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terça-feira, 26 de março de 2013

POCILGA - 1969

Porcile, 1969
Legendado, Pier Paolo Pasolini

Classificação: Bom

Formato: AVI 
Áudio: italiano
Legendas: português
Duração: 99 minutos
Tamanho: 1,20 GB
Servidor: Mega (3 partes)

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SINOPSE
A partir de duas histórias paralelas, uma no século XVI e outra na Alemanha pós-moderna, Pasolini faz um retrato metafórico nada alentador da degradação humana alastrada pela sociedades de consumo, as quais não prezam o sentido e a essência do ser humano, mas apenas sua capacidade de consumo.É uma reflexão sobre o lema da era captalista:"consumo,logo existo". Embora pareça um tanto estranho e complicado de se entender, Pocilga nada mais é que uma brincadeira do diretor, que utilizou temas incomuns como a antropofagia e a bestialidade, para criar uma obra puramente crítica e irônica sobre o assunto tão controvertido que é o consumismo.

Fonte: Interfilmes
The internet movie database: IMDB - NOTA IMDB: 6.7


ANÁLISE

Ao nível internacional, Pier Paolo Pasolini é recordado, sobretudo, como um dos cineastas mais importantes surgidos na nova vaga do cinema italiano do pós-guerra, mas, em Itália, o seu nome é associado a muito mais do que uma obra cinematográfica inovadora e singular.

Pier Paolo Pasolini

Quando aparece o seu primeiro filme, Accattone (1961), Pasolini já tinha atrás de si um longo passado como argumentista de Fellini e Bolognini, entre outros, e um enorme prestígio como poeta (L’Usignolo della Chiesa Cattolica, 1943-49; La Meglio Gioventù, 1954; La Cenere di Gramsci, 1957; La Religione del mio Tempo, 1961) e romancista (Ragazzi di Vita, 1955; Una Vita Violenta, 1959).

Nos 15 anos que se seguiram, até à sua morte em 1975 (foi brutalmente assassinado num campo de Ostia), realizou cerca de vinte filmes, apresentando muitas vezes perspectivas controversas que lhe valeram inúmeros processos judiciais, traduziu e escreveu peças de teatro (OrgiaPorcileCalderónAffabulazionePilade,Bestia da Stile), publicou vários volumes de poesia e foi muito activo como crítico (de política, teatro, cinema, literatura…) em vários diários e revistas, actividade que deu vida a muitas publicações, parcialmente póstumas (Empirismo Eretico, 1972; Scritti Corsari, 1975; Descrizioni di Descrizioni, 1979), e o estabeleceu como uma das vozes mais importantes e polémicas do panorama político e intelectual italiano do séc. XX.


Porcile (1969) é um filme formado por dois episódios mostrados em alternância através da montagem paralela. Uma das histórias decorre nas encostas áridas de um vulcão, onde um jovem leva uma vida de crime e violência, que incluem o assassinato e o canibalismo. Aos poucos, o jovem junta à sua volta um pequeno número de proscritos que se dedicam a assaltar e a matar os viajantes, até ao dia em que os soldados de uma cidade próxima resolvem acabar com as suas atrocidades. O grupo é capturado e os seus membros são condenados à morte. Enquanto alguns elementos do grupo admitem, de imediato, a culpa, o jovem líder não mostra quaisquer sinais de arrependimento. A outra história tem lugar na Alemanha dos anos 60 e tem como protagonista Julian, filho de um grande industrial de Bona, chamado Klotz. Julian sofre de uma anomalia sexual invulgar: só obtém satisfação sexual através de relações com porcos. O amor inusitado pelos porcos impede Julian de participar com a namorada numa manifestação estudantil em Berlim e afasta-o dos negócios do pai. Mas este fetiche é descoberto por Herdhitze, um ex-criminoso nazi, que aproveita a situação para chantagear o pai de Julian, seu rival nos negócios. Para se defender, Klotz ameaça revelar o passado político de Herdhitze. No fim de tudo, Klotz e Herdhitze decidem, como bons capitalistas, unir esforços ao invés de se enredarem numa luta desastrosa para a reputação e os negócios de ambos. Enquanto celebram uma futura parceria económica, recebem a notícia de que Julian foi comido pelos porcos. Após se terem certificado de que não restam vestígios do corpo de Julian, os dois homens resolvem firmar um pacto de silêncio sobre o ocorrido e prosseguir com os seus planos económicos.

Porcile é uma obra pensada entre os anos 1965 e 1967, ao mesmo tempo que Teorema e outras tragédias em verso que Pasolini escreveu durante um período de convalescença. Trata-se, como referiu o autor, de uma obra surgida no período que precede o movimento estudantil que já tinha produzido formas revolucionárias e contestárias, mas ainda não conscientes de si, ainda não inseridas no pensamento marxista, mas puramente anárquicas e românticas. Porcile nasce, assim, num momento de total pessimismo, um momento da crise do marxismo, do estalinismo ainda não totalmente superado, da restauração neo-capitalista e da revolta cultural da vanguarda, profundamente académica e reaccionária.

O filme desenvolve, sobretudo, o tema do canibalismo moderno, justapondo duas narrativas cujo contraponto decorre da analogia das situações: o canibalismo de um bando de foras-da-lei, ritualista, devoradores de carne humana e a burguesia alemã atual que prolonga a grande barbárie nazi e destrói, através do símbolo dos porcos devoradores do filho ímpio, todos os que não obedecem ao sistema.
Segundo Pasolini, os dois episódios estão unidos pelo mesmo fio condutor, isto é, obedecer ou morrer. Em comum têm, ainda, um aspecto formal que é saber alternar um episódio mudo e meta-histórico com um episódio falado e histórico.

Análise retirada do site olugardosangue








5 comentários:

  1. Bom, eu achei o filme razoável, pois, na verdade, para conseguir entender melhor a sua ideia tive que ler a descrição deste no blog.
    É um filme que pode ser um pouco forte para algumas pessoas( não muito, mas sei lá!), dramático, irônico e um pouco confuso. Talvez precise ter um pouco mais de conhecimento histórico e filosófico para compreendê-lo perfeitamente; não sei ao certo, só sei que é como dito na explicação, é um filme metafórico. Também não sei se ajudei na avaliação, mas tá ai minha impressão do filme. ( Ah, e às vezes tinha que voltar alguma cena para entender melhor o contexto!)

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  2. Vi o filme no original, em italiano.
    Apesar do nome da personagem - Klotz - associei a figura dele à da Itália, sem forças próprias para o empenho da II Guerra (Klotz é deficiente), em contraposição à Alemanha - cuja vontade de Herdhitze parece ser a vontade de sedução do III Reich de conseguir aliança com os italianos, nas finalidades que a História documenta.
    É certo, porém, que a falta de ação do filme, essas conversas misteriosas de personagens pouco explicadas, acabam confundindo e dificultando um entendimento mais imediato da narrativa. Ma, ainda sobre Klotz, o corte de bigode dele é o mesmo do tirano nazista. E há, é claro, a garota inicialmente apaixonada por Julian, tentando colocá-lo nas órbitas de um mundo com necessidades de transformação.
    Os filmes de Pasolini são muito complicados: se serviram bem para discutir as mudanças sociais decorrentes do pós-guerra, não são "produtos" cinematográficos autênticos! Quero pensar que o próprio Pasolini quisesse mesmo isso: filmes antiprodutos! Como se emocionar com essa 1h30 de análise tão particular?!
    Sigo pensando que "O evangelho segundo São Mateus" é ainda o filme mais próximo desse diretor dos interesses que tenho por cinema alternativo.

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    1. Corrijo os trechos:
      ... associei a figura dele à da Itália dos 1930, sem forças ...
      ... MAS, ainda sobre Klotz, o corte de ...

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