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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

BONNIE E CLYDE - UMA RAJADA DE BALAS 1967

Bonnie & Clyde, Legendado, 1967, Arthur Penn

Classificação: Excelente
Formato: AVI (Xvid)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 111 min
Tamanho: 740MB
Servidor: 4Shared (3 Partes)
Links:

Parte 1
Parte 2
Parte 3

Sinopse: Bonnie Parker, uma jovem aborrecida com a vida, anseia por uma mudança radical. Quando conhece Clyde Barrow, um criminoso que acaba de sair da prisão, apaixona-se e juntos dão início a uma espiral de assaltos, fugas e mortes, de Oklahoma ao Texas. Depressa a sua fama se estende a todo o país, e alguns chegam a mostrar orgulho de terem sido assaltados pela dupla de gansters românticos. Mas para as autoridades, a sua vida de crime deve ter um rápido ponto final…
Fonte: Sapo Cinema
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 7.9

-Sobre o diretor-
Um dos inventores da Nova Hollywood.


Toda uma geração, dos que começaram a filmar no final da década de cinquenta, está se despedindo. Da Europa, Claude Chabrol e Eric Rohmer partiram no ano de 2010. Do outro lado do oceano, na América, é a vez de Arthur Penn, geralmente lembrado como o diretor do filme que solidificou a Nova Hollywood (Bonnie & Clyde - Uma Rajada de Balas [Bonnie e Clyde, 1967]). Arthur Penn nunca foi um cineasta revolucionário na acepção mais ampla do termo, mas um grande diretor que soube acompanhar as transformações do seu tempo e materializar nas telas o espírito crítico e rebelde de uma geração inquieta movida pelas transformações de costumes. Seus filmes não eram tão profundos e existencialistas como os de Monte Hellman, nem radicalmente violentos quanto os de Sam Peckinpah, tampouco se tornou um enfant terrible como esses dois cineastas. A sua obra seguia a linha de outros companheiros de geração (Sidney Lumet, John Frankenheimer, etc.), que trabalhavam como profissionais tentando abrir as brechas do então rígido sistema de estúdio no começo da década de sessenta e assim expressarem suas visões particulares de mundo e de cinema.
Arthur Penn integrou o grupo teatral de Joshua Logan (de destaque na Broadway), estudou no Actor’s Studio e se tornou um dos diretores pioneiros na TV ao vivo da década de cinquenta. Sua reputação o levou a dirigir na Broadway, e em seguida em Hollywood, onde estreou com o curioso, mas frustrante Um de Nós Morrerá (The Left Handed Gun, 1958), um western com roteiro adaptado de uma peça de Gore Vidal em que recontava a lenda de Billy The Kid, tranformando-o num rebelde sem causa típico do cinema de delinqüência juvenil da época (do qual o exemplo mais clássico é Juventude Transviada [Rebel Without a Cause, 1955], de Nicholas Ray). Um fracasso prejudicado em parte pela atuação cheia de cacoetes e em começo de carreira de Paul Newman, ainda preocupado em imitar Marlon Brando e James Dean. Penn voltou para a Broadway e só teria uma segunda chance no cinema ao levar para as telas um de seus êxitos teatrais, na adaptação de O Milagre de Annie Sullivan (The Miracle Worker, 1962), cujo sucesso serviu para impulsionar a sua carreira em Hollywood, mas que visto hoje, em retrospectiva, é um filme um tanto à parte do que Penn dirigiria nos anos seguintes.
O sucesso lhe permitiu rodar com total liberdade de criação o respeitado Mickey One (idem, 1965), um dos filmes mais nouvelle vague produzidos na América, fortemente influenciado pelo movimento francês na narrativa fragmentada e montagem jazzística, no ambicioso trabalho de câmera e no clima improvisado, em torno do personagem-título encarnado por Warren Beatty, que se define como "culpado de não ser inocente". O desprezo com que o filme foi tratado coincidiu com os problemas durante as filmagens do seu trabalho seguinte, Caçada Humana (The Chase, 1966), o que atrapalhou a repercussão do filme em seu lançamento. Uma acachapante mistura de drama social com narrativa policial que traz um painel crítico da falsa elegância do puritanismo da América em clima de violência e intolerância, e possivelmente o melhor filme do diretor.
Esse inconformismo e mal-estar fatalista acompanhariam os filmes seguintes do cineasta. Bonnie & Clyde glamouriza os foras-da-lei e as figuras marginais combinando juventude, humor, assassinato e selvageria com realce nos efeitos da representação gráfica da violência (sempre com especial atenção às performances e ao tempo das cenas), tendo uma repercussão na década de 1960 parecida com a que Pulp Fiction: Tempos de Violência (Pulp Fiction, 1994) teria na de 1990.
Foram os seus filmes que abriram caminho para uma nova geração de diretores norte-americanos que vieram das escolas de cinema: Coppola, Scorsese, Lucas, Schrader, e tantos outros que dominariam Hollywood na década de 1970. Penn ainda dirigiria alguns outros filmes bastante significativos, como Deixem-nos Viver (Alice’s Restaurant, 1969) e o soberbo suspense policial Um Lance no Escuro (Night Moves, 1975). Entre os dois faria uma de suas obras mais populares, o faroeste revisionista Pequeno Grande Homem (Little Big Man, 1970), uma comovente e divertida desmistificação de algumas das tradições do gênero, e que, na visão de muitos, apresenta uma clara alegoria à Guerra do Vietnã. O diretor realizaria ainda um último western, Duelo de Gigantes (The Missouri Breaks, 1976), curioso pelo encontro dos astros Marlon Brando e Jack Nicholson, mas de resultados discutíveis.
Se os anos 70 foram difíceis para os diretores da geração de Penn, os 80 tornaram-se impossíveis. O cineasta passou por alguns problemas na carreira, muito antes já havia abandonado as filmagens de O Trem (The Train, 1964), concluído por John Frankenheimer, e em 1980 larga o projeto de Viagens Alucinantes (Altered States, 1980), assumido pelo maluco Ken Russell (que manteve a indicação de Penn para encarnar o protagonista, o então estreante William Hurt). Seus últimos filmes não marcaram época. Amigos Para Sempre (Four Friends, 1981) foi uma evocação nostálgica que cobre cerca de dez anos da vida de um grupo de amigos (e vinte do protagonista vivido por Craig Wasson), incluindo a loucura dos tempos do conflito do Vietnã. O reencontro com Gene Hackman também resultou num grande desastre (o policial O Alvo da Morte [Target, 1985]), e alguns críticos elogiaram o thriller Morte no Inverno (Death of Winter, 1987) na época do lançamento, mas hoje ninguém mais se lembra do filme. Seu último trabalho para o cinema foi um veículo que produziu para uma dupla de comediantes famosa nos EUA (mas desconhecida no Brasil), Penn & Teller ─ Perseguidos por Acaso (Penn & Teller Get Killed, 1989), uma comédia de humor negro que brinca com os limites entre realidade e ficção, e que se tornou um cult reduzido em alguns círculos cinéfilos.
Mas o declínio de sua carreira não impediu que o mundo reverenciasse a sua memória, pelos serviços prestados à sétima arte, nessa data do seu falecimento. Quando olhamos a filmografia de Arthur Penn o que fica é uma série de trabalhos excelentes nos anos 60/70. Não são todos os cineastas, antes ou depois dele, que podem se orgulhar de uma série de filmes como essa.

Análise:
Eles eram jovens… eles se amavam… e assassinavam cidadãos.
E mais do que tudo, o filme é uma obra-prima de harmonização, na qual os atores e o cineasta estão todos sincronizados, transitando seguramente entre a comédia e a tragédia. Foi a primeira obra-prima que tive a oportunidade de assistir na minha profissão. (Roger Ebert)
O filme policial Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas (1967) conta de maneira romanceada a história real de Bonnie Parker e Clyde Barrow, um jovem casal de assaltantes de banco e assassinos que aterrorizaram os estados centrais dos Estados Unidos durante a Grande Depressão. Foi idealizado e produzido pelo ator Warren Beatty, sob a competente direção do cineasta Arthur Penn. O filme possui o mesmo tom e a independência de Jules e Jim – Uma mulher para dois de François Truffaut sobre amantes também condenados, sendo influenciado pela nouvelle vague francesa.
Na sua pré-estréia no Montreal Film Festival, Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas foi execrado pela crítica que via nele, além da violência, a glorificação de uma dupla de ladrões e assassinos. O chefão da Warner Bros odiou-o tanto, a ponto de relegá-lo a uma cadeia texana de drive-ins. Foi lançado em 1967 e, no outono do mesmo ano, retirado de circulação, arrasado pelos críticos, tendo tido apenas a crítica favorável de Roger Ebert (hoje reconhecidamente o maior crítico de cinema) que à época estava na profissão havia apenas seis meses. Ele comentou sabiamente:
O filme é um marco na história do cinema dos EUA, um trabalho honesto e fulgurante e, daqui a alguns anos, Bonnie & Clayde – Uma Rajada de Balas será, sem dúvida, reconhecido como o melhor filme da década de 1960.
Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas acabou sendo relançado e se transformou num dos maiores sucessos da Warner Bros, para surpresa de seu aturdido manda-chuva Jack Warner, recebendo dez indicações para o Oscar. Levou a estatueta de atriz coadjuvante (Estelle Parsons) e a de fotografia (Burnett Guffey). A vivacidade juvenil dos marginais agradou imensamente o público, que se deliciou com sua mensagem antissistema. Os críticos, que torceram o nariz para o filme, tiveram que mudar radicalmente de postura, tendo muito deles se desculpado publicamente. O filme, inclusive, ajudou a tirar os cinemas americanos do vermelho, tamanha foi a sua popularidade.
A história se passa no início dos anos 30, numa pequena cidade do interior do Texas. Começa com a garçonete Bonnie Parker (Faye Dunaway) visivelmente aborrecida ao ter que se preparar para mais um dia de trabalho. Ao chegar à janela de seu quarto, depara-se com um homem estranho que observa o carro de sua mãe de uma maneira duvidosa. Logo conclui que o moço está com a intenção de roubá-lo. Ao travar conversa com o desconhecido Clyde Barrow (Warren Beatty), esse lhe diz que acabara de sair da prisão por assalto. Bonnie então o desafia a provar que realmente era capaz de fazer um roubo. Imediatamente Clyde assalta uma mercearia, tendo os dois que saírem correndo do local. Na fuga, eles roubam um carro e dão vida ao casal de gângsteres Bonnie e Clyde. Tornam-se uma famosa dupla de fora-da-lei, consagrada pela imprensa como populares assaltantes de banco, quando os Estados Unidos eram atingidos pela Depressão. Mas, apesar da vida marginal do casal, fica visível o desejo de Bonnie de se casar com Clyde e viver perto de sua mãe já idosa, apesar das disfunções sexuais apresentadas por ele.
O diretor Arthur Penn além de apresentar um ritmo ágil e cenas sensacionais de ação, mistura no filme cenas que, de certo modo, traduzem um olhar cômico sobre os filmes de gângsteres, como as de tiroteios, com outras violentas nunca antes vistas no cinema, como quando Clyde alveja um homem dependurado no estribe do carro em que a gangue se encontrava. No filme também foram usados os squibs, novidade na época, que eram pequenas cargas explosivas, algumas vezes cheias de sacos de sangue artificial, camufladas sob a roupa dos atores, que demonstram o impacto dos tiros. O filme é famoso tanto por sua montagem acelerada quanto por suas rápidas mudanças do tom da narrativa, passando rapidamente do humor para a violência mais exacerbada.
Fonte: Vírus da arte














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