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sábado, 9 de novembro de 2013

MEU ÓDIO SERÁ TUA HERANÇA - 1969

Wild Bunch, Legendado, 1969, Sam Peckinpah

Classificação: Excelente
Formato: MKV (720p)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 145 min
Tamanho: 2.47GB
Servidor: Mega (6 Partes)
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Sinopse: Eles são os foras-da-lei mais perigosos que o Oeste já viu. A cada novo golpe, as chances de algo dar errado vêm aumentando, o que faz com que eles decidam que chegou a hora de parar. Só que um trem carregado de armas é uma remessa valiosa demais para passar despercebida pelos ladrões 'aposentados'.
Fonte: Cineplayers

The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 8.0

-Sobre o diretor-



Neto de um cacique índio, Sam Peckinpah abriu seu caminho no mundo do cinema através da TV, onde dirigiu uma série de bem -sucedidos westerns. Estreou na tela grande em 1961, com "O homem que eu devia odiar", mas começou a deixar sua marca no gênero com "Pistoleiros do entardecer" (1962), em que introduz seu sub-tema favorito: o ocaso de homens rudes e selvagens, que não conseguem se adaptar aos "novos tempos", em que as forças econômicas são mais fortes que a boa pontaria e as grande amizades. A tragédia da inadaptação está presente em "Meu ódio será sua herança" e "Pat Garret & Billy The Kid", seus trabalhos mais importantes.
Peckinpah muitas vezes é reduzido a um esteta da violência, o que é uma grande injustiça. O sangue jorrando de grandes feridas abertas por balas, os corpos caindo em câmara lenta e os montes de cadáveres que se acumulam nas ruas são realmente imagens marcantes, que identificam um autor e criam um mito, mas é preciso reconhecer que ele sabia contar uma história com precisão narrativa e, principalmente, que sabia dirigir atores, extraindo deles, muitas vezes, atuações memoráveis, como Warren Oates em Tragam-me a cabeça de Alfredo Garcia (1974), William Holden em Meu Ódio Será Sua Herança e Kris Kristofferson em Pat Garret & Billy The Kid (1973).
Depois do ápice profissional, obtido na década de 60 e início dos anos 70, Peckinpah acaba se perdendo em obras menores, certamente impostas pelos estúdios, como "A Cruz de Ferro" e "Comboio". Sem uma história forte e sem a possibilidade de brincar com a narrativa, só resta na tela a sua grande coleção de efeitos especiais de violência, que podem levar o espectador a considerá-lo fascista. Mas quem conhece seus grandes filmes sabe: por trás daquela câmara lenta, que estende a morte até o limite do insuportável, está alguém que reflete sobre as origens da violência humana, às vezes inevitável, às vezes boba, às vezes torpe, às vezes heróica. Mas sempre muito dolorosa.

Análise:
A
abertura do faroeste “Meu Ódio Será Sua Herança” (The Wild Bunch, EUA, 1969) possui uma intrigante simetria com a longa e antológica seqüência final do longa-metragem. O filme começa com um grupo de policiais uniformizados, montados a cavalo, entrando numa pequena cidade norte-americana. O bando cruza com crianças que brincam no meio da rua, perto dos trilhos de um trem. Algumas tomadas esparsas mostram que a brincadeira infantil é um bocado cruel: os meninos jogaram escorpiões no meio de um formigueiro, e os bichos venenosos estão sendo devorados pelas formigas.
“Meu Ódio Será Sua Herança” encerra enfocando os remanescentes do mesmo grupo de homens que aparece no princípio. Eles não são policiais, e sim uma quadrilha de assaltantes de banco; aquele era apenas um disfarce, como o espectador logo vai descobrir, na movimentada e sangrenta seqüência que abre o filme com gosto de pólvora. Não há heróis aqui, nem vilões. Todo o longo espectro de personagens é moralmente questionável.
Na ocasião do fim do longa, os bandoleiros estão no México, e se dirigem para resgatar um dos membros do grupo, preso por um rebelde paramilitar chamado General Mapache (Emilio Fernandez). O violentíssimo tiroteio que se segue não apenas encerra o filme de maneira brilhante, mas fecha um círculo e explica a cena dos escorpiões da abertura; os escorpiões são uma metáfora para os bandidos.
Os escorpiões são intrigantes porque jamais estiveram no roteiro do longa-metragem. Na verdade, eles foram uma sugestão de Emilio Fernandez, que contou ao cineasta Sam Peckinpah como se divertia no deserto mexicano, quando era menino. Peckinpah percebeu a fascinante simetria e filmou o ataque das formigas aos escorpiões abusando de planos-detalhe. Ao fazê-lo, acabou concebendo uma das aberturas mais estranhas, criativas e interessantes do cinema contemporâneo.
Enquanto filmava nos sets poeirentos do México, é possível que o diretor não soubesse que estava colocando uma pá de cal no já combalido gênero western. Adepto dos chamados westerns crepusculares, que lamentavam a proximidade do fim do gênero por causa do crescente desinteresse das novas gerações de espectadores, “Meu Ódio Será Sua Herança” transportava para a história este lamento. Foi uma despedida honrosa e adequada, já que o filme não é ambientado nos anos de ouro do Velho Oeste, mas em 1913.
Às vésperas da Revolução Mexicana, o antigo código de honra dos homens violentos e beberrões já não valia mais nada. O mundo agora era urbano. Botas viravam sapatos engraxados, revólveres transformavam-se em metralhadoras. A violência migrava dos descampados empoeirados para as cidades grandes. O Velho Oeste dava os últimos suspiros. Esse é o grande tema da obra de Sam Peckinpah, e também o pano de fundo do mais controverso e impactante dos filme que dirigiu.
O crítico Roger Ebert lembra que, em 1969, “Meu Ódio Será Sua Herança” foi recebido da mesma forma que “Clube da Luta” o foi em 1999: sob acusações pesadas de ser hiperviolento e gratuito, até mesmo fascista. Para alguns, Peckinpah glorificava a violência. Reza a lenda que o astro William Holden teve uma violenta briga com o cineasta, após ver o filme pronto e odiar o resultado final. A verdade é o filme é tremendamente violento mesmo: somente no verdadeiro balé de sangue que é o duelo final, Peckinpah gastou doze dias e mais de 10 mil cartuchos de bala de festim.
Sim, é verdade que o filme apresentou uma nova maneira de representar a violência no cinema, utilizando pela primeira vez a câmera lenta para mostrar mortes. Caprichando no sangue e no estilo, Peckinpah enfatizava o sangue e fazia as mortes ganharem um significado simbólico e poético que ultrapassa a morte em si. No cinema dele, morrer dói para caramba. Mas muita gente não entendeu.
A péssima recepção do filme pelas platéias foi ajudada pela estrutura narrativa incomum. Um filme tradicional enfatiza o enredo ou os personagens; “Meu Ódio Será Sua Herança” não faz nenhum dos dois. Pike (William Holden) lidera o bando de assaltantes que se encaminha para uma última missão, que é roubar um trem carregado de armas para um rebelde mexicano. Eles são perseguidos por um grupo, liderado por Deke Thornton (Robert Ryan), cujo objetivo é capturar ou matar Pike.
Os dois já foram parceiros, anos antes, mas algo separou seus caminhos. Nenhum deles é retratado com profundidade; Peckinpah só oferece fragmentos do passado. Pike e Deke são homens duros, que mostram nos rostos cansados e nos ombros caídos o peso dos anos. Ambos são melancólicos. Sabem que estão ultrapassados pelo tempo. Sabem que o fim está próximo.
O grupo de Pike bebe o tempo todo e freqüentemente cai na gargalhada com piadas bobas, como se estivesse à beira da histeria. O personagem de William Holden, ruminando as palavras e com o olhar perdido no horizonte, resume perfeitamente o clima do filme: eles pertencem ao passado. Não há futuro possível para gente assim.
“Meu Ódio Será Sua Herança” documenta a melancolia do fim de uma era, a troca de guarda entre duas gerações muito diferentes. E, na medida que encerrou o tempo dos faroestes e inaugurou a fase da hiperviolência, representou a mesma coisa para Hollywood. Pouquíssimos filmes têm essa honra de serem marcos divisórios. Por isso, este aqui é um clássico inesquecível.








3 comentários:

  1. Boa Tarde, meu amigo....

    Você poderia gentilmente re-upar o GRANDE SOLARIS 1972???

    Os links estão off!!!

    Obrigado!

    "Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso palco de dementes."
    William Shakespeare

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  2. Um dos melhores western já feito,muito bem feito,obrigado pelo post.

    ResponderExcluir

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