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domingo, 5 de janeiro de 2014

GOSTO DE CEREJA - 1997

Ta'm e guilass, 1997
Legendado, Abbas Kiarostami

Classificação: Bom

Formato: AVI
Áudio: persa
Legendas: português
Duração: 95 min.
Tamanho: 1,45 GB
Servidor: Mega (2 partes)

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Parte 1

SINOPSE
Senhor Badii, um homem de seus cinquenta anos, está vagando em seu carro pelos pontos da cidade onde desempregados se oferecem para trabalhos avulsos e ocasionais. O senhor Badii tenta encontrar em meio dessa gente, alguém disposto a entrar no seu carro e aceitar dinheiro fácil em troca de um trabalhinho...Um trabalhinho difícil de explicar e que ninguém parece disposto a aceitar. O senhor Baddi dialoga com uma série de personagens que vivem mais ou menos à margem da sociedade e que recebem a sua proposta com reações variadas. Há quem aceite entrar no seu carro e ouvir o senhor Badii até o final. Difícil é encontrar alguém que aceite a sua generosa oferta. O que o sr. Badii quer é alguém que aceite atender ao seu último desejo, na aurora do dia seguinte: chamá-lo pelo nome duas vezes, ao pé de uma cova já cavada; se ele responder, socorrê-lo; se não responder, cobri-lo com a terra. O gosto da cereja é uma lembrança sugerida pelo único personagem que deixa aberta a possibilidade de colaborar com o sr. Badii. O seu relato emocionante também usa o tema do suicídio, mas para inspirar amor à vida.

Fonte: Interfilmes
The Internet Movie Database: IMDB - NOTA IMDB: 7.5


ANÁLISE



Um filme que faz pensar, cheio de simbolismos. Uma obra-prima do cinema iraniano.

"Um turco foi ao médico e disse: 'Quando toco meu pescoço dói, quando toco minha cabeça dói, quando toco meu corpo dói'. O médico respondeu: 'Não tem nada de errado com seu corpo, é seu dedo que está machucado'."
Esta piada certamente passará batida por grande parte da audiência, como simplesmente um (raro) momento de descontração no filme, ou como uma alegoria ao drama do personagem principal que, de acordo com o autor da piada, deveria olhar as coisas sob outra perspectiva. Mas o fato é que ela se endereça muito mais a nós, espectadores, que propriamente ao personagem.
Gosto de Cereja é, por muitos, considerado a obra-prima do cineasta iraniano Abbas Kiarostami, e um dos mais importantes filmes dos anos 90. Longe de mim discordar, mas estas mesmas pessoas tendem a simplificar por demais esta obra, o que é uma pena, pois é um filme extremamente reflexivo e que merece (e necessita) mais de uma ou duas seções. Ele conta a estória de Badii, um cidadão de classe-média em seus 50 anos que perambula pelos arredores de Teerã em busca de alguém que possa enterrá-lo depois de suicidar. Muitas das obras mais emocionalmente complexas do cinema foram feitas sob estórias incrivelmente simples e mundanas - vide obras de Yasujiro Ozu e Jacques Tati - e com este filme não é diferente. Eliminando-se uma trama engenhosa, que certamente prenderia toda a atenção do espectador à ela, o filme pode se concentrar em trabalhar questões mais fundamentais, e dar-nos tempo para reflexão. Reflexão esta que se alastra por muito após o término do filme, já que no final nada se explica, e tudo se confunde.
Badii é um homem amargurado e quer morrer. Esta é provavelmente a única certeza que temos o filme inteiro. Não sabemos quem ele é, nem os motivos que o levam a optar pelo suicídio. Em uma conversa com um seminarista afegão, ele fala que seu sofrimento acaba causando sofrimento aos outros, familiares, amigos... e este é o máximo que conseguimos extrair de seus sentimentos. Pode soar estranho para alguns, mas este relacionamento imparcial que temos com Badii contribui muito para a estória, já que nos livra de qualquer carga moral que carregamos, e nos possibilita analisar a situação por uma lente mais objetiva. Badii passa quase o filme inteiro procurando alguém que esteja a fim de enterrá-lo, sem jamais revelar seus motivos, o que joga toda a responsabilidade da decisão em cima da pessoa. "Venha até esta árvore às 6 da manhã do dia seguinte, olhe no buraco e chame por mim; se eu responder, me ajude a sair; senão, jogue 20 pás de terra sobre meu corpo. Qualquer das duas, depois você pega 200 mil tomans que estarão em meu carro e pode ir embora", ele pergunta insistentemente. Você aceitaria?
Como já dito antes, Badii passa quase o filme inteiro andando pra lá e pra cá em sua Range Rover, nas periferias da cidade, um lugar montanhoso e árido, com muitos locais de mineiração, procurando alguém disposto ao serviço. Ele passa por muitos grupos de homens, mas prefere sempre alguém que esteja só (mais sobre isto depois). Especificamente, ele aborda seis pessoas, sempre convidando elas para dar uma volta de carro. Os dois primeiros, trabalhadores de obras, logo recusam (um por não estar interessado, outro por não se julgar capaz de qualquer serviço não sendo catar sacos plásticos). O terceiro, um jovem curdo que está servindo ao exército, aceita a carona mas, à medida em que Badii explica de que se trata o estranho serviço, o jovem vai ficando cada vez mais amedrontado, e logo foge. O quarto, um vigia afegão de um sítio de obras desativado, recusa o convite por estar de serviço, mas o amigo deste, um também afegão seminarista recém-formado, aceita. No caminho, eles debatem sobre as questões do suicídio: o seminarista defende que Deus nos dá o corpo, e que se matar é o mesmo que matar a qualquer outra pessoa; entretando, Badii argumenta que sua infelicidade também afetava os outros, e causar sofrimento também é pecado. Depois de uma breve conversa, o seminarista entende o ponto de vista do sujeito, mas nega o serviço por ser contra as leis do Corão. Badii então chega à sexta pessoa, que finalmente aceita o serviço (na verdade, há uma elipse que pula o encontro deles e toda a conversação, então não dá pra saber ao certo se houveram outros antes deste). O homem se chama Sr. Bagheri, é um velho taxidermista turco que só concorda com o plano porque precisa muito do dinheiro para ajudar o filho doente. Mesmo assim, ele ainda tenta convencê-lo de diversas maneiras a não se matar. Ele conta um caso próprio de anos atrás, quando uma discussão com a esposa o levou a tentar o suicídio. Ele havia levado uma corda para se enforcar numa árvore, mas antes de cometer o ato, resolveu comer uma amora da árvore. Gostou tanto que provou outra, e outra, e mais uma... aí ele começou a apreciar o nascer do sol, depois viu um grupo de crianças indo para a escola, decidiu poupar sua vida e levou uma cesta de amoras para casa. Ele então conta a piada que abriu esta crítica e argumenta que tudo tem um outro lado, logo então perguntando se Badii estava ponto para abdicar de todos os prazeres da vida (entre eles, o gosto da cereja). A conversa logo termina quando eles chegam ao museu de história natural, onde Bagheri trabalha.

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3 comentários:

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