SINOPSE
As Quatro Voltas, de Michelangelo Frammartino, começa como um típico filme de observação. Após alguns planos aparentemente gratuitos de uma carvoaria artesanal, passamos a acompanhar a vida de um senhor sem nome (Giuseppe Fuda) que trabalha como pastor de cabras em uma cidade montanhosa que sugere o interior da Itália. Essa observação é organizada de forma modular, constatando a rotina do pastor na passagem dos dias, usando planos específicos que se repetem e que são captados de um ponto de vista “neutro”, como se assumissem os olhos da parede de uma casa, da curva de uma estrada, de uma cômoda em um quarto. Em vez de a câmera ser colocada em função da ação específica de cada dia, os enquadramentos são mantidos impassíveis, criando uma impressão de olhar dessensibilizado, inanimado, científico – aquilo que Kiju Yoshida chamou, em seu livro sobre Yasujiro Ozu, de “o olhar do travesseiro inflável”: os humanos são vistos pelos objetos, não o contrário.
7.2 de 10 | 93% - 75% | 1h 28min | Trailer |
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