras para uma brincadeira apesar de menor e
fraca, um senhor escolado e culto esbarrar em indícios que fertilizem e
agucem a sua inteligência e uma nova produção acadêmica ou outrem
readquirir a fé na humanidade despretensiosamente em uma pista de
patinação. Parece muita coisa - e É -, mas ignorados terminantemente
pela maioria das pessoas, essas milagres apenas reafirmam a aspereza e
intransigência do prático e determinístico ser humano, dureza penetrável
sensivelmente pela magia e encanto natalinos, nem que isso seja
temporariamente.
Como muitos outros, assim é Henry Brougham (Niven), um bispo episcopal
que suplantou o calor e a afeição do contato familiar e a fé no seu
ministério pela estressante arrecadação dos fundos para construção de
uma nova e imponente catedral. Cedendo aos desejos egoísticos de uma
viúva (Cooper), a principal fonte de recursos para essa grande obra,
Henry vê-se pedindo por direção e iluminação na alvorada de um novo
Natal. Suas preces são atendidas pelo envio de Dudley (Grant), um anjo
carismático e bondoso, admirado e adorado por todos, e cujas ações não
são exatamente realizadas da maneira que Henry esperaria, levando-o a
crer que Dudley deseja não o ajudar, mas usurpar sua posição de
ministro, marido e pai.
Medo e desconfiança compreensíveis, afinal de contas estamos falando de
Cary Grant, um dos galãs definitivos da constelação de Hollywood,
retratado desde os minutos iniciais de Um Anjo Caiu do Céu como
um anjo ligeiramente travesso. Resgatando um carrinho de bebê ou
ajudando um cego a atravessar a rua, o que não previne as freadas
bruscas e colisões iminentes de motoristas apressados, Dudley não hesita
em dissimular sua identidade para descobrir com o Professor (Woolley,
ótimo), a identidade da bela mulher cobiçando o chapéu mais bonito em
uma cara vitrine. Ela é Julia (Young), esposa de Henry, e pivô de uma
injusta competição por seu amor e dedicação, pois enquanto Dudley tem
tempo e conhecimento para oferecer descompromissadamente aquilo que
Júlia ansiava, o bispo está preso aos afazeres e pressões da nova
catedral, inclusive literalmente, como na engraçada cena em que David
Niven não consegue desvencilhar-se de uma cadeira na casa da viúva
Hamilton. Além disso, como competir com o charmoso Cary Grant?
Rapidamente conquistando todos ao seu redor, Dudley dá uma ajudinha para
que a pequenina Debby (Grimes) participe de uma brincadeira, reavivando
a crença no Papai Noel e no Natal no coração da criança. Similarmente,
ele dá um empurrãozinho (e uma garrafa de conhaque mágica) para que o
Professor aprofunde-se em pesquisas históricas surpreendentes ou ajuda
Sylvester (Gleason), um taxista, a patinar. Por sua vez, ele surge quase
como uma pedra de tropeço para o ciumento Henry, ameaçado pelo tempo
mais frequente que Dudley e Julia passam juntos, e cujas divertidas
disputas de gentileza ou as coincidências que impedem de revelar a identidade do anjo sugerem um adversário insuperável.
Habitualmente apresentado com os dois braços atrás do corpo, em uma
postura pensativa e defensiva, a composição de David Niven não deixa
dúvidas da natureza caridosa e gentil do bispo, soterrada debaixo da
perda da fé após anos de serviço paroquial, o que permite uma sutil
provocação de Dudley sobre a incredulidade na existência de anjos.
Submisso à obrigação material de construir uma imponente catedral, cujo
fardo é registrado no tenebroso e nada divino quadro no alto e no centro
do escritório, Henry demonstra pontualmente um enorme carinho e
arrependimento do amor displicente por sua esposa ou da impossibilidade
de participar de um coral em uma paróquia mais humilde. Essa postura,
aliás, é fundamental para que aceitemos a redenção do personagem, nem
que eventualmente sua rabugice torne-se um problema, embora os pontuais e
oportunos alívios cômicos.
Do outro lado, Cary Grant desfila a sua simpatia e carisma, enquanto
Loreta Young é doce o bastante para conseguir conquistar ela mesma um
anjo. Aliás, Um Anjo Caiu do Céu apresenta a pertinente subtrama
acerca das consequências de Dudley realmente apaixonar-se por Julia, e
observe como a atuação de Grant permite a percepção de duas
interpretações completamente distintas, no entanto, perfeitamente
satisfatórias. Se realmente Dudley estivesse frustrado por não poder
permanecer na Terra e conquistar Julia ou se apenas fosse mais um
comportamento dissimulado e imprevisível dele, a conclusão seria a
mesma, o que abre espaço para o espectador julgar a sua maneira (algo
sempre bem-vindo no cinema).
Mas, o roteiro de Robert E. Sherwood e Leonardo Bercovici derrapa no
presente a Julia, denunciando a mensagem desnecessariamente capitalista,
inclusive veementemente combatida: a construção da catedral exige mais
esforços e recursos do que ajudar os pobres e os necessitados. Por sua
vez, a direção de Henry Koster, em um ano que viu a indicação ao Oscar
de outro filme natalino, De Ilusão também se Vive,
faz com que o afastamento de um personagem do círculo principal seja
seguida por uma diminuição da iluminação e um figurino menos alegre e
sombrio.
Investindo em uma ótima direção de arte, especialmente os interiores da
residência de Henry que refletem a sobriedade de seu proprietário, desde
as estantes cheias de livros, ao ar clássico e às janelas, desenhadas
com símbolos cristãos, o quadro do projeto da catedral ultimamente
atinge a iluminação necessária para afastar a aura assustadora e assumir
uma feição de dádiva e presente. Um milagre oportuno, invisível aos
olhos menos atentos, e tão comum nesta época do ano.
Fonte: Cinema com crítica
Fonte: Cinema com crítica
Obrigado.
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