Formato: AVI (Xvid)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 118 min
Tamanho: 700MB
Servidor: 4Shared (4 Partes)
Links:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Sinopse: Início dos anos 1950. Na pequena cidade de Anarene, no Texas, acompanhamos a vida de vários adolescentes e suas descobertas sobre o sexo (principalmente ele) e o amor. Com bela fotografia em preto-e-branco, o filme venceu dois Oscar: Atriz Coadjuvante para Cloris Leachman e Ator Coadjuvante para Ben Johnson.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 8.0
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 118 min
Tamanho: 700MB
Servidor: 4Shared (4 Partes)
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Parte 3
Parte 4
Sinopse: Início dos anos 1950. Na pequena cidade de Anarene, no Texas, acompanhamos a vida de vários adolescentes e suas descobertas sobre o sexo (principalmente ele) e o amor. Com bela fotografia em preto-e-branco, o filme venceu dois Oscar: Atriz Coadjuvante para Cloris Leachman e Ator Coadjuvante para Ben Johnson.
Fonte: Cineplayers
The Internet Movies Database: IMDB - Nota Imdb 8.0
-Sobre o diretor-
Peter Bogdanovich é o cinéfilo que virou cineasta. Estudou atuação com a lendária Stella Adler na década de 1950, mas sua paixão era mesmo a sétima arte, onde chamou a atenção como programador das exibições do Museu de Arte Moderna de Nova York. Nessa época ele assistia filmes de forma quase obsessiva. Frequentemente exibia filmes de John Ford e escreveu livros sobre Howard Hawks e Orson Welles. Quando a década de 1960 chegou ao fim e ele resolveu se arriscar como cineasta. Seus primeiros trabalhos foram filmes B para o mestre Roger Corman, mas em 1971 lançou uma obra de grande impacto no cinema americano do período: “A Última Sessão de Cinema” (1971), indicado a 8 Oscars, incluindo um para Bogdanovich como diretor. Essa consagração colocou o diretor entre os grandes nomes da “Nova Hollywood”, da qual também faziam parte os diretores Francis Ford Coppola, William Friedkin, Brian De Palma e Martin Scorsese, entre outros. Seus outros lançamentos no começo daquela década também fizeram bastante sucesso: “Essa Pequena é uma Parada” (1972) e “Lua de Papel” (1973). Entretanto, os fracassos de “Daisy Miller” (1974) e “At Long Last Love” (1975) prejudicaram sua carreira em ascensão. Mais tarde seu romance com a playmate Dorothy Stratten – que foi depois brutalmente assassinada – afetou profundamente o diretor, que deu um tempo na carreira. Hoje em dia ele dirige esporadicamente, e é mais conhecido por aparecer em documentários sobre cinema. Ocasionalmente também trabalha como ator, como visto no seriado “Família Soprano” (1999-2007).
Análise:
Inspirado por um obscuro romance que fazia uma crônica sensível da vida modorrenta de uma minúscula cidadezinha no Texas, “A Última Sessão de Cinema” (The Last Picture Show, EUA, 1971) é o tipo de filme que não poderia ter sido feito alguns anos antes. Trata-se de uma das obras seminais da geração de jovens cineastas que mudou Hollywood, na virada entre as décadas de 1960 e 70, eliminando qualquer traço de glamour e melodrama de suas história e dedicando-se a levar para as telas de cinema a atmosfera da vida real dos anônimos. Em suma, um filme com cheiro de rua. Curiosamente, o cineasta Peter Bogdanovich não tinha o perfil de diretor capaz de realizar um filme do gênero. Descendente de imigrantes europeus e morador de uma grande metrópole durante toda a vida, o diretor e cinéfilo de carteirinha foi apresentado ao livro de Larry McMurtry e hesitou. Ele não conhecia tão bem aquele mundo. Porém, percebendo a riqueza do conjunto de personagens e inspirado pelos resultados conseguidos por muitos colegas de geração que mergulhavam nos problemas da vida real com bons resultados (Bob Rafelson, Martin Scorsese), Bogdanovich decidiu ir em frente – e fez o melhor filme de sua carreira.
O tédio e a falta de perspectiva da vida numa cidade pequena é o tema principal de “A Última Sessão de Cinema”. Para capturar o clima melancólico e o vazio emocional dos personagens, Bogdanovich fez três escolhas estéticas essenciais: decidiu filmar em preto-e-branco e em locação, além de fazer o filme sem trilha sonora. Do ponto de vista técnico, era um tremendo risco. Na época, acreditava-se piamente que os filmes em P&B haviam morrido para sempre, e não existia mais equipamento para filmar sem cores. Além disso, nenhum executivo em sã consciência permitia um longa-metragem sem música, sem falar que filmar fora dos estúdios era muito mais caro.
Mesmo assim, Bogdanovich bateu o pé. Ele não estava fazendo uma história épica, mas um filme simples, quase minimalista, sobre gente comum. Por sorte, as condições ajudaram. A revolução trazida pelos jovens cineastas encontrava eco no público, naqueles tempos, e os estúdios se permitiam ousadias mais arrojadas. Desta forma, tudo foi feito da maneira que o cineasta planejou, inclusive com as filmagens ocorrendo na cidade de Archer City, local onde o escritor do livro original (promovido também a roteirista) havia passado a infância. Desta forma, os jovens atores que compunham o elenco puderam inclusive ter contato com as pessoas que haviam inspirado os personagens fictícios.
O resultado foi um filme saboroso, um retrato pungente da falta de perspectiva dos jovens que vivem longe dos grandes centros urbanos. Há pelo menos uma dúzia de belos personagens de duas diferentes gerações, e a narrativa contrapõe com inteligência os indivíduos das duas faixas etárias, mostrando o abismo cultural existente entre eles – de um lado, há os jovens cheios de esperanças, como Sonny (Timothy Bottoms) e Duane (Jeff Bridges); do outro, os nostálgicos e desiludidos adultos, como o dono do bar/cinema local, Sam (Ben Johnson), e a mulher do professor de ginástica, Ruth (Cloris Leachman). O filme não diz, mas sugere com firmeza, que o tempo implacável se encarregará de transformar os primeiros nos últimos.
Cinéfilo incorrigível (e autor de um excelente livro de entrevistas com cineastas veteranos de respeito, um grosso volume chamado “Afinal, Quem Faz os Filmes”), Bogdanovich encontrou espaço também para incluir um lamento à crise das salas de cinema, incluindo na história um teatro que perde público ano após ano, até o inevitável fechamento, que ocorre após uma esvaziada e melancólica sessão de “Rio Vermelho”, o western épico de Howard Hawks. No todo, uma obra-prima relativa e injustamente esquecida.
Peter Bogdanovich é o cinéfilo que virou cineasta. Estudou atuação com a lendária Stella Adler na década de 1950, mas sua paixão era mesmo a sétima arte, onde chamou a atenção como programador das exibições do Museu de Arte Moderna de Nova York. Nessa época ele assistia filmes de forma quase obsessiva. Frequentemente exibia filmes de John Ford e escreveu livros sobre Howard Hawks e Orson Welles. Quando a década de 1960 chegou ao fim e ele resolveu se arriscar como cineasta. Seus primeiros trabalhos foram filmes B para o mestre Roger Corman, mas em 1971 lançou uma obra de grande impacto no cinema americano do período: “A Última Sessão de Cinema” (1971), indicado a 8 Oscars, incluindo um para Bogdanovich como diretor. Essa consagração colocou o diretor entre os grandes nomes da “Nova Hollywood”, da qual também faziam parte os diretores Francis Ford Coppola, William Friedkin, Brian De Palma e Martin Scorsese, entre outros. Seus outros lançamentos no começo daquela década também fizeram bastante sucesso: “Essa Pequena é uma Parada” (1972) e “Lua de Papel” (1973). Entretanto, os fracassos de “Daisy Miller” (1974) e “At Long Last Love” (1975) prejudicaram sua carreira em ascensão. Mais tarde seu romance com a playmate Dorothy Stratten – que foi depois brutalmente assassinada – afetou profundamente o diretor, que deu um tempo na carreira. Hoje em dia ele dirige esporadicamente, e é mais conhecido por aparecer em documentários sobre cinema. Ocasionalmente também trabalha como ator, como visto no seriado “Família Soprano” (1999-2007).
Análise:
Inspirado por um obscuro romance que fazia uma crônica sensível da vida modorrenta de uma minúscula cidadezinha no Texas, “A Última Sessão de Cinema” (The Last Picture Show, EUA, 1971) é o tipo de filme que não poderia ter sido feito alguns anos antes. Trata-se de uma das obras seminais da geração de jovens cineastas que mudou Hollywood, na virada entre as décadas de 1960 e 70, eliminando qualquer traço de glamour e melodrama de suas história e dedicando-se a levar para as telas de cinema a atmosfera da vida real dos anônimos. Em suma, um filme com cheiro de rua. Curiosamente, o cineasta Peter Bogdanovich não tinha o perfil de diretor capaz de realizar um filme do gênero. Descendente de imigrantes europeus e morador de uma grande metrópole durante toda a vida, o diretor e cinéfilo de carteirinha foi apresentado ao livro de Larry McMurtry e hesitou. Ele não conhecia tão bem aquele mundo. Porém, percebendo a riqueza do conjunto de personagens e inspirado pelos resultados conseguidos por muitos colegas de geração que mergulhavam nos problemas da vida real com bons resultados (Bob Rafelson, Martin Scorsese), Bogdanovich decidiu ir em frente – e fez o melhor filme de sua carreira.
O tédio e a falta de perspectiva da vida numa cidade pequena é o tema principal de “A Última Sessão de Cinema”. Para capturar o clima melancólico e o vazio emocional dos personagens, Bogdanovich fez três escolhas estéticas essenciais: decidiu filmar em preto-e-branco e em locação, além de fazer o filme sem trilha sonora. Do ponto de vista técnico, era um tremendo risco. Na época, acreditava-se piamente que os filmes em P&B haviam morrido para sempre, e não existia mais equipamento para filmar sem cores. Além disso, nenhum executivo em sã consciência permitia um longa-metragem sem música, sem falar que filmar fora dos estúdios era muito mais caro.
Mesmo assim, Bogdanovich bateu o pé. Ele não estava fazendo uma história épica, mas um filme simples, quase minimalista, sobre gente comum. Por sorte, as condições ajudaram. A revolução trazida pelos jovens cineastas encontrava eco no público, naqueles tempos, e os estúdios se permitiam ousadias mais arrojadas. Desta forma, tudo foi feito da maneira que o cineasta planejou, inclusive com as filmagens ocorrendo na cidade de Archer City, local onde o escritor do livro original (promovido também a roteirista) havia passado a infância. Desta forma, os jovens atores que compunham o elenco puderam inclusive ter contato com as pessoas que haviam inspirado os personagens fictícios.
O resultado foi um filme saboroso, um retrato pungente da falta de perspectiva dos jovens que vivem longe dos grandes centros urbanos. Há pelo menos uma dúzia de belos personagens de duas diferentes gerações, e a narrativa contrapõe com inteligência os indivíduos das duas faixas etárias, mostrando o abismo cultural existente entre eles – de um lado, há os jovens cheios de esperanças, como Sonny (Timothy Bottoms) e Duane (Jeff Bridges); do outro, os nostálgicos e desiludidos adultos, como o dono do bar/cinema local, Sam (Ben Johnson), e a mulher do professor de ginástica, Ruth (Cloris Leachman). O filme não diz, mas sugere com firmeza, que o tempo implacável se encarregará de transformar os primeiros nos últimos.
Cinéfilo incorrigível (e autor de um excelente livro de entrevistas com cineastas veteranos de respeito, um grosso volume chamado “Afinal, Quem Faz os Filmes”), Bogdanovich encontrou espaço também para incluir um lamento à crise das salas de cinema, incluindo na história um teatro que perde público ano após ano, até o inevitável fechamento, que ocorre após uma esvaziada e melancólica sessão de “Rio Vermelho”, o western épico de Howard Hawks. No todo, uma obra-prima relativa e injustamente esquecida.
Fonte: Cine Repórter
Muito obrigado por esses grandes filmes, esse blog com certeza é um dos melhores que eu já vi
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