Bring Me the Head of Alfredo Garcia, 1974
Sam Peckinpah
Formato: AVI
Aúdio: Inglês
Legenda: Português
Duração: 107 min.
Tamanho: 806 Mb
Servidor: Mega
SINOPSE
Um magnata mexicano paga um milhão de dólares para quem matar Alfredo Garcia, o homem que engravidou sua filha. Investigadores vão atrás dele, mas quando se envolvem com o esperto Bennie (Warren Oates), a história toma um rumo inesperado.
Fonte: Cineplayers
TRAILER
ANÁLISE
O road movie lotado de western e tristeza de Peckinpah.
por Rodrigo Cunha
Uma jovem grávida banha seus pés em um tranquilo lago, rodeada por patos e sons relaxantes da natureza. Sua paz logo é cessada, quando dois homens de imponentes botas de couro a escoltam, quase que como uma prisioneira, até seu pai, figura importante e intimidadora. “Quem é o pai desta criança?”, ele pergunta. “Alfredo Garcia”, ela responde. A partir deste momento, a cabeça do misterioso homem já vale um milhão de dólares. As buscas chegam até Bennie (Warren Oates), um pianista beberrão que vai atrás de Alfredo pelo dinheiro, acompanhado da prostituta Elita (Isela Vega), sua paixão, em uma jornada de final já previamente imaginado, ainda que inesperado por aqueles que vivem a história.
eu mundo é selvagem, sem espaço para romantismos, onde um simples piquenique pode acabar em estupro e duas mortes. É também machista, grosseiro, tão violento quanto Meu Ódio Será Sua Herança (Wild Bunch, 1969) e demais filmes do diretor; em gráfico e em moralismo. Mulheres são socadas em público, constantemente expostas com os seios de fora, e as poucas palavras de amor ditas com alguma sinceridade perdem-se em um futuro obscuro, cruel, sem muita esperança. De lágrimas no chuveiro, de poucos abraços, de pequenas atitudes de um ogro que sabe que ama, mas não sabe corretamente como demonstrar. É um mundo onde a marchinha feliz de carnaval pontilha a passagem de um caixão de uma criança; onde a mentira se esconde na verdade e a verdade se despe da mentira; onde a cabeça de um defunto pode valer muitos dólares, a salvação para uma vida já perdida. É neste inferno que vivem os personagens de Tragam-Me a Cabeça de Alfredo Garcia, um filme típico de Sam Peckinpah.
Sua corajosa transformação de um road-movie amoroso lotado de esperança em um western movido a vingança é envolta por genialidade, com direito a caatingas desérticas e duelos onde só um pode viver. É o retorno do valente, do ‘homem sem nome’, do um contra todos, agora acompanhado de cavalos de metal, que bebem gasolina e cospem fumaça. Peckinpah está afiado, construindo um momento mais forte que o outro, como o desabafo de Bennie antes de cavar, ainda no quarto, ou então seu desesperado discurso comovente, minutos depois, em um cemitério. É um filme que, do começo ao fim, tem identidade e imortalidade própria, assinado para tal e com uma montagem arrojada e que sempre leva o filme à frente, bem a moda do cinema marginal, que contraria os estereótipos Hollywoodianos e nos mostra algo mais real do que alguns gostariam de ver, sem mocinhos ou finais felizes.
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