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terça-feira, 5 de novembro de 2013

MASH - 1970

MASH, 1970
Robert Altman

Formato: AVI
Aúdio: Inglês
Legenda: Português
Duração: 102 min.
Tamanho: 700 MB
Servidor: Mega

FILME + LEGENDA


SINOPSE
Durante a Guerra da Coréia, dois competentes jovens cirurgiões, Duke e Hawkeye transformam a rotina de horror e sangue em algo divertido e irônico, através de seu modo descontraído de viver a vida - claramente para evitar os choques e traumas causados pelo que eles passam diariamente, salvando seus companheiros da morte.
Fonte: Cineplayers

TRAILER

ANÁLISE


por Caetano Barsoteli


A mise-en-scène tumultuada por personagens e frequentemente apertada promovida pelo diretor Robert Altman é o que marca visualmente M.A.S.H., uma comédia que não se entrega a gags visuais com tanta frequência (quase nenhuma, para ser mais exato) e que nos força a saborear seu humor, à frente da reação primal dos risos e gargalhadas, de uma forma mais mental, pra não dizer filosófica e um pouquinho mais complexa. Em sua direção, Altman se mantém afastado do conjunto de personagens, ainda que enquadramentos fechados venham a calhar no intento de ressaltar o espremido ambiente - e contexto - que envolve os médicos militares durante a Guerra da Coreia, que se passou no início dos anos cinquenta, mas que, no seu mínimo detalhamento no enredo, alude mesmo à Guerra do Vietnã, que ocorria na mesma época em que M.A.S.H. fora lançado nos cinemas: uma sátira de filmes de guerra, não muito tempo depois do Dr. Fantástico de Stanley Kubrick arrombar o cinema com os mesmos intentos cômico-discursivos.

Do uso do ad libitum, a improvisação permitida aos atores no processo de entregar suas falas, à disposição cênica em que personagens falam ao mesmo tempo, jorrando fala em cima da fala dos outros, de modo bastante informal, MASH presta-se a uma naturalidade marcante, que admite ser ostentada justamente pela forma com que Robert Altman executa o roteiro de Ring Lardner Jr. - baseado, levemente, no livro de Richard Hooker -, com planos ora abertos (para acomodar o conjunto de personagens, ainda que possamos depreender com clareza os principais dos coadjuvantes) ora bem fechados (principalmente durante as cenas de efetivo trabalho médico, nas tendas cheias de profissionais e pacientes de guerra). Da primeira concepção característica da direção de Altman, destaco, particularmente, a insólita situação do banquete de despedida para o dentista querendo se suicidar por descobrir-se homossexual, mesmo com suas três namoradas back home e uma repentina amante no exército - à la “A Última Ceia”, quando aludir à obra de Leonardo Da Vinci ainda não era tão clichê, Robert Altman pratica a intervenção humorística mais evidente, mais exagerada, embora apropriada, de todo seu filme, ainda que a mesma seja um tanto moderada e sutil dentro das proporções gerais de comédias fílmicas. A situação do dentista ainda dá conta de um bizarro velório antecipado, um semi-velório, que se resolve anticlimaticamente, quando o médico “se cura” de sua homossexualidade depois de ser enganado pelos colegas - que não lhe dão a prometida pílula para se matar -, e dormir com uma atraente moça do exército - moralmente neutro demais ou sutilmente sagaz?

MASH desempenha uma corajosa espécie de humor que tem consciência da absolvida crueldade do comportamento dos personagens e daquilo que perpetram, tornando-se legítima uma vez jogada na luz satírica que a obra claramente propõe, mesmo que mantenha aquele universo ancorado numa considerável naturalidade e relativo realismo – o que vem a culminar numa comédia equilibrada de tal forma que, ainda hoje, quarenta e três anos após sua estreia, soa fresca, robusta e original, jamais ascendendo ao escracho que poderia muito bem assumir, já que o resultado, fosse bom ou ruim, arrisco supor, seria menos impactante do que este que M.A.S.H. causou, e que, como legado ainda maior, deu origem a uma adaptação televisava de igual sucesso popular e importância audiovisual. Aliás, por falar em televisão, o estilo cômico deste longa de Robert Altman só poderia ser comparado, atualmente, às séries cômicas do canal HBO, que muito bem exibem este equilíbrio de humor supracitado ao fazer comédia sem dispensar o drama, ainda que não faça, necessariamente, assim como o filme, uma dramédia, mas uma obra de teor dramático quase neutro com afinados toques chistosos.

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Um comentário:

  1. Muito bom. Excelente sátira sobre a Guerra da Coreia. Pena que a TV paga deixou de exibir a série já faz tempo. Resta esperar pelos episódios na Rede Brasil de Televisão.

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